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Universitários desvendam código mortal de "Game of Thrones"

Judith Hartl (av)

23/04/2016 17h22

Uma característica que fascina - e também frustra - na série americana é o fato de qualquer personagem poder morrer a toda hora, por mais central que pareça ser. Grupo decodifica algoritmo por trás do aparente caos.

Neste domingo (24/04) vai ao ar nos Estados Unidos, Brasil e outros países a tão esperada sexta temporada de Game of Thrones. As regras desse "jogo dos tronos" são implacáveis: mal o espectador se acostumou, no pior dos casos até se afeiçoou a uma personagem, lá está ela, morta - por envenenamento, punhal, linchamento.

Quem sobrevive o próximo episódio, quem será o próximo a desaparecer, será que alguém vai resistir até o fim da série? Pelo menos o anti-herói nanico e niilista Tyrion Lannister (Peter Dinklage), ou a voluntariosa líder Daenerys Targaryen (Emilia Clarke)?

Por mais tabus que quebrem, outras séries de TV seguem apostando na clássica identificação pessoal com alguma personagem central, não importa se gângster, vampiro, fabricante de drogas ou morto-vivo.

Baseada nos livros de ficção fantástica de George R. R. Martin, Game of Thrones é diferente: supostos protagonistas e figuras-chave não dominam a cena por muito tempo. Os autores não fazem grandes cerimônias: ser corajoso, sádico, sexy, honesto ou desprezível não é garantia de sobrevivência para ninguém.

Algoritmo da carnificina

Convencidos de que esse universo fantástico não é tão imprevisível quanto parece, mais de 40 estudantes de Informática da Universidade Técnica de Munique se reuniram para desvendar as normas a que obedece a carnificina em Westeros, Essos e companhia.

A ideia foi de Guy Yachdav, fã ardoroso da série televisiva e doutorando da universidade alemã. Sua hipótese era que, embora rompendo com expectativas e com convenções do gênero, o Game of Thrones também obedeceria a um algoritmo - ou seja: a uma sequência de procedimentos ordenados para um determinado fim, segundo uma sucessão e regras pré-fixadas. Como num programa de computador. Ou, justamente, num jogo.

Assim, também para animar um pouco um curso de programação normalmente maçante, Yachdav e seus colegas desenvolveram programas para coletar na internet e analisar todos os dados relativos à série - e assim deduzir quem podem ser as próximas vítimas.

Precisão estatística

Eis algumas das regras identificadas pelos Throne-maníacos da Universidade Técnica:

- homens estão mais ameaçados do que mulheres;

- a probabilidade de ser assassinada é maior entre as personagens entre os 20 e os 40 anos;

- se a mãe já está morta, cresce a probabilidade de a própria personagem morrer;

- o jovem príncipe Tommen Baratheon (Dean-Charles Chapman) tem 97% de probabilidade de morrer;

- apesar de ser mulher, é 95% provável que a "Mãe dos Dragões" Daenerys Targaryen esteja entre as próximas vítimas;

- em contrapartida, a probabilidade de óbito para Jon Snow (Kit Harington) é de apenas 11% - apesar de, no fim da quinta temporada, ter parecido que o herói tão querido pelo público morrera.

A prova dos nove serão as ocorrências da sexta temporada. Os universitários de Munique asseguram que seu algoritmo se aplica a 74% de todas as mortes ocorridas até agora na série - um grau considerável de confiabilidade estatística. Mas continuam trabalhando para elevar ainda mais o nível de precisão.

Embora circunscrito ao reino da fantasia, seu empreendimento não é em vão: diante do sucesso ininterrupto de Game of Thrones, os fãs seguramente ainda têm algumas temporadas, muitos episódios e incontáveis mortes e outras emoções pela frente.