Barrados na fronteira, refugiados passam frio e chuva nos Bálcãs
Mais de mil requerentes de asilo ficam sob chuva durante a madrugada após serem impedidos de entrar na Eslovênia. País entrou na rota de migração para a Europa ocidental após Hungria bloquear fronteira com a Croácia.
Mais de mil requerentes de asilo passaram a madrugada desta segunda-feira (19) sob chuva e frio na fronteira da Croácia com a Eslovênia. Um trem com cerca de 1.800 migrantes foi parado pouco antes da fronteira, com a polícia eslovena barrando o acesso com uma cerca improvisada.
Os migrantes tentaram, então, cruzar a fronteira a pé na cidade eslovena de Sredise ob Dravi, no nordeste do país, mas a maioria foi impedida por policiais. Cerca de 150 dos refugiados foram autorizados a entrar no país sob escolta, e o restante passou a noite ao ar livre, se esquentando ao redor de fogueiras. Outros 350 teriam tido a entrada no país liberada pela manhã, disse um porta-voz da polícia.
As autoridades da Eslovênia ordenaram uma "proteção intensa das fronteiras", sob o argumento de que os acampamentos para refugiados do país estão lotados.
Na rota de migração dos Bálcãs, o país se tornou uma das portas de entrada para países da Europa ocidental após a Hungria anunciar o fechamento da fronteira com a Croácia na última sexta-feira. Contrária à política de realocação de refugiados da União Europeia (UE), a Hungria também já havia imposto bloqueios na fronteira com a Sérvia, onde construiu uma cerca com 175 quilômetros de comprimento.
Diariamente, cerca de 5.000 requerentes de asilo chegam aos Bálcãs, vindos da Grécia. A Eslovênia estabeleceu um limite diário de 2.500 refugiados.
No sábado, cerca de 6.000 requerentes de asilo conseguiram chegar à Croácia, mas a maioria foi barrada por policiais na fronteira com a Sérvia, elevando as tensões na região.
Alerta da ONU
A Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) criticou o fechamento das fronteiras por parte da Hungria.
"A decisão da Hungria de fechar suas fronteiras tem certamente aumentado o sofrimento, a miséria e a duração da viagem dessas pessoas desesperadas", afirmou o porta-voz para a Europa Central do Acnur, Babar Baloch. "Haverá desafios se o processo se tornar lento ou tivermos um acúmulo de pessoas."
Mais de 600 mil requerentes de asilo, a maioria sírios, chegaram à Europa desde o início deste ano. Neste domingo, em Istambul, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ofereceu apoio à Turquia para a adesão do país à UE em troca de cooperação para gerir a crise de refugiados.
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