Argentina rejeita apelo do Brasil por linha branca
da BBC, em Londres
O governo argentino não cedeu ao apelo das autoridades e dos exportadores brasileiros e ratificou as medidas que restringem a entrada de fogões, geladeiras e máquinas de lavar roupa do Brasil.
A Argentina reclama da "invasão" destes produtos brasileiros, que prejudicariam o desenvolvimento da sua indústria do setor. As autoridades do país vizinho decidiram assim manter as chamadas "licenças não automáticas" - iniciativa que aumenta a burocracia, atrasa e dificulta o desembarque das mercadorias na Argentina.
Ficou decidido ainda que o setor privado local definirá a cota permitida, mensalmente, para a entrada destes itens da balança comercial.
O regime de "cotas" nunca foi simpático ao Brasil, que argumenta ser uma "trava" para a integração no Mercosul.
Críticas
A decisão da Argentina foi tomada depois do apelo e das críticas à medida por parte do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Ivan Ramalho.
O secretário de Indústria da Argentina, Miguel Peirano, disse que a decisão estará em vigor até que empresários argentinos cheguem a entendimento com seus pares brasileiros.
Peirano, como contou Ramalho, alega que a Argentina precisa de "previsibilidade" para que os industriais locais tenham tempo para realizar investimentos em suas fábricas.
O objetivo da medida é que as importações brasileiras sejam mantidas nos níveis do ano passado, quando, por exemplo, a participação das geladeiras brasileiras caiu de 94% para 84% e os fogões de 100% para 91%.
Os empresários argentinos aprovaram a ratificação argentina contra o pedido do Brasil.
"Isso é culpa dos próprios empresários brasileiros que não quiseram negociar, antes, com a gente", disse Hugo Ganim, presidente da Câmara de Fabricantes de Fogões.
Licenças
As licenças não automáticas voltaram a ser adotadas a partir do mês passado, nove meses depois, como recordou Ramalho, de serem arquivadas.
"O Brasil já deu sua contribuição ao desenvolvimento da indústria argentina", disse Ramalho, em entrevista a jornalistas brasileiros, na segunda-feira, antes do fim da reunião com os argentinos, em Buenos Aires. "Essa medida não se justifica mais", insistiu.
Num primeiro momento, chegou-se a especular que a decisão argentina pretendia apenas levar os empresários brasileiros a negociar uma cota de exportação com os argentinos.
Mas como a medida foi ratificada, esse entendimento pode ficar ainda mais complicado, segundo autoridades brasileiras.
A economia argentina cresceu a taxas recordes, de 9% anual, nos últimos quatro anos, o Brasil entende que já não há motivos para lhe dar mais prazo para o crescimento de sua indústria.
Logo depois de ratificar a medida – resultado de decreto do presidente Nestor Kirchner, publicado em dezembro no Diário Oficial da Argentina – o secretário Peirano ironizou: "É sempre melhor chegar a um acordo que beneficie as indústrias dos dois países do que ser obrigado a tomar medida unilateral".
Com isso, mandou recado aos industriais brasileiros, atendendo as queixas dos fabricantes argentinos.
A Argentina reclama da "invasão" destes produtos brasileiros, que prejudicariam o desenvolvimento da sua indústria do setor. As autoridades do país vizinho decidiram assim manter as chamadas "licenças não automáticas" - iniciativa que aumenta a burocracia, atrasa e dificulta o desembarque das mercadorias na Argentina.
Ficou decidido ainda que o setor privado local definirá a cota permitida, mensalmente, para a entrada destes itens da balança comercial.
O regime de "cotas" nunca foi simpático ao Brasil, que argumenta ser uma "trava" para a integração no Mercosul.
Críticas
A decisão da Argentina foi tomada depois do apelo e das críticas à medida por parte do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Ivan Ramalho.
O secretário de Indústria da Argentina, Miguel Peirano, disse que a decisão estará em vigor até que empresários argentinos cheguem a entendimento com seus pares brasileiros.
Peirano, como contou Ramalho, alega que a Argentina precisa de "previsibilidade" para que os industriais locais tenham tempo para realizar investimentos em suas fábricas.
O objetivo da medida é que as importações brasileiras sejam mantidas nos níveis do ano passado, quando, por exemplo, a participação das geladeiras brasileiras caiu de 94% para 84% e os fogões de 100% para 91%.
Os empresários argentinos aprovaram a ratificação argentina contra o pedido do Brasil.
"Isso é culpa dos próprios empresários brasileiros que não quiseram negociar, antes, com a gente", disse Hugo Ganim, presidente da Câmara de Fabricantes de Fogões.
Licenças
As licenças não automáticas voltaram a ser adotadas a partir do mês passado, nove meses depois, como recordou Ramalho, de serem arquivadas.
"O Brasil já deu sua contribuição ao desenvolvimento da indústria argentina", disse Ramalho, em entrevista a jornalistas brasileiros, na segunda-feira, antes do fim da reunião com os argentinos, em Buenos Aires. "Essa medida não se justifica mais", insistiu.
Num primeiro momento, chegou-se a especular que a decisão argentina pretendia apenas levar os empresários brasileiros a negociar uma cota de exportação com os argentinos.
Mas como a medida foi ratificada, esse entendimento pode ficar ainda mais complicado, segundo autoridades brasileiras.
A economia argentina cresceu a taxas recordes, de 9% anual, nos últimos quatro anos, o Brasil entende que já não há motivos para lhe dar mais prazo para o crescimento de sua indústria.
Logo depois de ratificar a medida – resultado de decreto do presidente Nestor Kirchner, publicado em dezembro no Diário Oficial da Argentina – o secretário Peirano ironizou: "É sempre melhor chegar a um acordo que beneficie as indústrias dos dois países do que ser obrigado a tomar medida unilateral".
Com isso, mandou recado aos industriais brasileiros, atendendo as queixas dos fabricantes argentinos.