Diretor de 'A Rainha' produz filme sobre Jean Charles
da BBC, em Londres
A história de Jean Charles de Menezes vai virar filme, em uma produção britânica dirigida pelo cineasta brasileiro Henrique Goldman e com produção executiva de Stephen Frears – diretor de A Rainha.
A produtora do filme, Mango Films, afirma que vai se concentrar nos eventos ocorridos antes da morte de Jean Charles e no impacto deles sobre a comunidade brasileira de Londres.
Segundo o diretor Henrique Goldman, a sua intenção é contar uma história "humana" mais do que firmar uma posição política a respeito da tragédia.
"O público sabe muito sobre esta história, mas eles não sabem quem Jean Charles era, e quem sofreu por causa da sua morte", disse Goldman, de 45 anos, à BBC.
Jean Charles, que trabalhava como eletricista na cidade, foi morto por policiais britânicos numa estação de metrô após ser tomado por um homem-bomba, no dia 22 de julho de 2005.
O projeto foi originalmente oferecido à BBC que, no entanto, desistiu de levá-lo adiante.
Primos
Goldman disse que a história começará a ser contada no momento em que Jean Charles deixa o Brasil, na sua última visita ao país, cerca de três meses antes de ele ser morto, e se estenderá pelo ano seguinte à sua morte.
Segundo o cineasta, o filme vai mostrar como a tragédia mudou a vida das pessoas próximas ao brasileiro, que morreu com 27 anos de idade.
"Jean Charles trouxe um grupo de primos do Brasil. Ele queria viver no Brasil, mesmo estando aqui, então ele trouxe o Brasil até ele", contou Goldman.
"Ele pagou para eles virem aqui, quer dizer, estamos falando de pessoas que estavam diretamente envolvidas na vida dele."
Goldman disse considerar a polícia britânica muito "entediante" do ponto de vista dramático.
"A polícia brasileira seria muito mais interessante – no mesmo ano (2005), a polícia brasileira matou mais de duas mil pessoas e não teve de se desculpar", disse o cineasta.
"Eu não acho a polícia britânica tão interessante, não importa quão desonesto tenha sido o comportamento deles nesse episódio."
O cineasta espera começar as filmagens neste verão europeu (inverno no Brasil).
"Se tudo der certo, estaremos em Berlim no ano que vem, no festival de cinema. É isso o que espero."
Processos judiciais
A morte de Jean Charles ocorreu duas semanas depois dos ataques suicidas que mataram 52 pessoas em Londres e um dia após um atentado fracassado contra o sistema de transporte da capital britânica.
O Ministério Público britânico (Crown Prosecution Service) concluiu que não havia provas suficientes para acusar os policiais implicados no caso por homicídio ou homicídio culposo.
No entanto, o chefe da polícia de Londres, Ian Blair, enfrenta uma ação judicial por violações de leis de saúde e de segurança por não ter oferecido proteção adequada para Jean Charles no dia em que ele foi baleado.
Em recente audiência sobre o caso, porém, o advogado dele declarou inocência.
A produtora do filme, Mango Films, afirma que vai se concentrar nos eventos ocorridos antes da morte de Jean Charles e no impacto deles sobre a comunidade brasileira de Londres.
Segundo o diretor Henrique Goldman, a sua intenção é contar uma história "humana" mais do que firmar uma posição política a respeito da tragédia.
"O público sabe muito sobre esta história, mas eles não sabem quem Jean Charles era, e quem sofreu por causa da sua morte", disse Goldman, de 45 anos, à BBC.
Jean Charles, que trabalhava como eletricista na cidade, foi morto por policiais britânicos numa estação de metrô após ser tomado por um homem-bomba, no dia 22 de julho de 2005.
O projeto foi originalmente oferecido à BBC que, no entanto, desistiu de levá-lo adiante.
Primos
Goldman disse que a história começará a ser contada no momento em que Jean Charles deixa o Brasil, na sua última visita ao país, cerca de três meses antes de ele ser morto, e se estenderá pelo ano seguinte à sua morte.
Segundo o cineasta, o filme vai mostrar como a tragédia mudou a vida das pessoas próximas ao brasileiro, que morreu com 27 anos de idade.
"Jean Charles trouxe um grupo de primos do Brasil. Ele queria viver no Brasil, mesmo estando aqui, então ele trouxe o Brasil até ele", contou Goldman.
"Ele pagou para eles virem aqui, quer dizer, estamos falando de pessoas que estavam diretamente envolvidas na vida dele."
Goldman disse considerar a polícia britânica muito "entediante" do ponto de vista dramático.
"A polícia brasileira seria muito mais interessante – no mesmo ano (2005), a polícia brasileira matou mais de duas mil pessoas e não teve de se desculpar", disse o cineasta.
"Eu não acho a polícia britânica tão interessante, não importa quão desonesto tenha sido o comportamento deles nesse episódio."
O cineasta espera começar as filmagens neste verão europeu (inverno no Brasil).
"Se tudo der certo, estaremos em Berlim no ano que vem, no festival de cinema. É isso o que espero."
Processos judiciais
A morte de Jean Charles ocorreu duas semanas depois dos ataques suicidas que mataram 52 pessoas em Londres e um dia após um atentado fracassado contra o sistema de transporte da capital britânica.
O Ministério Público britânico (Crown Prosecution Service) concluiu que não havia provas suficientes para acusar os policiais implicados no caso por homicídio ou homicídio culposo.
No entanto, o chefe da polícia de Londres, Ian Blair, enfrenta uma ação judicial por violações de leis de saúde e de segurança por não ter oferecido proteção adequada para Jean Charles no dia em que ele foi baleado.
Em recente audiência sobre o caso, porém, o advogado dele declarou inocência.