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3 dicas inestimáveis ??para enfrentar as situações mais difíceis

28/09/2020 13h38

Lucy Hone relata como ela lidou com a perda da filha e compartilha três estratégias para construir resiliência.

Você às vezes sente que está escalando uma montanha todos os dias e, ao acordar, a mesma montanha está à sua frente?

Lucy Hone é diretora do Instituto de Bem-estar e Resiliência da Nova Zelândia.

Resiliência é a capacidade de um ser vivo de se adaptar a um agente perturbador, um estado ou situação adversa.

Hone é especialista nisso e não apenas por causa de seus estudos e carreira profissional, mas porque a própria resiliência dela foi testada de forma dolorosa em 2014.

Estas são as palavras dela.

"Minha pequena Abi, que tinha 12 anos na época, foi passear com a melhor amiga, Ella, e a mãe da amiga, que também era uma pessoa muito querida.

No caminho de volta, um motorista acelerou em vez de frear em um sinal de pare. Ele atropelou e matou as três.

É por isso que tenho uma visão particular sobre a resiliência: eu tinha feito os estudos acadêmicos, analisado todas as pesquisas sobre o assunto, mas depois tive que testar isso de uma maneira real e terrivelmente pessoal.

E posso dizer que agora me sinto muito sortuda porque, graças a todo aquele treinamento, pelo menos eu tinha algumas ferramentas em mãos quando o pior aconteceu.

Mas quero deixar claro um ponto muito importante aqui.

Muitas vezes as pessoas pensam na resiliência como algo pessoal, mas na verdade sabemos que é muito, mas muito maior do que isso.

Por que é importante para um país ser resiliente?

Porque nos permite mobilizar nossos recursos com mais rapidez. E com isso me refiro a tudo.

Pense em como são mutáveis os ambientes em que vivemos hoje, resultado de tragédias causadas por eventos naturais como a covid-19, incêndios florestais ou terremotos.

Mudanças e adversidades acontecem a todo momento, e nações e sociedades resilientes são muito mais capazes de responder nesses momentos para proteger seu povo vulnerável e a economia e, assim, resistir a tudo o que vier de uma maneira muito melhor.

Nesse sentido, sabemos que não ser representado na sociedade ? seja por razões de raça, sexualidade, capacidade ou doença mental ? é potencialmente prejudicial à capacidade de recuperação.

Qualquer forma de preconceito, aquele sentimento de não pertencimento, de que não é visto e ouvido, é prejudicial quando se trata de resiliência.

'Magia comum'

A partir dessa perspectiva pessoal, a boa notícia é que a pesquisa mostra que o que realmente é necessário para suportar a adversidade é o que chamamos de "magia comum".

Não é uma característica indescritível que está disponível para poucos. Podemos ensinar as pessoas a serem mais resilientes.

As três estratégias em que me apeguei quando as meninas morreram e, para ser honesta, das quais ainda dependo, especialmente na situação em que todos estamos vivendo, são:

1. Compreenda que o sofrimento faz parte da vida

Seja por divórcio, demissão ou perda de um ente querido. Coisas realmente difíceis de lidar acontecem com todos nós.

Ao viver essas experiências terríveis, ter consciência de que adversidades e sofrimentos são comuns fez muita diferença porque me impediu de me sentir isolada, quase discriminada pela vida.

2. Sintonize-se com o que há de bom

Nessas situações, podemos absorver o que em psicologia chamamos de viés da negatividade.

Os humanos são muito bons em perceber todas as coisas ruins. Mas não somos tão bons em nos sintonizarmos com as coisas boas.

É realmente muito importante que você opte por concentrar sua atenção em coisas boas para neutralizar o impacto de uma desgraça.

Pessoas resilientes tomam muito cuidado ao escolher em que concentram sua atenção.

3. 'Isso está me ajudando ou me machucando?'

Pergunte a si mesmo: "A maneira como estou pensando ou agindo agora está ajudando ou atrapalhando meu esforço para superar isso?"

Muitas vezes, as pessoas pensam que ser forte, digno e resiliente significa suportar adversidades escondendo o que você está sentindo, mas isso é absolutamente falso.

Na verdade, ser resiliente também é ser capaz de aceitar suas vulnerabilidades, saber quando você precisa buscar ajuda e se comunicar.

Estudos têm mostrado que ter relações sólidas e de apoio é provavelmente a coisa mais importante que podemos fazer para desenvolver a capacidade de suportar e superar as adversidades.

Meu companheiro e eu tivemos muita sorte quando nossa filha morreu. Temos uma comunidade verdadeiramente solidária, que nos ajudou. E isso é tudo de que você precisa ao enfrentar traumas e adversidades.

Ninguém faz isso sozinho.

Um dos principais pesquisadores da área, Chris Peterson, resumiu suas décadas de pesquisa em três palavras: "Outras pessoas são importantes".


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