Fiesp pede 'agenda possível' na relação com os EUA
da BBC, em Londres
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) apresentou ao futuro embaixador em Washington, Antonio Patriota, uma "agenda possível" para as relações entre Brasil e Estados Unidos em 2007.
Para o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Carlos Cavalcanti, embora a Alca seja um "desejo fundamental" do empresariado brasileiro, a entidade renunciou por enquanto ao projeto por entender que não há disposição política nem em Brasília nem em Washington para tanto.
"Nem lá nem cá existe clima nos próximos dois anos para uma negociação ambiciosa de uma área de livre comércio que envolva os Estados Unidos e os outros países das Américas", disse Cavalcanti, que acompanhou a visita de Patriota à sede da entidade nesta quinta-feira.
Cavalcanti cita como fatores complicadores da parte do Brasil "a posição do presidente da República" em relação à Alca e, nos Estados Unidos, a disputa entre o presidente republicano George W. Bush e a oposição democrata, que passou a controlar o Congresso neste ano.
Patriota, que assume o cargo em março, participou de uma reunião com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e outros representantes da entidade, que apresentaram ao embaixador as iniciativas que pretendem tomar para facilitar o comércio bilateral em 2007, no qual a entidade fará dos Estados Unidos sua prioridade internacional número 1.
Todo ano a Fiesp escolhe um país para concentrar seus esforços de incrementação do comércio exterior.
"Nós elencamos uma agenda política, de promoção comercial, de atração de investimentos e de melhora da imagem do Brasil junto ao Congresso americano", disse Cavalcanti.
As medidas, que deverão ser apresentas no mês que vem, visam desburocratizar o comércio, eliminando por exemplo barreiras fitossanitárias e simplificando a legislação alfandegária.
Segundo o diretor, são medidas simples que dispensam grande discussão nos congressos.
Imagem 'distorcida'
Cavalcanti diz considerar necessária a campanha para melhorar a imagem do Brasil pela visão distorcida, "fabricada por setores específicos", que os parlamentares têm do país.
"Há uma idéia de que há conivência com pirataria, trabalho escravo, prostituição infantil. Temos de deixar claro que governo e sociedade se posicionam firmemente contra essas práticas", disse o diretor.
Questionado sobre a afinidade entre as agendas externas do setor privado e do setor público, ele disse que "o governo vai ter a sua agenda e vamos discutir".
Cavalcanti negou que a Fiesp seja contra a aproximação do Brasil com outras economias em desenvolvimento no chamado eixo Sul-Sul.
"O Brasil deve ter comércio com todos os países do mundo. Tudo serve, tudo é necessário", disse o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da entidade.
"Só não concordanos em dizer que porque estamos fazendo (no eixo) Sul-Sul não vamos fazer com os outros, isso é uma bobagem política", concluiu Cavalcanti.
Para o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Carlos Cavalcanti, embora a Alca seja um "desejo fundamental" do empresariado brasileiro, a entidade renunciou por enquanto ao projeto por entender que não há disposição política nem em Brasília nem em Washington para tanto.
"Nem lá nem cá existe clima nos próximos dois anos para uma negociação ambiciosa de uma área de livre comércio que envolva os Estados Unidos e os outros países das Américas", disse Cavalcanti, que acompanhou a visita de Patriota à sede da entidade nesta quinta-feira.
Cavalcanti cita como fatores complicadores da parte do Brasil "a posição do presidente da República" em relação à Alca e, nos Estados Unidos, a disputa entre o presidente republicano George W. Bush e a oposição democrata, que passou a controlar o Congresso neste ano.
Patriota, que assume o cargo em março, participou de uma reunião com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e outros representantes da entidade, que apresentaram ao embaixador as iniciativas que pretendem tomar para facilitar o comércio bilateral em 2007, no qual a entidade fará dos Estados Unidos sua prioridade internacional número 1.
Todo ano a Fiesp escolhe um país para concentrar seus esforços de incrementação do comércio exterior.
"Nós elencamos uma agenda política, de promoção comercial, de atração de investimentos e de melhora da imagem do Brasil junto ao Congresso americano", disse Cavalcanti.
As medidas, que deverão ser apresentas no mês que vem, visam desburocratizar o comércio, eliminando por exemplo barreiras fitossanitárias e simplificando a legislação alfandegária.
Segundo o diretor, são medidas simples que dispensam grande discussão nos congressos.
Imagem 'distorcida'
Cavalcanti diz considerar necessária a campanha para melhorar a imagem do Brasil pela visão distorcida, "fabricada por setores específicos", que os parlamentares têm do país.
"Há uma idéia de que há conivência com pirataria, trabalho escravo, prostituição infantil. Temos de deixar claro que governo e sociedade se posicionam firmemente contra essas práticas", disse o diretor.
Questionado sobre a afinidade entre as agendas externas do setor privado e do setor público, ele disse que "o governo vai ter a sua agenda e vamos discutir".
Cavalcanti negou que a Fiesp seja contra a aproximação do Brasil com outras economias em desenvolvimento no chamado eixo Sul-Sul.
"O Brasil deve ter comércio com todos os países do mundo. Tudo serve, tudo é necessário", disse o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da entidade.
"Só não concordanos em dizer que porque estamos fazendo (no eixo) Sul-Sul não vamos fazer com os outros, isso é uma bobagem política", concluiu Cavalcanti.