Europa poderá melhorar sua oferta agrícola na OMC
da BBC, em Londres
A União Européia está disposta a enfrentar a oposição francesa e melhorar sua oferta de abertura do setor agrícola a fim de retomar as negociações sobre a Rodada de Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC), paralisadas desde julho do ano passado.
Essa será a mensagem levada pelo comissário europeu de Comércio Exterior, Peter Mandelson, aos negociadores de 30 países que se reunirão no próximo sábado na cidade suíça de Davos, ao final do Fórum Econômico Mundial, para discutir o programa de liberalização da OMC.
Em um debate no Parlamento Europeu, nesta terça-feira, Mandelson afirmou que o corte nas tarifas para a entrada de produtos agrícolas na União Européia chegará “muito próximo” aos 56% pedidos pelo G 20, que reúne os países em desenvolvimento, sob o comando do Brasil.
Entretanto, negou a informação publicada esta semana pelo jornal britânico Financial Times de que sua proposta seria reduzir em 54% essas taxas, em troca de que os Estados Unidos diminuam para US$ 17 bilhões os subsídios a seus agricultores.
França
A última oferta da União Européia para a agricultura, apresentada em outubro de 2005, falava em uma diminuição de 39% nas tarifas de importação. Desde então, o comissário europeu tem afirmado extraoficialmente que o corte poderia chegar a 51,5%, uma cifra que nunca chegou a ser apresentada devido à oposição da França, que a considera exagerada.
Perguntado sobre a posição francesa a respeito de uma proposta mais ousada, Mandelson recordou que “não existe o veto por um único Estado membro”.
“Pelo menos enquanto eu exercer meu mandato”, alfinetou.
Minutos antes, a ministra de Comércio Exterior da França, Chritine Lagarde, disse ao mesmo grupo de parlamentares que a cifra publicada pelo Financial Times “é totalmente impossível e irreal”.
“Daria uma vantagem desproporcional aos americanos”, defendeu. “Não se trata de protecionismo, mas sim de criar um acesso justo a todos os países”.
Retomada
Apesar de recordar que a reunião de Davos não será para propostas, Mandelson disse que vai ao encontro seguro de que sua postura incentivará o movimento de seus homólogos e abrirá espaço para a retomada das negociações.
Seu otimismo é compartilhado pelo diretor da OMC, Pascal Lamy, que esteve em Bruxelas também nesta terça-feira para uma série de reuniões com a Comissão Européia.
“Este ano começou com muita atividade política e muita vontade de concretizar um acordo. Os líderes mundiais se deram conta de que o tamanho de um fracasso (com Doha) será muito desproporcional ao preço de um sucesso”, afirmou.
Lamy também descartou a possibilidade de ele próprio elaborar um acordo prévio, que pressionaria os países envolvidos a negociar.
“Isso seria uma possibilidade muito arriscada para a Organização.”
Essa será a mensagem levada pelo comissário europeu de Comércio Exterior, Peter Mandelson, aos negociadores de 30 países que se reunirão no próximo sábado na cidade suíça de Davos, ao final do Fórum Econômico Mundial, para discutir o programa de liberalização da OMC.
Em um debate no Parlamento Europeu, nesta terça-feira, Mandelson afirmou que o corte nas tarifas para a entrada de produtos agrícolas na União Européia chegará “muito próximo” aos 56% pedidos pelo G 20, que reúne os países em desenvolvimento, sob o comando do Brasil.
Entretanto, negou a informação publicada esta semana pelo jornal britânico Financial Times de que sua proposta seria reduzir em 54% essas taxas, em troca de que os Estados Unidos diminuam para US$ 17 bilhões os subsídios a seus agricultores.
França
A última oferta da União Européia para a agricultura, apresentada em outubro de 2005, falava em uma diminuição de 39% nas tarifas de importação. Desde então, o comissário europeu tem afirmado extraoficialmente que o corte poderia chegar a 51,5%, uma cifra que nunca chegou a ser apresentada devido à oposição da França, que a considera exagerada.
Perguntado sobre a posição francesa a respeito de uma proposta mais ousada, Mandelson recordou que “não existe o veto por um único Estado membro”.
“Pelo menos enquanto eu exercer meu mandato”, alfinetou.
Minutos antes, a ministra de Comércio Exterior da França, Chritine Lagarde, disse ao mesmo grupo de parlamentares que a cifra publicada pelo Financial Times “é totalmente impossível e irreal”.
“Daria uma vantagem desproporcional aos americanos”, defendeu. “Não se trata de protecionismo, mas sim de criar um acesso justo a todos os países”.
Retomada
Apesar de recordar que a reunião de Davos não será para propostas, Mandelson disse que vai ao encontro seguro de que sua postura incentivará o movimento de seus homólogos e abrirá espaço para a retomada das negociações.
Seu otimismo é compartilhado pelo diretor da OMC, Pascal Lamy, que esteve em Bruxelas também nesta terça-feira para uma série de reuniões com a Comissão Européia.
“Este ano começou com muita atividade política e muita vontade de concretizar um acordo. Os líderes mundiais se deram conta de que o tamanho de um fracasso (com Doha) será muito desproporcional ao preço de um sucesso”, afirmou.
Lamy também descartou a possibilidade de ele próprio elaborar um acordo prévio, que pressionaria os países envolvidos a negociar.
“Isso seria uma possibilidade muito arriscada para a Organização.”