Topo

Coreia do Norte diz que míssil testado será produzido em massa

O ditador norte-coreano Kim Jong-un (segurando binóculos) inspeciona o teste com o míssil Pukguksong-2 - KCNA via Reuters
O ditador norte-coreano Kim Jong-un (segurando binóculos) inspeciona o teste com o míssil Pukguksong-2 Imagem: KCNA via Reuters

22/05/2017 08h23

Governo norte-coreano divulga estar pronto para implantar e iniciar produção em escala industrial de míssil de médio alcance. Dispositivo teria autonomia para atingir Japão e bases militares dos EUA na região.

A Coreia do Norte confirmou nesta segunda-feira (22) ter testado com sucesso um míssil balístico de médio alcance que, segundo o regime, já pode ser produzido em escala industrial. O projétil seria capaz de atingir o Japão e bases americanas na região.

O governo norte-coreano afirmou que a medida é uma resposta às políticas do presidente americano, Donald Trump. Em viagem ao Oriente Médio, Trump não fez nenhum comentário público sobre o anúncio de Pyongyang.

O míssil Pukguksong-2 de combustível sólido voou cerca de 500 quilômetros e alcançou uma altura de 560 quilômetros, no domingo, antes de mergulhar no Oceano Pacífico. Foi o segundo teste de míssil em uma semana.

O ditador Kim Jong-un ordenou o lançamento e acompanhou pessoalmente a operação militar a partir de um posto de observação, informou a mídia estatal nesta segunda-feira (22). A agência central de notícias da Coreia disse que o teste verificou aspectos técnicos do sistema de armas e examinou sua "adaptabilidade sob várias condições de batalha" antes de ser implantado em unidades militares.

Kim afirmou que o lançamento foi um sucesso, "aprovou a implantação deste sistema de armas para a ação" e disse que deveria "ser rapidamente produzido em massa". 

A Coreia do Norte acelerou significativamente seus testes de mísseis no ano passado e parece estar fazendo progressos tangíveis no desenvolvimento de um arsenal que represente uma ameaça não só para a Coreia do Sul e o Japão (que juntos hospedam cerca de 80 mil soldados americanos), mas que também pode alcançar o continente americano por meio de mísseis de longo alcance. E também segue com seu programa de armas nucleares.

A Coreia do Norte conduziu dois testes nucleares no ano passado. Pyongyang alegou que um era uma bomba de hidrogênio, e o outro dispositivo gerou uma explosão mais poderosa do que qualquer outra já executada pelo país. Imagens de satélite sugerem que a Coreia do Norte esteja pronta para realizar seu próximo teste nuclear – que seria o sexto – a qualquer momento. O objetivo frequentemente declarado por Pyongyang é aperfeiçoar uma ogiva nuclear capaz de atingir Washington ou outras cidades americanas.

Os meios de comunicação da Coreia do Norte intensificaram seus pedidos por mais lançamentos de mísseis por causa do que Pyongyang afirma ser uma política cada vez mais hostil do presidente dos EUA.

"O governo Trump deveria dar ouvidos às vozes de preocupação expressadas nos EUA e na comunidade internacional", escreveu o jornal norte-coreano Minju Joson, no domingo.

Em entrevista à emissora americana Fox News, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse que o andamento de testes é "decepcionante" e "perturbador".

Depois do último teste, a Coreia do Sul realizou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, e seu Ministério das Relações Exteriores comunicou que o lançamento "jogou água fria" sobre os esforços de aliviar as tensões na península coreana.

A pedido de diplomatas de EUA, Japão e Coreia do Sul, o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará nesta terça-feira uma consulta sobre os testes de mísseis norte-coreanos.