Preso após ataque em Berlim diz que corria para pegar metrô
Ele queria dormir mais cedo e acabou passando a noite na cadeia. Em entrevista publicada neste sábado (24) pelo jornal "Welt am Sonntag", o refugiado paquistanês Navid B., preso por engano após o atentado contra o mercado de Natal de Berlim, disse que foi detido por policiais ao correr para pegar o metrô.
Ele afirmou que não esteve no mercado de Natal e que foi detido nos arredores de um parque, Tiergarten, situado a menos de dois quilômetros do local do atentado. "Eu queria pegar o metrô para ir para casa", afirmou. O paquistanês conta que correu para atravessar a rua, preocupado em ir para cama mais cedo, quando foi abordado por policiais.
Os policiais perguntaram por que ele corria. "Tinha que atravessar a rua e corri para escapar dos carros. Alguns policiais me viram correr e me pararam. Eles me perguntaram por que eu corria e eu disse que era por causa dos carros. Então, meu metrô chegou e eles continuaram me detendo", afirmou.
Navid B. relatou que, em seguida, os policiais perguntaram se ele "tinha cometido o ataque com o caminhão". "Eu disse que não, que sou inocente", frisou.
Apesar disso, ele teve que passar a noite em custódia. No dia seguinte, foi liberado e, inicialmente, levado para um hotel. "Então, fui transferido para outro abrigo de refugiados, mas eu não sei onde ele está localizado", acrescentou, dizendo que só sabia que o prédio fica em Berlim.
Na entrevista por telefone ao "Welt am Sonntag", ele afirmou ainda estar hospedado naquele abrigo, cuja localização ele ignora, e que não havia mais retornado ao albergue onde vivia anteriormente, no antigo aeroporto de Tempelhof. Ainda segundo o "Welt am Sonntag", só na quinta-feira (22) o paquistanês recebeu seu celular de volta da polícia.
De acordo com o portal de notícias "Spiegel Online", Navid B. não foi perseguido desde o mercado de Natal até o lugar em que foi detido. A dica para a prisão dele foi baseada em informações de uma testemunha que viu um homem saindo do caminhão após o atentado e o perseguiu. Entretanto, ele perdeu o suspeito de vista. O paquistanês foi preso a partir da descrição rudimentar dada pela testemunha, afirma o "Spiegel Online".
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