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Oposição síria saúda envio de militares americanos

25/04/2016 16h14

Presidente americano anuncia que mais 250 soldados auxiliarão milícias oposicionistas no combate ao grupo extremista "Estado Islâmico". Apesar de bem-vinda, decisão não basta, afirma oposição.

Milícias da oposição na Síria saudaram nesta segunda-feira (25/04) a decisão dos Estados Unidos de enviar militares para auxiliar grupos armados locais no combate ao "Estado Islâmico" (EI). Os grupos, no entanto, pediram um reforço maior, com o fornecimento de armamentos, incluindo mísseis teleguiados antitanque.

"Todo e qualquer apoio que ofereçam é positivo, mas esperamos um apoio maior. Até agora recebemos apenas munição e esperamos receber equipamentos militares, como o prometido", disse Talal Silo, porta-voz da aliança Forças Democráticas da Síria (SDF), que inclui a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), principal parceira dos EUA e aliados no combate aos jihadistas.

Silo descreveu ainda a parceria entre Washington e a SDF como estratégica e ressaltou que qualquer ajuda extra é bem-vinda. A aliança Forças Democráticas da Síria foi formada em outubro.

O presidente americano, Barack Obama, confirmou nesta segunda-feira o envio de 250 soldados à Síria para auxiliar no combate ao EI. Os militares americanos treinarão e prestarão apoio às forças locais na luta contra os extremistas.

"Um pequeno número de forças especiais americanas já está na Síria e sua expertise tem sido fundamental, assim como as forças locais têm afastado o EI de regiões fundamentais. Devido a esse sucesso, aprovei o envio adicional de 250 militares americanos à Síria, incluindo forças especiais, para manter essa dinâmica", anunciou Obama.

Cerca de 300 soldados

Com a decisão, o número de militares americanos na Síria deve chegar a cerca de 300. "Eles não estarão lá para liderar o combate terrestre, mas para, essencialmente, fornecer treinamento e assistência às forças locais que continuaram a reprimir o EI", ressaltou Obama.

O envio de militares americanos também foi apoiado pela principal aliança de oposição na Síria, o Comitê de Altas Negociações (HNC), que classificou a medida como um bom passo. "A Síria não será libertada do terrorismo até o fim do regime de terror de Assad", ressaltou o porta-voz do grupo, Salem al-Meslet.

Desde 2014, os Estados Unidos lideram uma campanha aérea contra o "Estado Islâmico" na Síria e no Iraque. A eficácia dessa estratégia é, porém, limitada devido à falta de aliados para o combate terrestre. Em cinco anos, o conflito na Síria já matou mais de 270 mil pessoas.

CN/rtr/afp/lusa