Cientistas descobrem parte do cérebro ligada ao vício

da BBC, em Londres

Cientistas americanos disseram que a identificação de uma zona no cérebro que está relacionada à vontade de fumar e outro vícios pode resultar no desenvolvimento de uma cura 'cirúrgica' para dependências nocivas à saúde.

Segundo os autores de um estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia e da Universidade de Iowa, pessoas que sofrem de danos nessa área, chamada ínsula, têm mais facilidade de deixar de fumar.

Os cientistas relataram que um homem que fumava 40 cigarros por dia parou imediatamente depois que sua ínsula foi danificada por um derrame cerebral.

Os pesquisadores disseram que uma cirurgia nessa parte do cérebro poderia ajudar a combater vícios do paciente. Medicamentos também poderiam ser desenvolvidos nesse sentido.

Ínsula

"A ínsula também é responsável por muitas funções normais diárias, por isso pretendíamos interferir apenas nas funções que podem interromper maus hábitos, como o de fumar", disse o principal autor do estudo, Antoine Bechara.

Conforme os pesquisadores, a ínsula recebe informações de outras partes do corpo e, acredita-se, ajuda a traduzir esses sinais em impulsos que podem ser sentidos subjetivamente, como a fome, a dor ou a ânsia.

A descoberta foi feita por meio de estudos em 69 pacientes que sofreram danos cerebrais.

Entre os 19 pacientes que haviam sofrido danos na ínsula, 13 deixaram de fumar. Destes, 12 deixaram o vício com facilidade e sem a ânsia de fumar um cigarro, que é o maior problema enfrentado pelas pessoas que tentam abandonar o fumo.

De acordo com os cientistas, a ínsula também pode estar envolvida em outros tipos de vícios, levantando a possibilidade de que a descoberta possa levar a novos tratamentos para alcoólatras e viciados em drogas.

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