Presidente da Áustria deixa o cargo
Depois de 12 anos no poder, o presidente da Áustria, Heinz Fischer, deixou o cargo nesta sexta-feira (08/07) fazendo um alerta sobre os riscos da ascensão da extrema direita no país.
Em seu discurso de despedida, o político do Partido Social-Democrata (SPÖ) criticou a legenda populista de direita Partido da Liberdade (FPÖ), cujo candidato foi derrotado na eleição presidencial de maio.
"Nós, europeus, somos obrigados a formar uma ampla coalizão contra o ódio e a violência", afirmou. Ele também pediu que os austríacos combatam o populismo e a xenofobia. "Nossa política para refugiados deve ser orientada pela racionalidade, assim como pela humanidade", declarou Fischer.
Ainda não é certo quem vai substitui-lo. Na semana passada, o tribunal constitucional da Áustria anulou o resultado das eleição presidencial de maio, que deram vitória ao ambientalista Alexander van der Bellen, que concorreu como candidato independente.
O resultado fora contestado na Justiça pelo FPÖ, que alegara irregularidades na votação. O candidato Norbert Hofer foi derrotado no pleito por Bellen por uma pequena margem, após a contagem dos votos enviados pelo correio.
Extrema direita
A nova votação foi marcada para 2 de outubro. Até a posse do novo mandatário, a presidente e os dois vice-presidentes do Parlamento austríaco (um deles é Hofer), assumem as funções de chefe de Estado.
Hofer, que tem posição contrária à imigração, defendeu uma possível saída da Áustria da União Europeia (UE) na sequência do referendo britânico que resultou no Brexit no final de junho. Se eleito, Hofer será o primeiro presidente de extrema direita do bloco europeu.
"Se a UE se desenvolver da forma errada, em vez de se voltar para os seus valores básicos, se se tornar mais centralizada e se a Turquia entrar, então, para mim, seria a hora de dizer que os austríacos também devem ser questionados", afirmou.
KG/afp/dpa
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