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1893: Inauguração do Maxim's

Catrin Mördeler (rw)

23/04/2017 12h02

No dia 23 de abril de 1893, o garçom Maxime Gaillard inaugurou seu restaurante em Paris. O local logo se tornaria o ponto de encontro da alta sociedade.Desde a abertura do Restaurante Maxim's, em Paris, o endereço é ponto obrigatório para a fina sociedade parisiense. E todos que se consideram como tal. Aliás, manter as aparências foi a filosofia de Maxime Gaillard desde o começo, que não era gastrônomo nem investidor. Apenas um garçom com algumas economias.A ideia de tornar-se autônomo surgiu por acaso. Uma sorveteria havia falido na Rue Royale número 3, perto da Place de la Concorde, o coração de Paris. Ele comprou o local e o batizou com seu nome. Seus altos preços logo restringiram a clientela à nobreza da época. Uma mulher que quisesse preservar a reputação não entrava no estabelecimento desacompanhada do marido ou do pai. Por outro lado, também era ponto de encontro das "cocottes", à caça de cavalheiro rico. Não raro, os ricaços encerravam a ceia com belezas nuas de sobremesa, cobertas apenas com chantilly.Um dos clientes famosos foi o príncipe Eduardo, filho da Rainha Vitória da Inglaterra. Enquanto aguardava sua chance de ascender ao trono, frequentava com regularidade o Maxim's. Sua mesa era a de número 16, onde costumava passar o tempo bebendo champanhe do sapato de suas acompanhantes.A saudação do maître aos clientes permaneceu a mesma ao longo de todos esses anos. Inalterada, também, a luxuosa decoração em estilo Art Nouveau, os sofás de veludo vermelho e as ninfas pintadas no teto. O que mudou foram os frequentadores, hoje em grande parte turistas.A luxúria há muito tempo não vem mais suprindo a sobrevivência do restaurante, que desde 1981 pertence ao império do costureiro Pierre Cardin. Aliás, ele idealizou a venda da licença do famoso nome em letras douradas. Maxim's virou também nome de um perfume, de champanhe e um tipo de sorvete. O restaurante, que de vez em quando recebe a visita da família real de Mônaco, já foi frequentado por Onassis, Maria Callas e Salvador Dalí.