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Colônia se prepara para manifestações pró e contra Erdogan

30/07/2016 17h41

Marcha a favor do presidente turco deve reunir até 30 mil pessoas, calcula polícia. Quatro manifestações contrárias estão previstas. Políticos pedem calma aos participantes.

Milhares de apoiadores do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participarão neste domingo (01/08) de uma manifestação na cidade de Colônia, na Alemanha. A polícia alemã calcula que até 30 mil pessoas, a maioria turcos e descendentes que vivem no país, estarão presentes.

A manifestação foi convocada por uma associação ligada ao partido islâmico AKP, de Erdogan, para expressar solidariedade com o presidente, após a fracassada tentativa de golde de Estado.

O próprio Erdogan pretendia participar do protesto por meio de uma mensagem de vídeo, a ser exibida ao vivo num telão, mas a Justiça alemã proibiu a transmissão. Diante da proibição, os organizadores decidiram levar o caso até a corte constitucional. O ministro turco do Esporte, porém, estará em Colônia para participar do protesto.

Associações contrárias a Erdogan convocaram ao menos quatro manifestações para a mesma hora na cidade. Entre elas estão desde partidos de extrema direita, como o Pro NRW, até associações de jovens dos partido social-democrata (SPD), do Partido Verde, dos liberais e de A Esquerda, além de associações antifascistas.

Diante desse cenário, a polícia elevou de 2.400 para 2.700 policiais o contigente que fará a segurança das várias manifestações, que ocorrerão de forma paralela na cidade renana. A polícia descartou cancelar os eventos por questões de segurança.

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, declarou ao jornal Süddeutsche Zeitung que tensões internas da Turquia não devem ser transferidas para a Alemanha, e que pessoas com opiniões diferentes não devem ser intimidadas. "Não vamos permitir isso", afirmou.

O chefe da bancada parlamentar da União Democrata Cristã (CDU)/União Social Cristã (CSU), Volker Kauder, declarou ao diário Passauer Neue Presse que espera que os participantes respeitem a lei e disse ser contra a proibição dos protestos. "Manifestações fazem parte da nossa democracia", afirmou.

Nesta sexta-feira, Erdogan acusou a Alemanha e a Áustria de desrespeitar a liberdade de opinião, afirmando que os turcos que vivem nesses países não podem protestar nem mesmo hastear a bandeira turca diante de suas casas.

AS/epd/afp/ard