Mercosul enfrenta dilema por causa da Venezuela, diz 'NYT'
da BBC, em Londres
Os líderes sul-americanos reunidos no Rio para a cúpula do Mercosul estão diante de um impasse, segundo o jornal americano The New York Times desta sexta-feira.
"A questão é polêmica: o Mercosul deve continuar a enfatizar a integração econômica, como querem Brasil e Argentina, ou deve se transformar em uma aliança política de cunho 'anti-imperialista', como defende o presidente venezuelano Hugo Chávez?", diz o artigo.
O jornal entrevista representantes brasileiros que se queixam da atual situação do Mercosul. Um deles é o ex-embaixador do Brasil em Londres e em Washington Rubens Barbosa, que qualifica o bloco como "uma bagunça".
"A União Européia negocia os termos de entrada de novos países antes que isso ocorra. Mas aqui, fizemos o contrário, o que é uma loucura, porque agora a Venezuela não quer aceitar as condições impostas aos membros", disse Barbosa ao New York Times.
Já o ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia qualifica como "um erro tremendo" a entrada da Venezuela no Mercosul.
"Os outros países estão começando a perceber que caíram em uma armadilha. Eles achavam que podiam influenciar Chávez. Mas ele é o dono da bola, é rico e poderoso, e fala e faz o que quer", declarou Lampreia ao jornal.
O impasse com a Venezuela também é destaque no diário espanhol El País, que afirma que "a diplomacia brasileira, uma potente maquinaria de especialistas, quer que Lula peça a Chávez que explique onde quer levar sua política de nacionalização da energia".
Segundo o jornal, este é um aspecto vital para a integração e a estabilidade do continente.
Fiasco
Na Argentina, o La Nación comenta que o encontro fechado de presidentes sul-americanos, realizado na tarde de quinta-feira e anunciado como sendo o ponto alto da cúpula do Mercosul no Rio, foi um fiasco.
"Foi dito que a chamada Jornada da Reflexão seria o espaço para que os presidentes falassem o que quisessem. Houve até quem afirmasse que o encontro seria como o conclave do Vaticano", diz o diário.
De acordo com o La Nación, a ausência do presidente uruguaio Tabaré Vázquez ajudou a esvaziar o encontro. Mas o principal motivo foi o fato de as atenções estarem voltadas para o trio formado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo líder venezuelano Hugo Chávez e pelo argentino Nestor Kirchner.
"Segundo uma fonte que está hospedada no quarto andar do Copacabana Palace, onde também dormem os presidentes, não era necessária toda esta cena, já que o que Lula, Chávez e Kirchner têm a dizer será dito entre eles, e não na frente de todos", relata o jornal.
Evangélicos na Flórida
Nos Estados Unidos, o diário Miami Herald diz que a prisão dos líderes da Igreja Renascer, Sonia e Estevam Hernandes, na semana passada está preocupando os religiosos brasileiros que atuam na Flórida.
O jornal cita o pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista Brasileira no Sul da Flórida, que teme que outros religiosos sejam perseguidos.
"Vários pastores que estão fazendo um trabalho sério na Flórida serão afetados. No Brasil, muitas igrejas maiores são construídas em torno do líder e têm apenas uma pessoa controlando o dinheiro", diz Silair ao jornal. "Mas a maioria das igrejas dos Estados Unidos têm uma diretoria que cuida do dinheiro."
Também em entrevista ao Miami Herald, o presidente da Associação de Pastores Evangélicos da Flórida, Moisés Monteiro, lembra que "sempre vai haver bons pastores, que trabalham honestamente, e maus pastores, desonestos".
O jornal diz que tentou entrevistar o advogado dos Hernandes na cidade, sem sucesso. O casal também teria mudado o telefone da casa que possui em um condomínio de luxo em Boca Raton, avaliada em US$ 720 mil.
"A questão é polêmica: o Mercosul deve continuar a enfatizar a integração econômica, como querem Brasil e Argentina, ou deve se transformar em uma aliança política de cunho 'anti-imperialista', como defende o presidente venezuelano Hugo Chávez?", diz o artigo.
O jornal entrevista representantes brasileiros que se queixam da atual situação do Mercosul. Um deles é o ex-embaixador do Brasil em Londres e em Washington Rubens Barbosa, que qualifica o bloco como "uma bagunça".
"A União Européia negocia os termos de entrada de novos países antes que isso ocorra. Mas aqui, fizemos o contrário, o que é uma loucura, porque agora a Venezuela não quer aceitar as condições impostas aos membros", disse Barbosa ao New York Times.
Já o ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia qualifica como "um erro tremendo" a entrada da Venezuela no Mercosul.
"Os outros países estão começando a perceber que caíram em uma armadilha. Eles achavam que podiam influenciar Chávez. Mas ele é o dono da bola, é rico e poderoso, e fala e faz o que quer", declarou Lampreia ao jornal.
O impasse com a Venezuela também é destaque no diário espanhol El País, que afirma que "a diplomacia brasileira, uma potente maquinaria de especialistas, quer que Lula peça a Chávez que explique onde quer levar sua política de nacionalização da energia".
Segundo o jornal, este é um aspecto vital para a integração e a estabilidade do continente.
Fiasco
Na Argentina, o La Nación comenta que o encontro fechado de presidentes sul-americanos, realizado na tarde de quinta-feira e anunciado como sendo o ponto alto da cúpula do Mercosul no Rio, foi um fiasco.
"Foi dito que a chamada Jornada da Reflexão seria o espaço para que os presidentes falassem o que quisessem. Houve até quem afirmasse que o encontro seria como o conclave do Vaticano", diz o diário.
De acordo com o La Nación, a ausência do presidente uruguaio Tabaré Vázquez ajudou a esvaziar o encontro. Mas o principal motivo foi o fato de as atenções estarem voltadas para o trio formado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo líder venezuelano Hugo Chávez e pelo argentino Nestor Kirchner.
"Segundo uma fonte que está hospedada no quarto andar do Copacabana Palace, onde também dormem os presidentes, não era necessária toda esta cena, já que o que Lula, Chávez e Kirchner têm a dizer será dito entre eles, e não na frente de todos", relata o jornal.
Evangélicos na Flórida
Nos Estados Unidos, o diário Miami Herald diz que a prisão dos líderes da Igreja Renascer, Sonia e Estevam Hernandes, na semana passada está preocupando os religiosos brasileiros que atuam na Flórida.
O jornal cita o pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista Brasileira no Sul da Flórida, que teme que outros religiosos sejam perseguidos.
"Vários pastores que estão fazendo um trabalho sério na Flórida serão afetados. No Brasil, muitas igrejas maiores são construídas em torno do líder e têm apenas uma pessoa controlando o dinheiro", diz Silair ao jornal. "Mas a maioria das igrejas dos Estados Unidos têm uma diretoria que cuida do dinheiro."
Também em entrevista ao Miami Herald, o presidente da Associação de Pastores Evangélicos da Flórida, Moisés Monteiro, lembra que "sempre vai haver bons pastores, que trabalham honestamente, e maus pastores, desonestos".
O jornal diz que tentou entrevistar o advogado dos Hernandes na cidade, sem sucesso. O casal também teria mudado o telefone da casa que possui em um condomínio de luxo em Boca Raton, avaliada em US$ 720 mil.