Fumar em locais públicos é proibido na França

da BBC, em Londres

Entra em vigor nesta quinta-feira na França a proibição de fumar em locais públicos.

Quem acender um cigarro em hospitais, escolas, escritórios, estações de trem e aeroportos corre o risco de ser multado.

O governo espera com essa medida diminuir o número de fumantes – estimado em 15 milhões de pessoas, cerca de 25% da população – e também a quantidade de cigarros consumidos diariamente pelas pessoas que continuarão fumando.

De acordo com o Ministério da Saúde da França, o fumo é responsável pela morte de 66 mil pessoas por ano no país - 6 mil delas morrem em conseqüencia de tabagismo passivo.

Novas campanhas de informação sobre os danos à saúde causados pelo cigarro começaram a ser veiculadas nesta semana no país.

Algumas são alarmantes, como o depoimento de uma senhora que diz ter câncer de pulmão sem nunca ter fumado em sua vida.

Multa

O assunto está movimentando o país e principalmente a capital francesa, Paris, que tem a reputação de ser uma cidade onde os habitantes fumam muito.

A maioria da população, no entanto, é favorável a medida. De acordo com as últimas pesquisas, 70% dos franceses aprovam a proibição de fumar em locais públicos.

A multa para quem não cumprir a lei será de 68 euros (R$ 188). Os responsáveis pelos estabelecimentos terão de pagar 135 euros (R$ 373) se alguém acender um cigarro no local.

Durante toda a semana, a imprensa francesa realizou uma série de reportagens sobre os preparativos realizados em empresas e outros estabelecimentos para a aplicação da lei que proíbe fumar em locais coletivos.

Mas os bares, restaurantes, tabacarias, cassinos e discotecas da França continuarão enfumaçados até janeiro de 2008.

Esses estabelecimentos receberam um prazo suplementar para se adaptar à nova lei, construindo “fumódromos” com exaustores de ar.

Impacto

O maior impacto da entrada em vigor da nova lei, anunciada em novembro passado, deve ocorrer nas empresas do país.

Muitas delas já se anteciparam e se transformaram em locais não-fumantes, obrigando seus empregados a saírem na rua para fumar.

Algumas companhias colocaram cinzeiros na entrada dos prédios para evitar a sujeira de cigarros espalhados pelo chão.

Empresas também estão instalando cabines hermeticamente fechadas com exaustores, medida facultativa prevista pela lei, mas que exige investimentos extras.

Para evitar que seus funcionários tenham de descer vários andares para fumar na rua ou façam inúmeras pausas durante o dia, o que pode implicar perda de produtividade, algumas empresas estão incitando seus trabalhadores a pararem de fumar.

Na Ópera de Paris, o serviço médico está oferecendo informações sobre o tabagismo aos empregados. A Agência France Presse oferece aos funcionários consultas com médicos especialistas na área.

O Banco LCL (ex-Crédit Lyonnais) decidiu reembolsar 50 euros (R$ 138) do tratamento que o empregado fizer para deixar o cigarro.

A Associação “Direitos dos Não Fumantes”, que realiza trabalhos sobre o fumo nas empresas, registrou neste mês um aumento de 300% da demanda de consultas por parte das companhias.

Nos hospitais psquiátricos e nos asilos de idosos, onde o cigarro pode ser considerado pelos próprios médicos um elemento para o equilíbrio mental dos pacientes, as pessoas poderão fumar em seus quartos, considerados espaços privativos.

O mesmo ocorre nas prisões: os detentos poderão fumar em suas celas.

Na França, as propagandas de cigarros são totalmente proibidas há 16 anos, mas, diferentemente de outros vizinhos europeus, o país demorou para proibir o fumo em locais públicos.

A Irlanda, Noruega, Itália, Suécia, Espanha e a Escócia adotaram a medida antes da França.

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