João Paulo 2º pensou em renunciar em 2000, diz auxiliar

da BBC, em Londres

O papa João Paulo 2º considerou renunciar ao cargo devido a problemas de saúde em 2000, cinco anos antes de sua morte, afirmou um auxiliar do pontífice.

A informação faz parte do livro de memórias Uma vida com Karol, que será lançado em fevereiro pelo cardeal Stanislaw Dziwisz.

O cardeal serviu como auxiliar de João Paulo 2º por quatro décadas.

Segundo Dziwisz, o papa, que morreu aos 84 anos em abril de 2005, também considerou mudar as regras da igreja para permitir que pontífices pudessem se aposentar aos 80 anos.

Atentado em 1981

Logo após a morte do papa, houve especulações de que João Paulo 2º havia considerado a possibilidade de renunciar em 2000. Agora, pela primeira vez, um dos seus auxiliares mais próximos confirma os rumores.

De acordo com um correspondente da BBC em Roma, as memórias de Dziwisz trazem um relato raro da intimidade do polonês, revelando algumas opiniões, esperanças e medos do pontífice ao longo de vários momentos críticos de seu longo papado.

Dziwisz diz que tanto ele quanto João Paulo 2º acreditavam que a União Soviética esteve por trás do atentado que quase matou o papa em 1981.

“Todos os caminhos levam à (ex-agência soviética de inteligência) KGB”, escreve o cardeal, apesar de não ter nenhuma prova.

Apesar de Moscou ter negado envolvimento com a tentativa de assassinato, o ex-auxiliar afirma que João Paulo 2º, que era favorável ao movimento anti-União Soviética na Polônia, era visto como uma ameaça aos soviéticos.

Dziwisz estava ao lado de João Paulo 2º quando o papa foi alvejado pelo turco Mehmet Ali Agca, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

“Ele foi enviado por aqueles que pensavam que o papa era perigoso, inconveniente, por aqueles que o temiam”, escreve o cardeal em seu livro.


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