Metade dos brasileiros retirados do Líbano já voltou
da BBC, em Londres
Cinco meses depois da operação do Itamaraty para retirada de três mil cidadãos brasileiros do Líbano, durante o conflito entre o Hezbollah e Israel em agosto, metade das pessoas já retornaram ao território libanês. A avaliação é do consulado brasileiro em Beirute.
A grande maioria das pessoas tinha dupla nacionalidade, mas também havia turistas do Brasil e libaneses acompanhando parentes brasileiros.
“Não temos nenhuma contagem oficial, mas em contatos com a comunidade brasileira aqui no Líbano constatamos que pelo menos a metade destas pessoas já está aqui de volta”, explica o cônsul brasileiro Michael Gepp.
Segundo o diplomata, há informações de que algumas pessoas estariam com dificuldades financeiras para conseguir sair do Brasil e voltar agora para o Líbano, mas que não há nada que o governo brasileiro possa fazer nesses casos.
“Na época em que estávamos fazendo a retirada, houve pessoas que perguntaram se iríamos depois da guerra trazer gente de volta para o Líbano. Desde então, já explicávamos que esta não era função do governo brasileiro, que estava ali fazendo uma repatriação de seus nacionais.”
Vale do Bekaa
O maior grupo saiu do Vale do Bekaa, na fronteira com a Síria, onde se concentra a comunidade brasileira no Líbano. Em algumas pequenas cidades do Vale, o português é um idioma tão comum quanto o árabe.
A comerciante brasileira Aisha Hijazi foi com os três filhos do Vale do Bekaa para o Brasil numa das viagens organizadas pelo consulado, no dia 8 de agosto do ano passado. Seu marido libanês ficou no país.
“Já queríamos ter voltado para cá em setembro, mas além de as passagens estarem caras, os vôos estavam lotados. Só conseguimos chegar ao Líbano em primeiro de janeiro”, conta ela, que ficou no Brasil com a família em Rondônia.
Ela diz que sabe de outros brasileiros-libaneses que também fugiram para o Brasil com medo da guerra e agora enfrentam dificuldades para voltar.
“Muita gente sabia que teria dificuldade para voltar, mas foi embora mesmo assim, porque estava com medo da guerra. Mas depois, no Brasil, as pessoas têm muita dificuldade para conseguir um emprego ou iniciar um negócio que lhe permita arrumar dinheiro para voltar para casa”, diz ela.
Documentação
O comerciante libanês-brasileiro Khaled Haimur agiu como uma espécie de líder informal da comunidade brasileira durante o período da guerra, ajudando as autoridades a organizarem os comboios que retiraram as pessoas do Bekaa.
Ele diz que naquela região “pelo menos metade” das pessoas que fugiram já voltou para o Bekaa. Haimur diz que diversas delas tem problemas agora porque não estavam com a documentação em ordem.
“Teve muita gente que estava sem o passaporte e acabou indo com documentos de viagem provisórios e agora está com dificuldades para colocar a situação em ordem e voltar para cá”, diz.
Segundo ele, a readaptação ao Líbano, de quem havia viajado, foi rápida, mas agora muita gente está ficando tensa de novo com a recente onda de violência que vem ameaçando o país.
A grande maioria das pessoas tinha dupla nacionalidade, mas também havia turistas do Brasil e libaneses acompanhando parentes brasileiros.
“Não temos nenhuma contagem oficial, mas em contatos com a comunidade brasileira aqui no Líbano constatamos que pelo menos a metade destas pessoas já está aqui de volta”, explica o cônsul brasileiro Michael Gepp.
Segundo o diplomata, há informações de que algumas pessoas estariam com dificuldades financeiras para conseguir sair do Brasil e voltar agora para o Líbano, mas que não há nada que o governo brasileiro possa fazer nesses casos.
“Na época em que estávamos fazendo a retirada, houve pessoas que perguntaram se iríamos depois da guerra trazer gente de volta para o Líbano. Desde então, já explicávamos que esta não era função do governo brasileiro, que estava ali fazendo uma repatriação de seus nacionais.”
Vale do Bekaa
O maior grupo saiu do Vale do Bekaa, na fronteira com a Síria, onde se concentra a comunidade brasileira no Líbano. Em algumas pequenas cidades do Vale, o português é um idioma tão comum quanto o árabe.
A comerciante brasileira Aisha Hijazi foi com os três filhos do Vale do Bekaa para o Brasil numa das viagens organizadas pelo consulado, no dia 8 de agosto do ano passado. Seu marido libanês ficou no país.
“Já queríamos ter voltado para cá em setembro, mas além de as passagens estarem caras, os vôos estavam lotados. Só conseguimos chegar ao Líbano em primeiro de janeiro”, conta ela, que ficou no Brasil com a família em Rondônia.
Ela diz que sabe de outros brasileiros-libaneses que também fugiram para o Brasil com medo da guerra e agora enfrentam dificuldades para voltar.
“Muita gente sabia que teria dificuldade para voltar, mas foi embora mesmo assim, porque estava com medo da guerra. Mas depois, no Brasil, as pessoas têm muita dificuldade para conseguir um emprego ou iniciar um negócio que lhe permita arrumar dinheiro para voltar para casa”, diz ela.
Documentação
O comerciante libanês-brasileiro Khaled Haimur agiu como uma espécie de líder informal da comunidade brasileira durante o período da guerra, ajudando as autoridades a organizarem os comboios que retiraram as pessoas do Bekaa.
Ele diz que naquela região “pelo menos metade” das pessoas que fugiram já voltou para o Bekaa. Haimur diz que diversas delas tem problemas agora porque não estavam com a documentação em ordem.
“Teve muita gente que estava sem o passaporte e acabou indo com documentos de viagem provisórios e agora está com dificuldades para colocar a situação em ordem e voltar para cá”, diz.
Segundo ele, a readaptação ao Líbano, de quem havia viajado, foi rápida, mas agora muita gente está ficando tensa de novo com a recente onda de violência que vem ameaçando o país.