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"Não construa o muro", diz prefeito de Berlim a Trump

27/01/2017 22h52

Michael Müller lembra sofrimento causado por barreira que dividiu a capital alemã. Político afirma que planos do presidente americano para fronteira com o México levariam a "isolamento e exclusão".O prefeito de Berlim, Michael Müller, criticou nesta sexta-feira (27/01) os planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de construir um muro na fronteira com o México."Berlim, a cidade da divisão da Europa, a cidade da liberdade da Europa, não pode assistir sem comentar quando um país planeja erguer um muro", disse Müller."Nós berlinenses somos os que melhor sabemos quanto sofrimento a divisão de todo um continente, cimentada por arame farpado e um muro, pode causar", prosseguiu. "Não devemos simplesmente aceitar que toda a nossa experiência histórica seja descartada por aqueles a quem devemos em grande parte nossa liberdade, os americanos."Leia mais: Por que o muro de Trump não deve sair do papelO prefeito da capital alemã lembrou que milhares de pessoas tiveram suas vidas afetadas pelo Muro de Berlim, construído pela República Democrática da Alemanha (RDA, antiga Alemanha Oriental) e que dividiu a cidade entre 1961 e 1989. O objetivo era impedir que os cidadãos da RDA fugissem para o lado ocidental, e a barreira se tornou um símbolo da opressão durante a Guerra Fria.Müller pediu ao presidente americano que "não tome esse caminho equivocado do isolamento e da exclusão". "Em todos os lugares onde ainda existem fronteiras do tipo – na Coreia, no Chipre –, elas provocam sofrimento e cerceiam a liberdade", disse."Eu apelo ao presidente americano: pense em seu antecessor Ronald Reagan. Lembre-se das palavras dele: 'Derrube este muro'. Não construa esse muro", concluiu Müller.Trump ordenou nesta semana a construção de um muro nos 3,2 mil quilômetros de fronteira com o México, para impedir a entrada de imigrantes ilegais. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, cancelou uma visita à Casa Branca agendada para a semana que vem diante da insistência do líder americano de que o México bancasse a obra.LPF/dpa/ap/afp