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A descoberta de crânio de 'primo' dos humanos de 2 milhões de anos que traz novas pistas sobre evolução

10/11/2020 10h39

O fóssil de uma espécie com dentes grandes ajuda a revelar um pouco como os humanos evoluíram, dizem os pesquisadores.

Pesquisadores australianos dizem que a descoberta de um crânio de dois milhões de anos na África do Sul lança mais luz sobre a evolução humana.

O crânio era de um Paranthropus robustus macho, uma "espécie prima" do Homo erectus ? uma espécie que se pensava ser ancestral direto dos humanos modernos.

As duas espécies viveram na mesma época, mas o Paranthropus robustus deapareceu mais cedo.

A equipe de pesquisa disse que a descoberta é emocionante.

"A maior parte do registro fóssil é apenas um único dente aqui e ali, então ter algo assim é muito raro, muita sorte", disse Angeline Leece à BBC.

Os pesquisadores, da Universidade La Trobe de Melbourne, encontraram os fragmentos do crânio em 2018 no sítio arqueológico Drimolen ao norte de Johanesburgo.

Os arqueólogos então passaram os últimos anos juntando peças e analisando o fóssil. Suas descobertas foram publicadas na revista Nature, Ecology and Evolution na terça-feira (10/11).

O co-pesquisador Jesse Martin disse à BBC que manusear as peças fósseis é como trabalhar com "papelão úmido", acrescentando que usou canudos de plástico para sugar os últimos vestígios de sujeira deles.

Ele foi descoberto a poucos metros de um local onde um crânio de criança Homo erectus com idade semelhante havia sido descoberto em 2015.

'Espécies concorrentes'

Acredita-se que três espécies de hominídeos (criaturas semelhantes aos humanos) viveram na África do Sul ao mesmo tempo, competindo entre si.

A descoberta do crânio seria um raro exemplo de "microevolução" dentro da linhagem humana, disse Martin.

Paranthropus robustus tinha dentes grandes e cérebros pequenos, diferindo do Homo erectus, que tinha cérebros grandes e dentes pequenos. Acredita-se que a dieta do primeiro envolveu comer principalmente plantas duras, como tubérculos e casca.

"Com o tempo, o Paranthropus robustus provavelmente evoluiu para gerar e suportar forças superiores produzidas durante a mordida e a mastigação de alimentos que eram difíceis ou mecanicamente desafiadores de processar com suas mandíbulas e dentes", disse Leece.

Os cientistas disseram que é possível que um ambiente mais úmido causado pela mudança climática possa ter reduzido a quantidade de alimentos disponíveis para eles.

Enquanto isso, o Homo erectus, com seus dentes menores, tinha maior possibilidade de comer tanto plantas quanto carne.

"Essas duas espécies muito diferentes (...) representam experimentos evolutivos divergentes", disse Leece.

"Embora sejamos a linhagem que venceu no final, há dois milhões de anos o registro fóssil sugere que Paranthropus robustus era muito mais comum do que o Homo erectus."

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