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EUA derrubam proibição de transgêneros nas Forças Armadas

30/06/2016 19h57

Segundo secretário de Defesa, critério de seleção do Exército deve ser a qualificação do soldado, independente do gênero ou sexualidade. Pentágono diz que pagará por cirurgia de mudança de sexo a militares transgêneros.

Transgêneros não serão mais proibidos nas Forças Armadas americanas, anunciou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, nesta quinta-feira (30/06). De acordo com o político, o Exército deve valorizar os soldados mais qualificados, independente do gênero ou sexualidade.

"Nossa missão é defender este país, e nós não queremos que haja barreiras que nos impeçam de recrutar aqueles que melhor cumprirão essa missão", disse Carter no Pentágono. Segundo o secretário, a abolição da proibição de transgêneros no Exército é "a coisa certa a se fazer".

O governo calcula que 2,5 mil transgêneros sirvam nas Forças Armadas atualmente, mas seguindo a política do "don't ask, don't tell" (não pergunte, não conte), em vigor desde 1993. Ou seja, eles são permitidos de prestar o serviço militar, contanto que não falem sobre sua orientação de gênero.

"A realidade é que temos transexuais servindo de farda hoje em dia. Os americanos querem servir, e a profissão deve estar aberta a todos", afirmou o secretário.

A nova medida tem efeito imediato, entrando em vigor nesta sexta-feira. Com isso, o Exército não pode mais demitir ou impedir que cidadãos transgêneros se alistem. Os que já integram as Forças Armadas poderão assumir sua orientação, se assim desejarem, sem sofrer discriminação.

Carter anunciou ainda que, a partir de 1º de outubro, o Departamento de Defesa vai custear cirurgias de mudança de sexo aos soldados transgêneros que demonstrarem interesse em realizá-las.

A decisão foi comemorada pela comunidade LGBT, bem como por alguns políticos americanos. Para o senador democrata Dick Durbin, a medida permite que transgêneros "sirvam sem viver uma mentira", além de fornecer aos comandantes "uma perspectiva mais clara sobre o assunto".

A discussão sobre a abolição de leis que discriminam militares por gênero ou sexualidade vem caminhando há anos nos EUA. Em 2011, o Pentágono derrubou a proibição a homossexuais assumidos e, no ano passado, permitiu que mulheres assumissem qualquer cargo de combate.

EK/dpa/efe/lusa