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Covid: Americana vence luta recorde de 335 dias, segundo médicos

25/10/2021 08h22

Caso de mulher que já teve câncer, ficando imunossuprimida, é a infecção mais longa pelo coronavírus de que se tem notícia, segundo artigo preliminar publicado na plataforma medRxiv.

Em um relato preliminar, ainda não publicado em revista científica com revisão dos pares, uma equipe de médicos e pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (National Institutes of Health, NIH) afirmou ter encontrado o caso mais longo de infecção pelo coronavírus até hoje.

Uma mulher com idade na casa dos 40 anos e que já teve câncer no passado teve covid-19 persistente e sintomática por nada menos que 335 dias. O primeiro teste positivo veio em maio de 2020. Desde então, ela teve que ser hospitalizada algumas vezes, tendo alta definitiva em março de 2021.

Neste período de dez meses, foram realizados múltiplos testes moleculares, do tipo PCR, que confirmaram a infecção pelo coronavírus ? sempre mostrando uma alta carga viral no organismo dela.

Os autores do estudo, publicado na plataforma científica medRxiv em 5 de outubro, dizem ter desconfiado que a mulher pudesse ter tido infecções distintas ao longo do tempo, e por isso fizeram uma análise genômica das primeiras e últimas amostras colhidas da paciente. As análises mostraram que o material genético do vírus presente era muito semelhante nos meses iniciais e finais da infecção, o que os cientistas afirmaram ser "indicativo de uma infecção prolongada por 335 dias, em vez de uma reinfecção".

Foi identificada a linhagem B.1.332 ? que estava circulando bastante no período em que a mulher teve a primeira infecção, em 2020, mas não era mais prevalente em 2021 na região em que ela vivia. Esta é mais uma evidência de que a infecção que se prolongou por dez meses teve origem na mesma infecção.

A mulher tem diabetes tipo 2 e já teve um linfoma, um câncer originado no sistema linfático. Ao chegar ao hospital com sintomas de covid-19, ela já estava em remissão do câncer há três anos.

Ela foi considerada uma paciente imunossuprimida (com eficiência reduzida do sistema imunológico) por conta de um tratamento contra o câncer que havia feito, cuja consequência é o enfraquecimento de algumas células de defesa.

Os pesquisadores do NIH dizem no artigo que enquanto para a maior parte das pessoas, o coronavírus se replica por alguns dias, parece haver maior incidência de infecção prolongada em pacientes imunossuprimidos, aqueles com algum tipo de deficiência no sistema imunológico.

A mulher chegou ao hospital em maio de 2020 com febre, dor de cabeça, congestão nasal e tosse. Uma tomografia do tórax mostrou manchas típicas da covid-19 no pulmão. Ela piorou e precisou de suplementação de oxigênio, além de antibióticos e da lavagem broncoalveolar.

Um mês depois, ela teve alta, mas continuou fazendo testes PCR rotineiramente e apresentando diferentes sintomas de vez em quando.

Trezentos dias depois, ela precisou ser hospitalizada de novo, quando foi medicada com o antiviral remdesivir e recebeu o tratamento de plasma convalescente.

Finalmente, ela recebeu alta em março de 2021 e em abril finalmente já não apresentava mais testes positivos para a covid-19.


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