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Covid-19: governo de SP promete vacinação contra a covid-19 para janeiro

07/12/2020 13h45

Em um primeiro momento, idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas serão imunizados. Não será preciso comprovar residência para receber doses da CoronaVac.

O governo de São Paulo anunciou que dará início à vacinação contra a covid-19 em 25 de janeiro, embora a vacina que será usada ainda não tenha tido sua eficácia comprovada ou sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O plano de vacinação paulista prevê que, na primeira fase, serão imunizados profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas. Isso implicará na vacinação de 9 milhões de pessoas.

O governo paulista justificou a decisão ao apontar que 77% das 42,5 mil mortes causadas pelo novo coronavírus no Estado ocorreram entres estes grupos.

A vacinação será gratuita e realizada por meio de 10 mil postos de vacinação, dos quais 4,8 mil serão novos locais, criados especialmente para a campanha, com o uso provisório de escolas, quartéis e farmácias, por exemplo.

A vacinação envolverá a tomada de duas doses, com 18 milhões de doses aplicadas, com uma diferença de 21 dias entre a primeira e a segunda aplicação.

A previsão é que a primeira fase do plano esteja concluída até 28 de março, quando o governo paulista estima que 20% dos 46 milhões de habitantes do Estado estarão imunizados.

O plano seguirá o seguinte calendário, criado para evitar aglomerações nos postos de saúde:

* profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas: 25/01 (1ª dose) e 15/02 (2ª dose);

* pessoas com 75 anos ou mais: 08/02 (1ª dose) e 01/03 (2ª dose);

* pessoas com 70 a 74 anos: 15/02 (1ª dose) e 03/03 (2ª dose);

* pessoas com 65 a 69 anos: 22/02 (1ª dose) e 15/03 (2ª dose)

* pessoas com 60 a 64 anos: 01/03 (1ª dose) e 22/03 (2ª dose)

Cada grupo deverá procurar os postos de vacinação ao longo da semana seguinte após a data de início. O atendimento será das 7h às 22h de segunda a sexta e das 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.

Tudo será feito apenas pelo sistema público de saúde, e não há previsão por enquanto de aplicação na rede privada.

O governador João Doria disse que não será preciso comprovar a residência no Estado para ser vacinado. "Todo e qualquer brasileiro que estiver em solo do Estado e pedir a vacina será vacinado", afirmou.

Vacina ainda não teve eficácia comprovada

Também serão disponibilizadas 4 milhões de doses para outros Estados que as solicitarem para imunização de profissionais de saúde. O governo paulista afirma que oito já fizeram isso, mas não informou quais.

As prefeituras de Curitiba e Rio de Janeiro também já estão em contato com o governo de São Paulo, informou Doria.

No entanto, ainda não foram concluídos os estudos sobre a eficácia da CoronaVac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, que é ligado ao governo de São Paulo, e a empresa chinesa Sinovac.

Não foi pedido também até o momento o registro do imunizante à Anvisa nem sua permissão de uso em regime de urgência.

Para isso, será necessário comprovar que a CoronaVac realmente protege contra a covid-19.

Até o momento, os estudos demonstraram que ela é segura (94,7% dos voluntários não tiveram eventos adversos, e dos que tiveram alguma reação, 99,7% relataram sintomas leves, como dor no local da injeção e dor de cabeça) e gera resposta do sistema imunológico (em 97% dos participantes).

Mostrar que a CoronaVac é eficaz é o principal objetivo da chamada fase 3 dos estudos feitos com a vacina, ainda em andamento.

Doria estima que os resultados do braço brasileiro da pesquisa e o pedido de registro sejam enviados à Anvisa até o dia 15.

O registro da vacina também depende da aprovação das condições de fabricação da Sinovac na China, onde serão feitas 6 milhões de doses a serem aplicadas.

As 40 milhões restantes que o governo Doria espera ter em mãos em janeiro serão formuladas a partir de insumos chineses no Butantan.

A inspeção da Sinovac feita pela Anvisa foi concluída na sexta-feira passada, e a decisão final será tomada entre a última semana de dezembro e a primeira semana de janeiro, informou a agência.

Antecipação da imunização

Caso venha a conseguir o registro ou uso em regime de urgência e confirme as datas anunciadas agora, o governo de São Paulo estará na prática adiantando a vacinação prevista pelo governo federal.

O plano do Ministério da Saúde prevê vacinar 13 milhões de brasileiros na primeira etapa, na qual também será dada prioridade a idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas.

Mas a proposta é dar início à imunização entre março e junho. A data oficial ainda não foi divulgada.

No anúncio feito nesta segunda-feira, Doria questionou o calendário federal. "Por que começar a vacinar em março se podemos começar em janeiro?"

De acordo com o governador paulista, isso pode salvar vidas e evitar que a vacinação contra covid-19 ocorra no mesmo momento em que é feita a imunização contra a gripe.

Doria afirmou que São Paulo já tem estoque de todos os materiais necessários para a aplicação das doses, como agulhas, seringas e equipamentos de proteção,

O plano paulista contará com a participação de 54 mil profissionais de saúde e terá um custo total de R$ 100 milhões.


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