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Temer indica Raquel Dodge para chefia da PGR

28/06/2017 21h45

Presidente quebra tradição de governos petistas e escolhe segunda colocada em eleição interna do Ministério Público para o cargo de procuradora-geral da República. Senado precisa aprovar indicação. Janot sai em setembro.O presidente Michel Temer decidiu indicar a subprocuradora Raquel Dodge para suceder Rodrigo Janot no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), anunciou o Palácio do Planalto nesta quarta-feira (28/06). O mandato do atual procurador-geral termina em 17 de setembro.Temer recebeu a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) nesta quarta-feira. Além de Dodge, o documento era composto por Nicolao Dino e Mario Bonsaglia, os três primeiros colocados na votação interna feita pelo Ministério Público no dia anterior.Ao escolher Dodge, Temer quebrou a tradição de nomear o candidato mais votado, o que vinha sendo praticado por presidentes da República desde 2003. Com 587 votos, a subprocuradora aparecia em segundo lugar. Dino era o primeiro com 621 votos, e Bonsaglia, terceiro, com 564 votos.Segundo a Constituição Federal, o presidente pode indicar ao cargo qualquer integrante do Ministério Público com mais de 35 anos de idade. Criada em 2001, porém, a lista tríplice é defendida pelos procuradores da República como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira.A indicação de Temer segue agora para a análise do Congresso, onde Dodge deve passar por uma sabatina. A aprovação da subprocuradora ao cargo está nas mãos do Senado. Sendo admitida pelos parlamentares, ela toma posse em setembro para um mandato de dois anos.A nomeação de Dodge ocorre num momento de extrema exposição para o Ministério Público, apenas dois dias depois de Janot ter apresentado uma denúncia contra Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. A ação elevou a tensão entre a PGR e o Palácio do Planalto.Em pronunciamento nesta terça-feira, o presidente lançou críticas ao procurador-geral da República, afirmando que ele busca "revanche, destruição e vingança" ao denunciá-lo ao Supremo. Segundo Temer, Janot realizou um "trabalho trôpego" com intenção de fragilizar o governo e "parar o país".O sucessor de Janot vai ser responsável por apresentar e conduzir ações contra dezenas de políticos envolvidos em escândalos de corrupção – muitos dos quais serão responsáveis por sabatinar e aprovar esse sucessor.Em debate realizado em maio entre os candidatos ao cargo, Dodge saiu em defesa da Operação Lava Jato, afirmando que tem a intenção de "convidar os atuais membros a permanecerem no trabalho que estão fazendo e, se necessário, ampliar o número de colegas e estruturar o apoio mais fortemente".EK/abr/ots