Povo não tem notícia sobre Fidel, diz blogueiro cubano
da BBC, em Londres
A maioria dos habitantes de Cuba não tem informações sobre a saúde de Fidel Castro e sofre com a incerteza sobre se ele voltará ou não ao poder, segundo um blogueiro cubano ouvido pela BBC.
Segundo o blogueiro que se identifica como “El Cubano de la Isla” (ou “O Cubano da Ilha”), autor do site Mi Isla al Mediodia (Minha ilha ao meio-dia), discutir o tema é difícil para os habitantes do país, mesmo pela internet. O acesso à rede no país é restrito e controlado pelo governo.
A BBC conversou por e-mail com o blogueiro cubano, que comentou o clima no país em relação à enfermidade do presidente.
“Os cubanos não sabem exatamente o que há de errado com Fidel, mas todos sabem que ele não está bem”, diz o blogueiro. “As pessoas acham que se ele estivesse bem de saúde já teria aparecido na TV, mesmo se fosse só para dizer algumas palavras à sua população.”
"Velho"
Fidel se afastou do poder no fim de julho para passar por uma cirurgia no intestino, e desde então não foi mais visto em público. As últimas imagens dele pela TV foram transmitidas no dia 30 de outubro.
Segundo o blogueiro, as imagens mais recentes de Fidel “mostram um Fidel muito velho para retornar ao poder, mesmo se sua saúde se recuperar”.
“Todos em Cuba, mesmo seus inimigos, reconhecem sua estatura como personalidade e a maneira como se eleva sobre a vida do país com sua mera presença, mas essa imagem de poder e magnificência foi diminuída recentemente”, avalia. “Tudo o que vemos agora é um homem idoso.”
Segundo ele, “as pessoas sabem que, quando ele morrer, um processo de mudança começará em Cuba, mas enquanto muitos cubanos esperam por essa mudança, também têm medo ao mesmo tempo”.
O blogueiro diz que o clima nas ruas hoje é mais aberto a discussões políticas, mas o mesmo não ocorre na internet. “O Estado monopoliza 100% da informação que um cubano normal recebe, e a internet é vista como uma ameaça ao sistema”, explica.
Mercado negro
“Também há um ‘mercado negro’ para a internet, com as pessoas que podem pagar instalando o serviço em suas casas, mas são uma minoria. Eu diria que menos de 1% dos cubanos têm acesso à internet em suas casas”, conta.
O blogueiro diz que alguns cafés-internet estão abrindo na ilha, mas com preços muito altos e fora do alcance para a maioria dos habitantes. “Além disso, os primeiros cybercafés a abrir aqui eram apenas para estrangeiros”, relata.
Ele diz que manter um blog e falar abertamente sobre certos temas pode ser “bastante arriscado”. “Por isso que eu uso um pseudônimo, porque para mim é importante poder dizer o que eu acredito”, diz.
Segundo o blogueiro que se identifica como “El Cubano de la Isla” (ou “O Cubano da Ilha”), autor do site Mi Isla al Mediodia (Minha ilha ao meio-dia), discutir o tema é difícil para os habitantes do país, mesmo pela internet. O acesso à rede no país é restrito e controlado pelo governo.
A BBC conversou por e-mail com o blogueiro cubano, que comentou o clima no país em relação à enfermidade do presidente.
“Os cubanos não sabem exatamente o que há de errado com Fidel, mas todos sabem que ele não está bem”, diz o blogueiro. “As pessoas acham que se ele estivesse bem de saúde já teria aparecido na TV, mesmo se fosse só para dizer algumas palavras à sua população.”
"Velho"
Fidel se afastou do poder no fim de julho para passar por uma cirurgia no intestino, e desde então não foi mais visto em público. As últimas imagens dele pela TV foram transmitidas no dia 30 de outubro.
Segundo o blogueiro, as imagens mais recentes de Fidel “mostram um Fidel muito velho para retornar ao poder, mesmo se sua saúde se recuperar”.
“Todos em Cuba, mesmo seus inimigos, reconhecem sua estatura como personalidade e a maneira como se eleva sobre a vida do país com sua mera presença, mas essa imagem de poder e magnificência foi diminuída recentemente”, avalia. “Tudo o que vemos agora é um homem idoso.”
Segundo ele, “as pessoas sabem que, quando ele morrer, um processo de mudança começará em Cuba, mas enquanto muitos cubanos esperam por essa mudança, também têm medo ao mesmo tempo”.
O blogueiro diz que o clima nas ruas hoje é mais aberto a discussões políticas, mas o mesmo não ocorre na internet. “O Estado monopoliza 100% da informação que um cubano normal recebe, e a internet é vista como uma ameaça ao sistema”, explica.
Mercado negro
“Também há um ‘mercado negro’ para a internet, com as pessoas que podem pagar instalando o serviço em suas casas, mas são uma minoria. Eu diria que menos de 1% dos cubanos têm acesso à internet em suas casas”, conta.
O blogueiro diz que alguns cafés-internet estão abrindo na ilha, mas com preços muito altos e fora do alcance para a maioria dos habitantes. “Além disso, os primeiros cybercafés a abrir aqui eram apenas para estrangeiros”, relata.
Ele diz que manter um blog e falar abertamente sobre certos temas pode ser “bastante arriscado”. “Por isso que eu uso um pseudônimo, porque para mim é importante poder dizer o que eu acredito”, diz.