O governo espanhol assinou com as grandes redes de lojas um acordo para tirar das vitrines do país todos os manequins expondo roupas de tamanho menor que 40 (38 na escala espanhola).

O entendimento para "promover uma imagem saudável" da moda foi amparado por grandes grupos do setor têxtil como El Corte Inglês, Mango, Zara e Cortefiel, que se comprometeram a realizar a troca nos próximos cinco anos.

"Não é razoável em uma sociedade moderna e avançada que se criem estereótipos de beleza afastados da realidade social da comunidade", disse a ministra espanhola da Saúde, Elena Salgado.

"É um compromisso de todos que beleza e saúde andem de mãos dadas."

O acordo prevê também que roupas de manequim 48 (46 na escala espanhola) não sejam mais consideradas como "de tamanho especial".

Modelo ideal

A Espanha é um dos países que mais têm visto iniciativas para evitar que a modelos de beleza baseados em um corpo magro e popularizados a partir das passarelas acabem se transformando em uma obsessão para mulheres suscetíveis a desenvolver distúrbios alimentares.

"O modelo ideal de beleza, associado às vezes a uma excessiva magreza e à busca permanente da juventude, é inalcançável para a maioria das pessoas, e pode contribuir para provocar, em casos extremos, transtornos graves de saúde", disse a ministra.

No ano passado, em uma decisão que vai ao encontro da linha oficial, a Semana da Moda de Madri, um dos mais prestigiosos eventos do setor na Espanha, barrou um terço das candidatas à modelo alegando magreza excessiva das moças.

O governo espanhol não precisou, entretanto, qual seria o "modelo de beleza" da mulher espanhola.

Elena Salgado informou que um estudo com 8,5 mil mulheres em todo o país será realizado ao longo de 2007 para revelar quais são as medidas médias do biótipo feminino no país.