Para 'Clarín', pacote pode marcar 'fim da era Palocci'
da BBC, em Londres
O pacote econômico anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva “tem pouca relação com a visão econômica que imperou durante seu primeiro mandato” e pode marcar o fim da “era Palocci”, na avaliação de artigo publicado nesta terça-feira pelo diário argentino Clarín.
Para o colunista Oscar Raúl Cardoso, “à primeira vista o projeto de investimento de mais de US$ 230 bilhões em infra-estrutura é uma espécie de choque neo-keynesiano que guarda uma distância assombrosa com o esquema Palocci, que apostava em uma difícil combinação de ajuste fiscal, reformas microeconômicas e estabilidade para produzir crescimento”.
Mas ele avalia, porém, que o novo plano não é, em princípio, um distanciamento de Lula do neoliberalismo que marcou seu primeiro mandato.
“Lula se comprometeu a não aliviar o superávit fiscal e a não modificar as regras de flutuação do valor do real”, afirma o colunista. “Não está claro, porém, como fará para fazer compatível um investimento estatal de mais de US$ 30 bilhões entre 2007 e 2010 com um superávit primário alto.”
"Audaz"
O também argentino La Nación classifica o pacote brasileiro de “audaz” e observa que “o crescimento é um dos pedidos que mais fazem a Lula os dirigentes políticos e econômicos”.
“Apesar de sua economia ser a maior da América do Sul, o Brasil exibe um crescimento menor do que o da Argentina, seu principal sócio no Mercosul”, comenta o jornal.
“No bloco também se nutrem as expectativas de um maior ritmo de expansão no gigante da região: a ativação do mercado interno brasileiro poderia representar melhores oportunidades de exportação para os países associados”, diz a reportagem.
O jornal avalia que o plano “representa uma mudança moderada, com matizes ‘desenvolvimentistas’, na política econômica de Lula, que até agora havia estado dominada pela ortodoxia e por um gasto público restrito”.
Em outra reportagem, porém, o jornal relata que “o anúncio do presidente brasileiro foi recebido com ceticismo e preocupação pela falta de precisões sobre a redução do gasto público e sobre a origem dos fundos que financiarão as obras públicas”.
Benefícios para a Argentina
O diário econômico argentino El Cronista Comercial, por sua vez, observa que alguns analistas econômicos consultados consideram que o pacote será benéfico para a economia argentina e que pode ajudar a aumentar as exportações para o Brasil e a reduzir o déficit comercial com o vizinho.
O espanhol El País também publicou reportagem sobre o pacote, observando que “no lugar de privilegiar o controle do gasto público, impor um duríssimo ajuste monetário e assegurar taxas elevadas de superávit primário, tal como quis o demitido ministro da Fazenda Antonio Palocci, a nova etapa pretende exatamente o contrário”.
“A política econômica de Lula, que iniciou este mês seu segundo mandato em quatro anos, se centrará agora em aumentar significativamente o volume de investimentos públicos, reduzir a carga fiscal de vários setores e diminuir o superávit, transformando gastos em investimentos”, diz a reportagem.
O jornal comenta que o presidente brasileiro pretende, “desta forma, sair do fraquíssimo ritmo de crescimento (cerca de 3% ao ano) que marcou seu primeiro mandato, uma das taxas mais baixas da América Latina”.
Para o colunista Oscar Raúl Cardoso, “à primeira vista o projeto de investimento de mais de US$ 230 bilhões em infra-estrutura é uma espécie de choque neo-keynesiano que guarda uma distância assombrosa com o esquema Palocci, que apostava em uma difícil combinação de ajuste fiscal, reformas microeconômicas e estabilidade para produzir crescimento”.
Mas ele avalia, porém, que o novo plano não é, em princípio, um distanciamento de Lula do neoliberalismo que marcou seu primeiro mandato.
“Lula se comprometeu a não aliviar o superávit fiscal e a não modificar as regras de flutuação do valor do real”, afirma o colunista. “Não está claro, porém, como fará para fazer compatível um investimento estatal de mais de US$ 30 bilhões entre 2007 e 2010 com um superávit primário alto.”
"Audaz"
O também argentino La Nación classifica o pacote brasileiro de “audaz” e observa que “o crescimento é um dos pedidos que mais fazem a Lula os dirigentes políticos e econômicos”.
“Apesar de sua economia ser a maior da América do Sul, o Brasil exibe um crescimento menor do que o da Argentina, seu principal sócio no Mercosul”, comenta o jornal.
“No bloco também se nutrem as expectativas de um maior ritmo de expansão no gigante da região: a ativação do mercado interno brasileiro poderia representar melhores oportunidades de exportação para os países associados”, diz a reportagem.
O jornal avalia que o plano “representa uma mudança moderada, com matizes ‘desenvolvimentistas’, na política econômica de Lula, que até agora havia estado dominada pela ortodoxia e por um gasto público restrito”.
Em outra reportagem, porém, o jornal relata que “o anúncio do presidente brasileiro foi recebido com ceticismo e preocupação pela falta de precisões sobre a redução do gasto público e sobre a origem dos fundos que financiarão as obras públicas”.
Benefícios para a Argentina
O diário econômico argentino El Cronista Comercial, por sua vez, observa que alguns analistas econômicos consultados consideram que o pacote será benéfico para a economia argentina e que pode ajudar a aumentar as exportações para o Brasil e a reduzir o déficit comercial com o vizinho.
O espanhol El País também publicou reportagem sobre o pacote, observando que “no lugar de privilegiar o controle do gasto público, impor um duríssimo ajuste monetário e assegurar taxas elevadas de superávit primário, tal como quis o demitido ministro da Fazenda Antonio Palocci, a nova etapa pretende exatamente o contrário”.
“A política econômica de Lula, que iniciou este mês seu segundo mandato em quatro anos, se centrará agora em aumentar significativamente o volume de investimentos públicos, reduzir a carga fiscal de vários setores e diminuir o superávit, transformando gastos em investimentos”, diz a reportagem.
O jornal comenta que o presidente brasileiro pretende, “desta forma, sair do fraquíssimo ritmo de crescimento (cerca de 3% ao ano) que marcou seu primeiro mandato, uma das taxas mais baixas da América Latina”.