Steve Bannon: governo Bolsonaro precisa de 'uma só voz' e Mourão se tornou 'dissonante'
Nos bastidores da viagem da comitiva presidencial brasileira aos Estados Unidos, líderes conservadores e empresários que orbitam em torno de Jair Bolsonaro tentam minimizar a influência do vice Hamilton Mourão no governo.
Ao lado do professor e guru conservador Olavo de Carvalho, uma das vozes mais fortes na tentativa de isolar Mourão é a de Steve Bannon, estrategista-chefe afastado do governo Donald Trump e atual articulador de uma onda de líderes populistas de direita pelo mundo.
Após se sentar ao lado do presidente brasileiro em um jantar na residência oficial do embaixador do Brasil em Washington, neste domingo, Bannon conversou por telefone com a BBC News Brasil e afirmou que há uma "clara preocupação" entre os apoiadores de Bolsonaro sobre a influência do vice no governo.
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"Há muitos membros do governo que estão questionando o 'timing' do vice-presidente e seus posicionamentos nestes primeiros 100 dias", afirmou, enquanto classificava Jair Bolsonaro como um "homem incrivelmente carismático, que reúne poder de ação e de reflexão muito fortes".
"Isso não significa que exista uma divisão dentro do governo, mas ele (Mourão) se tornou uma voz dissonante e isso é perigoso. Há um nível relevante de frustração pelo fato de ele estar desalinhado com o programa do presidente Bolsonaro."
A visita da comitiva brasileira será concluída nesta terça-feira, 19.