Presidente do Irã enfrenta crise e pode cair, diz Guardian
da BBC, em Londres
O diário britânico The Guardian desta terça-feira traz uma matéria afirmando que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, enfrenta uma crise em seu governo e que corre o risco de sofrer um impeachment.
O jornal diz que o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, perdeu a confiança no presidente e teria dado permissão para que parlamentares atacassem sua política econômica.
“Em uma censura inédita, 150 parlamentares assinaram uma carta culpando Ahmadinejad pela crescente inflação e alto índice de desemprego, além de criticar seu governo por não conseguir apresentar o orçamento a tempo”, afirma o Guardian, que adiciona que a decisão do presidente iraniano de fazer uma viagem à América Latina nesse momento tão delicado também desagradou.
Segundo o jornal, Khamenei estaria culparia Ahmadinejad pelas sanções que a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs ao país por causa do suposto plano de enriquecimento de urânio para a fabricação de armas nucleares. O Guardian sublinha também o fato de Ahmadinejad ter perdido vários seguidores importantes, inclusive o de um líder fundamentalista no Parlamento, que teria dito ao presidente para “parar de culpar os outros”.
A matéria explica que as crescentes críticas ao presidente iraniano vêm no momento em que os problemas econômicos do país se agravam. A inflação hoje é mais alta do que quando Ahmadinejad tomou posse há 17 meses, enquanto o índice de desemprego – oficialmente estimado em 12% - não melhorou, indo contra a proposta de sua candidatura, que era a de melhorar a divisão da receita vinda do petróleo.
“As críticas constantes estão aumentando as especulações de que o seu presidente estaria politicamente condenado. Observadores chegaram a sugerir que ele corre até mesmo risco de ser removido de seu cargo”, afirma o texto, que também cita os comentários de um comentarista político iraniano, Eesa Saharkhiz.
Para Saharkhiz, “os dias de ouro de Ahmadinejad estão contados”. “A contagem regressiva para sua saída já começou. É até provável que ele não consiga terminar seu mandato”, afirma o comentarista, segundo o Guardian.
Incômodo também na América Latina
A viagem de Mahmoud Ahmadinejad à América Latina também causou críticas fora de seu país. O jornal espanhol El Pais descreveu uma sensação de “desconforto” criada pela presença do líder iraniano na posse do presidente equatoriano, Rafael Correa.
“A presença em Quito ontem do presidente americano, Mahmoud Ahmadinejad, provocou duas importantes fissuras no bloco emergente de governos de esquerda na América do Sul. O presidente argentino, Néstor Kirchner, evitou viajar à capital equatoriana para assistir à posse de Rafael Correa, cuja candidatura ele apoiou, enquanto o brasileiro Lula da Silva permaneceu somente algumas horas em Quito e sequer participou do banquete oferecido às delegações estrangeiras”, diz o jornal.
De acordo com o El Pais, a presença de um elemento “tão alienígena à região como radical em suas posturas contra os Estados Unidos” criou um mal-estar entre os dois principais participantes do Mercosul, Brasil e Argentina. O governo argentino não mantém boas relações com o Irã por causa de um atentado anti-semita ocorrido em Buenos Aires em 1994, que deixou 85 mortos e os dois países não têm representações diplomáticas entre si.
O El Pais diz que a retórica anti-israelense de Ahmadinejad deixou um mal-estar na comunidade judaica argentina, com quem Kirchner mantém boas relações e que mesmo se o presidente Lula não tem disputas com Teerã, teve de agir diplomaticamente para não se desgastar nem com a Argentina nem com Rafael Correa, a quem recebeu em Brasília.
O jornal diz que o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, perdeu a confiança no presidente e teria dado permissão para que parlamentares atacassem sua política econômica.
“Em uma censura inédita, 150 parlamentares assinaram uma carta culpando Ahmadinejad pela crescente inflação e alto índice de desemprego, além de criticar seu governo por não conseguir apresentar o orçamento a tempo”, afirma o Guardian, que adiciona que a decisão do presidente iraniano de fazer uma viagem à América Latina nesse momento tão delicado também desagradou.
Segundo o jornal, Khamenei estaria culparia Ahmadinejad pelas sanções que a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs ao país por causa do suposto plano de enriquecimento de urânio para a fabricação de armas nucleares. O Guardian sublinha também o fato de Ahmadinejad ter perdido vários seguidores importantes, inclusive o de um líder fundamentalista no Parlamento, que teria dito ao presidente para “parar de culpar os outros”.
A matéria explica que as crescentes críticas ao presidente iraniano vêm no momento em que os problemas econômicos do país se agravam. A inflação hoje é mais alta do que quando Ahmadinejad tomou posse há 17 meses, enquanto o índice de desemprego – oficialmente estimado em 12% - não melhorou, indo contra a proposta de sua candidatura, que era a de melhorar a divisão da receita vinda do petróleo.
“As críticas constantes estão aumentando as especulações de que o seu presidente estaria politicamente condenado. Observadores chegaram a sugerir que ele corre até mesmo risco de ser removido de seu cargo”, afirma o texto, que também cita os comentários de um comentarista político iraniano, Eesa Saharkhiz.
Para Saharkhiz, “os dias de ouro de Ahmadinejad estão contados”. “A contagem regressiva para sua saída já começou. É até provável que ele não consiga terminar seu mandato”, afirma o comentarista, segundo o Guardian.
Incômodo também na América Latina
A viagem de Mahmoud Ahmadinejad à América Latina também causou críticas fora de seu país. O jornal espanhol El Pais descreveu uma sensação de “desconforto” criada pela presença do líder iraniano na posse do presidente equatoriano, Rafael Correa.
“A presença em Quito ontem do presidente americano, Mahmoud Ahmadinejad, provocou duas importantes fissuras no bloco emergente de governos de esquerda na América do Sul. O presidente argentino, Néstor Kirchner, evitou viajar à capital equatoriana para assistir à posse de Rafael Correa, cuja candidatura ele apoiou, enquanto o brasileiro Lula da Silva permaneceu somente algumas horas em Quito e sequer participou do banquete oferecido às delegações estrangeiras”, diz o jornal.
De acordo com o El Pais, a presença de um elemento “tão alienígena à região como radical em suas posturas contra os Estados Unidos” criou um mal-estar entre os dois principais participantes do Mercosul, Brasil e Argentina. O governo argentino não mantém boas relações com o Irã por causa de um atentado anti-semita ocorrido em Buenos Aires em 1994, que deixou 85 mortos e os dois países não têm representações diplomáticas entre si.
O El Pais diz que a retórica anti-israelense de Ahmadinejad deixou um mal-estar na comunidade judaica argentina, com quem Kirchner mantém boas relações e que mesmo se o presidente Lula não tem disputas com Teerã, teve de agir diplomaticamente para não se desgastar nem com a Argentina nem com Rafael Correa, a quem recebeu em Brasília.