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7 de Setembro: veja onde bolsonaristas furaram bloqueio e invadiram Esplanada

A primeira invasão se deu na pista sul do Eixo Monumental, em uma barreira policial depois da rodoviária, perto da Biblioteca Nacional e do Museu Nacional, antes da Catedral de Brasília. - BBC
A primeira invasão se deu na pista sul do Eixo Monumental, em uma barreira policial depois da rodoviária, perto da Biblioteca Nacional e do Museu Nacional, antes da Catedral de Brasília. Imagem: BBC

07/09/2021 13h12

Ao derrubar barreiras e invadir a Esplanada dos Ministérios na noite de ontem (6), véspera do 7 de Setembro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro chegaram de caminhões, carros e a pé, perto da Praça dos Três Poderes, onde ficam o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal (SSP/DF) confirma que os manifestantes "romperam barreiras de contenção colocadas no início da via S1 para bloquear o trânsito de veículos".

A via S1 é a pista sul do Eixo Monumental, que corre do oeste para leste, ou seja, da rodoviária à Esplanada dos Ministérios, com seis faixas de trânsito. Segundo o esquema de fechamento de vias do governo do Distrito Federal, veículos não poderiam entrar na Esplanada. Apesar disso, manifestantes parecem não ter encontrado resistência policial para derrubar as barreiras.

A primeira invasão se deu na pista sul do Eixo Monumental, em uma barreira policial depois da rodoviária, perto da Biblioteca Nacional e do Museu Nacional, antes da Catedral de Brasília.

"Nas reuniões realizadas previamente com os organizadores dos grupos manifestantes, ficou definido que os maquinários autorizados a participar do ato popular estariam liberados para serem estacionados ao longo da via N1, na madrugada de terça-feira (7). Importante ressaltar que a autorização permitia apenas exposição dos veículos, como já realizado anteriormente em outras manifestações", disse a SSP/DF, em nota.

A via N1 é na metade norte do Eixo Monumental, e corre sentido oeste, ou seja, da praça dos Três Poderes até a rodoviária.

Segundo reportagem do jornal O Globo, por volta das 20h, caminhoneiros e demais manifestantes "pressionaram policiais para ultrapassar o bloqueio e conseguiram acesso", derrubando grades de segurança ao longo da via.

À BBC News Brasil, a SSP/DF disse que a "Polícia Militar do Distrito Federal restabeleceu a situação", sem responder a outros questionamentos da reportagem.

A BBC News Brasil também questionou a Polícia Militar do DF sobre outra invasão dos manifestantes, mais à frente na via. Um vídeo mostra manifestantes a pé arrastando e derrubando barreiras e grades da polícia mais à frente na Esplanada, quase em frente ao Palácio do Itamaraty. "O povo toma conta, agora acabou!", diz o manifestante que grava o vídeo.

O Itamaraty fica a 450 metros do Congresso Nacional. O Supremo Tribunal Federal, instituição atacada por Bolsonaro e seus apoiadores, a 700 metros.

Na manhã desta terça (7/9), manifestantes em Brasília ainda se concentravam nessa área.

Ministro 'comemora' invasão

Integrantes do governo Bolsonaro e políticos apoiadores do presidente comemoraram o avanço dos manifestantes na Esplanada dos Ministérios, embora isso signifique o descumprimento das ordens estabelecidas pela Secretaria de Segurança do Distrito Federal.

O ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, postou um vídeo da invasão no Twitter e escreveu: "Lindo ver Brasília ser tomada por pessoas de bem. Pessoas ordeiras, que só querem viver num país mais justo, mais livre e mais democrático. Tá bonito de ver!!! Viva o 07 de setembro!!!".

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comemorou a presença dos manifestantes. "Se ontem já estava assim, imagina hoje!". Na manhã desta terça (7), ele pediu, porém, que os protestos não sejam violentos e que não haja vandalismo.

"Neste 7 de setembro, o povo vai às ruas de todo o Brasil para lutar por LIBERDADE e DEMOCRACIA. E, como sempre, não defendemos nenhum ato violento, de vandalismo ou qualquer tipo de agressão. Vamos protestar em paz, com a força do povo trabalhador e ordeiro."

Já o ministro do STF Alexandre de Moraes, um dos principais alvos de ataques verbais e ameaças de bolsonaristas, postou no Twitter que: "ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o Supremo Tribunal Federal de exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa e manutenção da Democracia e do Estado de Direito."

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.