Festival de Sundance perde aura de mostra independente
da BBC, em Londres
O Festival de Cinema de Sundance de 2007, a maior mostra anual de cinema independente dos Estados Unidos, começa nesta quinta-feira vivendo uma mudança de identidade.
Durante dez dias, as ruas da cidade de Park City, no Estado de Utah, vão ficar lotadas com distribuidores, críticos e cinéfilos, que esperam tropeçar no próximo Cães de Aluguel ou Bruxa de Blair.
No entanto, nos últimos anos, o objetivo original do festival - dar destaque a novos talentos - enfrentou uma competição indesejada de estrelas, estúdios e marcas das grandes corporações.
Em 2006, uma visita da herdeira Paris Hilton gerou mais interesse da imprensa do que a maioria dos filmes em competição.
O ator Robert Redford, organizador do Sundance, foi acusado de deixar a visão independente do evento ser seqüestrada por representantes de estúdios e os interesses de grandes negócios.
"Uma vez que o festival alcançou certo nível de notoriedade, as pessoas começaram a chegar com objetivos que eram diferentes dos nossos", disse o ator em 2006. "Algumas vezes, isso tirou o foco do que estamos fazendo."
Mas o ator e diretor insistiu que o foco do festival continua com "artistas que personificam o espírito independente.”.
Polêmica
Em sua primeira encarnação, Sundance lutava para encontrar uma identidade e até mesmo para decolar.
Na verdade, foi apenas depois que o evento ficou sob o domínio do Instituto Sundance, de Redford, em 1985, que começou a deixar sua marca.
Cultivando jovens talentos originais e, freqüentemente, polêmicos, o festival se distanciou de seus adversários maiores e mais famosos.
Mas, atualmente, com o número de visitantes chegando a 40 mil a cada ano, Sundance não pode mais alegar que é o jovem ousado do calendário de festivais de cinema.
O festival não consegue ser páreo no setor de glamour - e nem mesmo de meteorologia - para Cannes ou Veneza, mas não tem problemas para atrair um número semelhante de celebridades.
A programação de 2007 terá filmes dirigidos por Antonio Banderas, Steve Buscemi e Anthony Hopkins.
E os espectadores que tiverem sorte o bastante para conseguir ingressos disputadíssimos, poderão ver filmes com atores como Michael Douglas, Gwyneth Paltrow e Samuel L. Jackson.
A demanda por ingressos tem sido tão alta que os organizadores tiveram que tomar providências para evitar que estes fossem vendidos por leilão online no eBay.
Equilíbrio
É justo afirmar que poucos títulos que participaram de Sundance nesta década tiveram o sucesso global que outros participantes, da década de 90, conseguiram.
"(O festival) não teve tantos lançamentos de grandes nomes recentemente", afirma o jornalista James Mottram, cujo livro, The Sundance Kids, fala sobre a carreira de alguns dos cineastas que tiveram suas grandes estréias em Park City.
"Existe uma pressão incrível para encontrar estes sucessos e não se pode conseguir sucessos todos os anos. Mas isto não significa que eles não estão tentando descobrir talentos todo o tempo", disse.
Mottram concorda que a presença de grandes corporações é agora parte integral do festival, mas afirma que este é um mal necessário.
"Para sobreviver no mercado atual (o festival) precisa entrar com patrocinadores. É um jogo de equilíbrio muito difícil", disse.
Mas o jornalista lembra que, por outro lado, o festival "descobriu" o indicado para melhor comédia no Globo de Ouro 2007, Pequena Miss Sunshine.
Segundo Mottram, foi a resposta muito positiva à sua exibição em Sundance em 2006 que convenceu a Fox Searchlight a pagar US$ 10 milhões pelos direitos de distribuição - um dos maiores acordos da história do festival.
Com a bilheteria global do filme atualmente ultrapassando os US$ 86,5 milhões, soa como uma barganha.
Durante dez dias, as ruas da cidade de Park City, no Estado de Utah, vão ficar lotadas com distribuidores, críticos e cinéfilos, que esperam tropeçar no próximo Cães de Aluguel ou Bruxa de Blair.
No entanto, nos últimos anos, o objetivo original do festival - dar destaque a novos talentos - enfrentou uma competição indesejada de estrelas, estúdios e marcas das grandes corporações.
Em 2006, uma visita da herdeira Paris Hilton gerou mais interesse da imprensa do que a maioria dos filmes em competição.
O ator Robert Redford, organizador do Sundance, foi acusado de deixar a visão independente do evento ser seqüestrada por representantes de estúdios e os interesses de grandes negócios.
"Uma vez que o festival alcançou certo nível de notoriedade, as pessoas começaram a chegar com objetivos que eram diferentes dos nossos", disse o ator em 2006. "Algumas vezes, isso tirou o foco do que estamos fazendo."
Mas o ator e diretor insistiu que o foco do festival continua com "artistas que personificam o espírito independente.”.
Polêmica
Em sua primeira encarnação, Sundance lutava para encontrar uma identidade e até mesmo para decolar.
Na verdade, foi apenas depois que o evento ficou sob o domínio do Instituto Sundance, de Redford, em 1985, que começou a deixar sua marca.
Cultivando jovens talentos originais e, freqüentemente, polêmicos, o festival se distanciou de seus adversários maiores e mais famosos.
Mas, atualmente, com o número de visitantes chegando a 40 mil a cada ano, Sundance não pode mais alegar que é o jovem ousado do calendário de festivais de cinema.
O festival não consegue ser páreo no setor de glamour - e nem mesmo de meteorologia - para Cannes ou Veneza, mas não tem problemas para atrair um número semelhante de celebridades.
A programação de 2007 terá filmes dirigidos por Antonio Banderas, Steve Buscemi e Anthony Hopkins.
E os espectadores que tiverem sorte o bastante para conseguir ingressos disputadíssimos, poderão ver filmes com atores como Michael Douglas, Gwyneth Paltrow e Samuel L. Jackson.
A demanda por ingressos tem sido tão alta que os organizadores tiveram que tomar providências para evitar que estes fossem vendidos por leilão online no eBay.
Equilíbrio
É justo afirmar que poucos títulos que participaram de Sundance nesta década tiveram o sucesso global que outros participantes, da década de 90, conseguiram.
"(O festival) não teve tantos lançamentos de grandes nomes recentemente", afirma o jornalista James Mottram, cujo livro, The Sundance Kids, fala sobre a carreira de alguns dos cineastas que tiveram suas grandes estréias em Park City.
"Existe uma pressão incrível para encontrar estes sucessos e não se pode conseguir sucessos todos os anos. Mas isto não significa que eles não estão tentando descobrir talentos todo o tempo", disse.
Mottram concorda que a presença de grandes corporações é agora parte integral do festival, mas afirma que este é um mal necessário.
"Para sobreviver no mercado atual (o festival) precisa entrar com patrocinadores. É um jogo de equilíbrio muito difícil", disse.
Mas o jornalista lembra que, por outro lado, o festival "descobriu" o indicado para melhor comédia no Globo de Ouro 2007, Pequena Miss Sunshine.
Segundo Mottram, foi a resposta muito positiva à sua exibição em Sundance em 2006 que convenceu a Fox Searchlight a pagar US$ 10 milhões pelos direitos de distribuição - um dos maiores acordos da história do festival.
Com a bilheteria global do filme atualmente ultrapassando os US$ 86,5 milhões, soa como uma barganha.