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Explosão de carro-bomba deixa ao menos 21 mortos em academia policial de Bogotá

Cena de explosão de carro-bomba em academia militar em Bogotá, na Colômbia - Polícia Nacional/Reprodução
Cena de explosão de carro-bomba em academia militar em Bogotá, na Colômbia Imagem: Polícia Nacional/Reprodução

17/01/2019 14h28

Presidente colombiano chama ato de 'terrorista' e decreta três dias de luto em todo o país.

Ao menos 21 pessoas morreram e 68 ficaram feridas nesta quinta-feira na explosão de um carro-bomba na Academia de Polícia Francisco de Paula de Santander, em Bogotá, capital da Colômbia, segundo as autoridades locais.

Não se sabe ainda se as vítimas são civis ou militares. Elas estão sendo atendidas e contabilizadas, por isso os números ainda podem mudar.

Segundo a imprensa local, esta é a primeira explosão do tipo em nove anos.

O presidente colombiano, Iván Duque, chamou o episódio de um "miserável ato terrorista contra nossos policiais" e, ao lado de Néstor Humberto Martínez, procurador-geral do país, anunciou que o autor do ataque já foi identificado e morreu dentro do carro-bomba - que trazia cerca de 80 quilos de explosivo do tipo pentolita.

À noite, o presidente decretou três dias de luto em todo o país.

Os detalhes do ataque

Relatos recolhidos pela mídia colombiana dão conta que o carro explodiu ao atingir o prédio da instituição.

A Academia de Polícia Francisco de Paula de Santander é uma instituição dedicada à formação de oficiais.

Poucos minutos antes do ataque, houve no local uma cerimônia de formatura.

Com a explosão, as ruas que rodeiam a academia policial foram cercadas, e imagens de TV mostraram diversas ambulâncias se deslocando pela região. Moradores das imediações disseram ter ouvido uma forte explosão no momento do atentado, a ponto de suas janelas de vidro terem se despedaçado.

Contexto do país

A Colômbia vive um momento de incertezas quanto a seu processo de paz com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia): dois anos após o acordo ter sido assinado, o país vive novo pico de violência, ocasionado principalmente por disputas de território em áreas montanhosas, costeiras e na fronteira com a Venezuela, envolvendo guerrilheiros dissidentes, paramilitares e grupos criminosos ligados ao narcotráfico.

Alguns integrantes agora desmobilizados das Farc se pronunciaram sobre o atentado desta quinta, condenando o uso da violência.

"O atentado é uma provocação contra uma solução política para o conflito. Tenta fechar as possibilidades de acordo com (a guerrilha ainda mobilizada) da ELN, deslegitimar as mobilizações sociais e favorecer setores guereiristas", afirmou pelo Twitter Pastor Alape Lascarro, um membro do alto escalão do grupo.