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Após acidentes, Cingapura proíbe patinete elétrico na calçada

Infratores podem até ir para a prisão em caso de flagrante - ROMERITO PONTES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Infratores podem até ir para a prisão em caso de flagrante Imagem: ROMERITO PONTES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Derek Wallbank e Kyunghee Park

04/11/2019 14h41

(Bloomberg) — Após diversos episódios de pedestres feridos, Cingapura proibiu a circulação de patinetes elétricos nas calçadas.

A partir de terça-feira, o governo da cidade-estado multará infratores em até o equivalente a US$ 1.474 ou poderá prendê-los por três meses ou mesmo aplicar as duas penalidades, anunciou Lam Pin Min, ministro sênior dos Transportes.

Os patinetes se popularizaram nesta cidade que é uma das mais caras do mundo para quem tem caro. Com o custo de um Toyota Prius passando de US$ 100.000, a demanda por uma alternativa de duas rodas movida a bateria disparou entre trabalhadores, estudantes e empresas de entrega.

Com essa disseminação, vieram também acidentes com feridos e pelo menos uma morte. Em setembro, um usuário de 20 anos foi preso após uma colisão que deixou em coma uma ciclista de 65 anos, que acabou morrendo. Também existem preocupações com incêndios porque alguns patinetes pegaram fogo quando as baterias estavam sendo recarregadas em residências.

A proibição em Cingapura mostra como as autoridades estão sendo forçadas a se adaptar enquanto inovações elétricas interferem em sistemas de transporte urbano praticamente inalterados há décadas. Japão, França e várias cidades dos EUA baniram os patinetes elétricos das calçadas e trilhas ou consideram proibição total desses veículos.

"É uma decisão difícil", disse o ministro Lam. "Mas é um passo necessário para os pedestres voltarem a se sentir seguros em vias públicas."

As máquinas já foram banidas das estradas de Cingapura, mas ainda são permitidas em ciclovias. No entanto, se tornarão praticamente inúteis para diversos empreendimentos. O governo informa que vai trabalhar com empresas de entrega de alimentos como Grab, Deliveroo e FoodPanda para que seus entregadores passem a usar bicicletas e motocicletas.

A Beam Mobility, que lançou uma rede de patinetes por toda a Ásia, se declarou "insatisfeita e frustrada" pela decisão de Cingapura. Proibir patinetes nas calçadas "sem fornecer uma alternativa viável para sua operação essencialmente eliminou uma importante opção de transporte", afirmou a empresa em comunicado.

Cingapura também anunciou as seguintes medidas:

O governo ampliará a rede de ciclovias dos atuais 440 quilômetros para 750 quilômetros até 2025.

Os proprietários de patinetes elétricos devem se enquadrar nas regras de segurança até julho do próximo ano e o governo está oferecendo incentivos para quem descartar máquinas inseguras antes do prazo. Varejistas que vendem aparelhos não certificados podem ser multados ou presos por três meses ou ambos.

Cingapura não aceitará novos pedidos de licenças para compartilhamento de patinetes. Os pedidos existentes serão rejeitados pela Autoridade de Transportes Terrestres.

— Com a colaboração de Yoolim Lee, Faris Mokhtar, Melissa Cheok e Ville Heiskanen.

Repórteres da matéria original: Derek Wallbank Singapore, dwallbank@bloomberg.net;Kyunghee Park Singapore, kpark3@bloomberg.net