Doha: Próximo passo não será dos EUA, dizem ex-embaixadores
da BBC, em Londres
Os ex-embaixadores americanos no Brasil James Ferrer e Anthony Huntington acreditam que não cabe aos Estados Unidos dar o próximo passo no corte de subsídios agrícolas, com vistas a ressuscitar a Rodada de Doha.
Brasil, União Européia e Estados Unidos têm jogado um sobre o outro a responsabilidade de fazer mais concessões que poderiam levar à ressurreição da rodada que visa estabelecer uma liberalização do comércio mundial.
No entender de James Ferrer, diretor do Instituto de Estudos Brasileiros da George Washington University, em Washington, e ex-embaixador americano no Brasil no final da década de 1980, ''os Estados Unidos já fizeram uma oferta inicial e agora esperam que os europeus respondam, mas acho muito difícil que eles o façam".
"E para o Brasil vai ser muito difícil fazer alguma coisa se os países industrializados não agirem primeiro. Comenta-se que os europeus estão dispostos a fazer concessões, seria uma mudança positiva. Mas não sou muito otimista'', acrescenta Ferrer.
Por conta disso, Ferrer não crê que haverá progressos no encontro que o ministro Celso Amorim deverá ter com a representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
''É muito difícil prever uma abertura. Depende muito dos europeus, mas a política interna deles impede uma redução significativa da proteção. E se a Europa não baixar suas tarifas, então, os Estados Unidos também não irão baixar. E o Brasil também não vai baixar'', afirma.
"Sinal conjunto"
Já o ex-embaixador e atual presidente da consultoria Stonebridge International, Anthony Huntington, acredita que cada participante do processo tem de sinalizar sua intenção de fazer concessões, não cabendo aos Estados Unidos o primeiro passo.
''Em matérias delicadas, como negociações comerciais, é quase como se cada um tivesse sinalizar para o outro a intenção de que pode ceder. Então, cada um dá um passo adiante. Provavelmente os Estados Unidos e a União Européia precisam dar um sinal conjunto de que estão dispostos a fazer essa movimentação, para que outros países, como o Brasil, possam encontrá-los na metade do caminho.''
Huntington não compartilha do ceticismo de Ferrer, mas tampouco se julga um otimista.
''Não me definiria como um otimista. Esperançoso seria melhor. É do interesse mundial que haja progresso. E interessa tanto ao Brasil como aos Estados Unidos que a Rodada de Doha seja levada adiante.''
Brasil, União Européia e Estados Unidos têm jogado um sobre o outro a responsabilidade de fazer mais concessões que poderiam levar à ressurreição da rodada que visa estabelecer uma liberalização do comércio mundial.
No entender de James Ferrer, diretor do Instituto de Estudos Brasileiros da George Washington University, em Washington, e ex-embaixador americano no Brasil no final da década de 1980, ''os Estados Unidos já fizeram uma oferta inicial e agora esperam que os europeus respondam, mas acho muito difícil que eles o façam".
"E para o Brasil vai ser muito difícil fazer alguma coisa se os países industrializados não agirem primeiro. Comenta-se que os europeus estão dispostos a fazer concessões, seria uma mudança positiva. Mas não sou muito otimista'', acrescenta Ferrer.
Por conta disso, Ferrer não crê que haverá progressos no encontro que o ministro Celso Amorim deverá ter com a representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
''É muito difícil prever uma abertura. Depende muito dos europeus, mas a política interna deles impede uma redução significativa da proteção. E se a Europa não baixar suas tarifas, então, os Estados Unidos também não irão baixar. E o Brasil também não vai baixar'', afirma.
"Sinal conjunto"
Já o ex-embaixador e atual presidente da consultoria Stonebridge International, Anthony Huntington, acredita que cada participante do processo tem de sinalizar sua intenção de fazer concessões, não cabendo aos Estados Unidos o primeiro passo.
''Em matérias delicadas, como negociações comerciais, é quase como se cada um tivesse sinalizar para o outro a intenção de que pode ceder. Então, cada um dá um passo adiante. Provavelmente os Estados Unidos e a União Européia precisam dar um sinal conjunto de que estão dispostos a fazer essa movimentação, para que outros países, como o Brasil, possam encontrá-los na metade do caminho.''
Huntington não compartilha do ceticismo de Ferrer, mas tampouco se julga um otimista.
''Não me definiria como um otimista. Esperançoso seria melhor. É do interesse mundial que haja progresso. E interessa tanto ao Brasil como aos Estados Unidos que a Rodada de Doha seja levada adiante.''