Associação japonesa busca punição de brasileiros criminosos
da BBC, em Londres
Na tarde do domingo de 17 de outubro de 2005, a dona de casa japonesa Eri Yamoka planejava almoçar fora com o marido e os dois filhos. A família iria comer espaguete, o prato preferido da filha, Riko, de 2 anos, em um restaurante na cidade de Kosai, província de Shizuoka.
O programa de domingo não aconteceu. Ao passar por um cruzamento, um veículo que havia ultrapassado o sinal vermelho bateu no carro dos Yamaoka. A pequena Riko morreu na hora. A motorista que provocou o acidente, uma brasileira, fugiu para o Brasil seis dias depois.
Inconformados por não terem recebido sequer um pedido de desculpas da brasileira, Eri e o marido Hiroaki organizaram um abaixo-assinado pedindo a extradição da brasileira para o Japão.
Recolheram mais de 700 mil assinaturas, inclusive de brasileiros, mas descobriram no final do ano passado que a Constituição brasileira não permite a extradição.
Recentemente, o casal criou a Associação das Vítimas de Crimes Cometidos por Brasileiros e pretendem continuar pressionando os governos do Brasil e do Japão a fazer um acordo para que os acusados possam ser processados e punidos. Eri Yamoka falou à BBC Brasil:
BBC Brasil - Os acusados não podem ser extraditados. De que maneira a senhora espera que eles respondam a processo?
Eri Yamoka - Sei que mudar a legislação criminal é bastante difícil. Mas, não podemos deixar passar. Em primeiro lugar estamos pensando em resolver o caso de 1999 (o de um brasileiro que atropelou uma adolescente japonesa e fugiu para o Brasil), antes que expire o prazo de prescrição. Queremos de alguma forma a punição e que talvez as famílias das vítimas pudessem ir ao Brasil ver de perto o julgamento do culpado. Queremos que os governos dos dois países tenham consideração com a família das vítimas.
BBC Brasil - A associação tem recebido apoio da comunidade brasileira?
Yamoka - Sim, recebemos apoio de várias pessoas da comunidade brasileira que se sensibilizaram com o caso e nos ajudaram com o abaixo-assinado.
BBC Brasil - A associação tem "brasileiros" no nome. A senhora recebeu reclamações da comunidade brasileira?
Yamoka - No início ficamos muito preocupados se esta mobilização não iria causar problemas com a comunidade, mas felizmente não houve nada. Ao contrário, recebemos muita crítica de japoneses, que nos ligavam falando que estávamos discriminando os brasileiros. Mas não estamos fazendo movimentos radicais, e muito menos querendo eliminar os brasileiros daqui. Queremos apenas a justiça.
BBC Brasil - Qual a sua opinião sobre os brasileiros que moram no Japão?
Yamoka - Acho que a maioria dos brasileiros que estão aqui trabalham honestamente. Os que comentem crimes são a minoria. Mas essa minoria não deve ser ignorada. A justiça tem que ser feita. Se não fizermos nada, aí sim é que a discriminação contra brasileiros irá aumentar cada vez mais aqui no Japão.
O programa de domingo não aconteceu. Ao passar por um cruzamento, um veículo que havia ultrapassado o sinal vermelho bateu no carro dos Yamaoka. A pequena Riko morreu na hora. A motorista que provocou o acidente, uma brasileira, fugiu para o Brasil seis dias depois.
Inconformados por não terem recebido sequer um pedido de desculpas da brasileira, Eri e o marido Hiroaki organizaram um abaixo-assinado pedindo a extradição da brasileira para o Japão.
Recolheram mais de 700 mil assinaturas, inclusive de brasileiros, mas descobriram no final do ano passado que a Constituição brasileira não permite a extradição.
Recentemente, o casal criou a Associação das Vítimas de Crimes Cometidos por Brasileiros e pretendem continuar pressionando os governos do Brasil e do Japão a fazer um acordo para que os acusados possam ser processados e punidos. Eri Yamoka falou à BBC Brasil:
BBC Brasil - Os acusados não podem ser extraditados. De que maneira a senhora espera que eles respondam a processo?
Eri Yamoka - Sei que mudar a legislação criminal é bastante difícil. Mas, não podemos deixar passar. Em primeiro lugar estamos pensando em resolver o caso de 1999 (o de um brasileiro que atropelou uma adolescente japonesa e fugiu para o Brasil), antes que expire o prazo de prescrição. Queremos de alguma forma a punição e que talvez as famílias das vítimas pudessem ir ao Brasil ver de perto o julgamento do culpado. Queremos que os governos dos dois países tenham consideração com a família das vítimas.
BBC Brasil - A associação tem recebido apoio da comunidade brasileira?
Yamoka - Sim, recebemos apoio de várias pessoas da comunidade brasileira que se sensibilizaram com o caso e nos ajudaram com o abaixo-assinado.
BBC Brasil - A associação tem "brasileiros" no nome. A senhora recebeu reclamações da comunidade brasileira?
Yamoka - No início ficamos muito preocupados se esta mobilização não iria causar problemas com a comunidade, mas felizmente não houve nada. Ao contrário, recebemos muita crítica de japoneses, que nos ligavam falando que estávamos discriminando os brasileiros. Mas não estamos fazendo movimentos radicais, e muito menos querendo eliminar os brasileiros daqui. Queremos apenas a justiça.
BBC Brasil - Qual a sua opinião sobre os brasileiros que moram no Japão?
Yamoka - Acho que a maioria dos brasileiros que estão aqui trabalham honestamente. Os que comentem crimes são a minoria. Mas essa minoria não deve ser ignorada. A justiça tem que ser feita. Se não fizermos nada, aí sim é que a discriminação contra brasileiros irá aumentar cada vez mais aqui no Japão.