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Biden e Putin fazem reunião em Genebra, mas a discórdia entre EUA e Rússia permanece

16/06/2021 16h54

Questões como respeito dos direitos humanos, protestos contra o racismo e ataques hackers foram discutidos entre os dois presidentes.

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia elogiaram a conversa que tiveram em Genebra, na Suíça, nesta quarta-feira (16/6), mas fizeram poucos progressos concretos na primeira reunião entre os mandatários dos dois países desde 2018.

Discordâncias foram declaradas, disse o americano Joe Biden após o encontro, mas não de forma exagerada. Segundo ele, "a Rússia não quer uma nova Guerra Fria".

Já o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Biden era um estadista experiente e que os dois "falavam a mesma língua".

A reunião durou quatro horas, menos tempo do que o programado.

Biden disse que os dois não precisam gastar mais tempo conversando e que, agora, há uma perspectiva genuína de uma melhora na relação entre os países.

Ambos concordaram em iniciar um diálogo sobre o controle de armas nucleares. Eles também disseram que retornariam os embaixadores às capitais uns dos outros.

Os diplomatas foram mutuamente retirados de seus postos em março, depois dos Estados Unidos acusarem a Rússia de se intrometer nas eleições presidenciais de 2020.

No entanto, houve poucos sinais de acordo em outras questões, incluindo cibersegurança, Ucrânia e o destino do líder da oposição russa Alexei Navalny, que atualmente cumpre pena de dois anos e meio de prisão em uma colônia.

O que os líderes discutiram?

Antes da cúpula, ambos os lados disseram que as relações estavam estremecidas.

Putin sugeriu um possível acordo sobre a troca de prisioneiros. O russo rejeitou as acusações de responsabilidade de seu país em ciberataques, dizendo que a maioria dos casos na Rússia se originou nos Estados Unidos.

Já Biden afirmou ter dito a Putin que serviços de infraestrutura, como fornecimento de água ou de energia, deveriam estar fora do alcance de hackers ou de outros tipos de ataques.

Os dois lados divergiram fortemente sobre o respeito ao direitos humanos, incluindo o direito de protestar.

Putin descartou as preocupações dos Estados Unidos sobre o oposicionista Alexei Navalny, que recentemente fez uma greve de fome de 24 dias.

Ele disse que Navalny ignorou a lei e sabia que seria preso quando voltasse para a Rússia após ter procurado tratamento médico na Alemanha. Navalny diz que foi envenenado por ordem de Putin, que nega a acusação.

Putin afirmou que a Rússia não deseja "distúrbios" em seu território comparáveis ??à invasão de membros da extrema-direita ao Capitólio, em janeiro deste ano, ou ao movimento Black Lives Matter, que protesta contra o racismo nos Estados Unidos.

Biden classificou como "ridículos" os comentários de Putin sobre o Black Lives Matter e disse que a defesa dos direitos humanos "sempre estarão na mesa."

A correspondente da BBC em Moscou, Sarah Rainsford, lembrou que Putin fez questão de sublinhar várias vezes que a Rússia era uma potência nuclear - um país importante, com uma economia menor que a dos Estados Unidos, mas que ainda era importante e, por isso, Biden se dispôs a conversar.


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