Dilma diz que julgamento de Lula é continuação de "golpe"
Em ato em apoio a ex-presidente, Dilma reitera que seu impeachment dela foi início de plano para destruir o PT. Evento de apoio a Lula é organizado por mulheres ligadas a movimentos sociais e partidos de esquerda.Em discurso num ato convocado por mulheres ligadas a movimentos sociais e partidos de esquerda em Porto Alegre, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (23/01) que o julgamento de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, é parte de um golpe que teve início com seu processo de impeachment.
"O golpe foi orquestrado para me destruir e destruir o Partido dos Trabalhadores, mas acima de tudo para destruir o nosso líder, Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou Dilma, no ato de apoio ao ex-presidente.
Arrancando aplausos das centenas de pessoas que participaram do evento, Dilma denunciou ainda a existência de uma conspiração que, segundo ela, visa aniquilar Lula.
Leia também:
O primeiro ato do ano eleitoral brasileiro
O que pesa contra Lula no julgamento que pode decidir seu futuro
"Lula está sendo condenado sendo inocente. Enquanto isso, outros, com gravações, com mala de dinheiro, subindo e descendo, estão protegidos, podem concorrer livremente e não estão submetidos à Justiça", ressaltou, durante o discurso no ato chamado de "Mulheres pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato".
A ex-presidente voltou a afirmar que seu impeachment, em 2016, era apenas a primeira etapa de um golpe orquestrado por "um grupo de usurpadores que se reuniram para remover os direitos do povo brasileiro". Sem mencionar diretamente Michel Temer, Dilma criticou as reformas liberais promovidas pelo atual governo, o que, em sua opinião, foi o segundo ato do golpe.
Dilma acrescentou que esse suposto plano está sendo concluído com a "perseguição" nos tribunais a Lula. Atualmente, o ex-presidente enfrenta sete processos na Justiça, a maioria por suspeita de corrupção, e já foi condenado a nove anos e meio de prisão num deles.
"É um processo de perseguição política. A acusação não tem fundamento", afirmou Dilma, em referência a condenação de Lula pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão, acusado de ter recebido um tríplex no Guarujá como pagamento de saldo de propinas para o PT.
Dilma disse ainda que o suposto golpe "parlamentar e midiático" não deu certo, já que o ex-presidente lidera pesquisas de intenção de voto e ressaltou que o efeito dessa manobra foi o fortalecimento da extrema direita, além do enfraquecimento do PSDB.
"Qual liderança do golpe sobrevive ao escrutínio popular? Nenhuma. Todos os possíveis candidatos do PSDB foram praticamente destruídos. O único que restou, não tem apoio popular nenhum", disse, em referência ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Além de Dilma, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a pré-candidata do PCdoB à Presidência, Manuela D'Ávila, a ex-ministra Eleonora Menicucci e as deputadas federais Benedita da Silva e Alice Portugal participaram do ato, que reuniu, segundo a organização, cerca de 5 mil pessoas. A polícia militar não divulgou números.
O início do ato foi marcado por um pequeno imprevisto. Programado para acontecer no teatro da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o evento teve que ser transferido para o lado externo do prédio, devido a uma queda de energia. A interrupção foi vista com desconfiança pelas organizadoras. Um caminhão de som foi levado para o local para dar continuidade à programação.
O futuro de Lula será determinado nesta quarta-feira, quando três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4° Região, em Porto Alegre, a corte responsável pelos casos de segunda instância da Lava Jato, decidem se a pena imposta ao ex-presidente por Moro no ano passado deve ser mantida ou não. O caso pode influenciar diretamente os rumos da eleição presidencial de 2018, na qual Lula pretende se candidatar.
CN/lusa/ots
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"O golpe foi orquestrado para me destruir e destruir o Partido dos Trabalhadores, mas acima de tudo para destruir o nosso líder, Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou Dilma, no ato de apoio ao ex-presidente.
Arrancando aplausos das centenas de pessoas que participaram do evento, Dilma denunciou ainda a existência de uma conspiração que, segundo ela, visa aniquilar Lula.
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"Lula está sendo condenado sendo inocente. Enquanto isso, outros, com gravações, com mala de dinheiro, subindo e descendo, estão protegidos, podem concorrer livremente e não estão submetidos à Justiça", ressaltou, durante o discurso no ato chamado de "Mulheres pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato".
A ex-presidente voltou a afirmar que seu impeachment, em 2016, era apenas a primeira etapa de um golpe orquestrado por "um grupo de usurpadores que se reuniram para remover os direitos do povo brasileiro". Sem mencionar diretamente Michel Temer, Dilma criticou as reformas liberais promovidas pelo atual governo, o que, em sua opinião, foi o segundo ato do golpe.
Dilma acrescentou que esse suposto plano está sendo concluído com a "perseguição" nos tribunais a Lula. Atualmente, o ex-presidente enfrenta sete processos na Justiça, a maioria por suspeita de corrupção, e já foi condenado a nove anos e meio de prisão num deles.
"É um processo de perseguição política. A acusação não tem fundamento", afirmou Dilma, em referência a condenação de Lula pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão, acusado de ter recebido um tríplex no Guarujá como pagamento de saldo de propinas para o PT.
Dilma disse ainda que o suposto golpe "parlamentar e midiático" não deu certo, já que o ex-presidente lidera pesquisas de intenção de voto e ressaltou que o efeito dessa manobra foi o fortalecimento da extrema direita, além do enfraquecimento do PSDB.
"Qual liderança do golpe sobrevive ao escrutínio popular? Nenhuma. Todos os possíveis candidatos do PSDB foram praticamente destruídos. O único que restou, não tem apoio popular nenhum", disse, em referência ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Além de Dilma, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a pré-candidata do PCdoB à Presidência, Manuela D'Ávila, a ex-ministra Eleonora Menicucci e as deputadas federais Benedita da Silva e Alice Portugal participaram do ato, que reuniu, segundo a organização, cerca de 5 mil pessoas. A polícia militar não divulgou números.
O início do ato foi marcado por um pequeno imprevisto. Programado para acontecer no teatro da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o evento teve que ser transferido para o lado externo do prédio, devido a uma queda de energia. A interrupção foi vista com desconfiança pelas organizadoras. Um caminhão de som foi levado para o local para dar continuidade à programação.
O futuro de Lula será determinado nesta quarta-feira, quando três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4° Região, em Porto Alegre, a corte responsável pelos casos de segunda instância da Lava Jato, decidem se a pena imposta ao ex-presidente por Moro no ano passado deve ser mantida ou não. O caso pode influenciar diretamente os rumos da eleição presidencial de 2018, na qual Lula pretende se candidatar.
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