Reino Unido perde em qualquer cenário pós-Brexit, diz estudo
Documento interno do governo, vazado pela imprensa, sugere que saída da UE pode fazer renda nacional britânica cair até 8% nos próximos 15 anos. Sob pressão para divulgá-lo, May alega que estudo é preliminar.A saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, terá um impacto negativo à economia britânica em todos os cenários previstos, segundo sugere um relatório interno do governo britânico vazado nesta terça-feira (30/01) pela imprensa internacional.
O estudo é mais um constrangimento para o governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, que tem sido alvo frequente de críticas de outros líderes europeus pela ausência de uma estratégia coerente para o Brexit, previsto para se oficializar em 29 de março de 2019.
O documento, divulgado pelo portal de notícias BuzzFeed, afirma que, mesmo que o Reino Unido chegue a um acordo de livre-comércio com a UE após sua saída do bloco, o crescimento econômico nos próximos 15 anos será 5% inferior às estimativas atuais.
Se não existir um acordo, e forem aplicados os termos da Organização Mundial de Comércio, a previsão é pior: a renda nacional cairá 8% nos próximos 15 anos.
O estudo analisa ainda um terceiro cenário: mesmo que o Reino Unido chegue a um acordo para permanecer no mercado comum europeu, haverá queda na renda de ao menos 2%.
O governo britânico já indicou que deve deixar o mercado comum, mas espera negociar um acordo com a UE que possibilite a continuidade do comércio com as menores barreiras possíveis. Ao mesmo tempo, pretende incrementar as trocas comerciais com países terceiros.
O relatório, por outro lado, afirma que os benefícios trazidos por novos acordos bilaterais com países como Estados Unidos, China e Índia não serão suficientes para compensar a perda de receita das trocas com a UE, atualmente o maior parceiro comercial do Reino Unido.
Por fim, o documento sugere que quase todos os setores da economia britânica, com exceção da agricultura, seriam afetados negativamente pelo Brexit, e o status de Londres como centro financeiro seria seriamente abalado.
No Parlamento britânico, membros dos principais partidos, incluindo conservadores e trabalhistas, pressionaram o governo nesta terça-feira a publicar oficialmente o documento, que se junta a outras previsões pessimistas sobre as consequências do Brexit para a economia britânica.
May, no entanto, negou o pedido. Em reunião semanal com seu gabinete, a premiê afirmou que o estudo está ainda em estágio "preliminar" e não leva em conta a opção mais cotada pelo governo para um acordo comercial com a União Europeia. Além disso, segundo ela, divulgar o relatório na íntegra poderia prejudicar as negociações do Reino Unido com o bloco.
"A reportagem é uma interpretação seletiva de uma análise preliminar. É uma tentativa de prejudicar a nossa saída da UE", reforçou Steven Baker, subsecretário de Estado para o Brexit, a parlamentares. "Quando marcarmos o voto sobre o acordo final com a UE, vamos garantir que esta casa terá acesso à análise do governo para que seja tomada uma decisão informada."
A saída do Reino Unido da União Europeia foi aprovada por 51,9% dos britânicos em referendo realizado em julho de 2016, mais de quatro décadas depois de o país aderir ao bloco comunitário europeu. Desde então, o país vem negociando o divórcio com a UE.
EK/ap/rtr/afp/lusa/ots
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
O estudo é mais um constrangimento para o governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, que tem sido alvo frequente de críticas de outros líderes europeus pela ausência de uma estratégia coerente para o Brexit, previsto para se oficializar em 29 de março de 2019.
O documento, divulgado pelo portal de notícias BuzzFeed, afirma que, mesmo que o Reino Unido chegue a um acordo de livre-comércio com a UE após sua saída do bloco, o crescimento econômico nos próximos 15 anos será 5% inferior às estimativas atuais.
Se não existir um acordo, e forem aplicados os termos da Organização Mundial de Comércio, a previsão é pior: a renda nacional cairá 8% nos próximos 15 anos.
O estudo analisa ainda um terceiro cenário: mesmo que o Reino Unido chegue a um acordo para permanecer no mercado comum europeu, haverá queda na renda de ao menos 2%.
O governo britânico já indicou que deve deixar o mercado comum, mas espera negociar um acordo com a UE que possibilite a continuidade do comércio com as menores barreiras possíveis. Ao mesmo tempo, pretende incrementar as trocas comerciais com países terceiros.
O relatório, por outro lado, afirma que os benefícios trazidos por novos acordos bilaterais com países como Estados Unidos, China e Índia não serão suficientes para compensar a perda de receita das trocas com a UE, atualmente o maior parceiro comercial do Reino Unido.
Por fim, o documento sugere que quase todos os setores da economia britânica, com exceção da agricultura, seriam afetados negativamente pelo Brexit, e o status de Londres como centro financeiro seria seriamente abalado.
No Parlamento britânico, membros dos principais partidos, incluindo conservadores e trabalhistas, pressionaram o governo nesta terça-feira a publicar oficialmente o documento, que se junta a outras previsões pessimistas sobre as consequências do Brexit para a economia britânica.
May, no entanto, negou o pedido. Em reunião semanal com seu gabinete, a premiê afirmou que o estudo está ainda em estágio "preliminar" e não leva em conta a opção mais cotada pelo governo para um acordo comercial com a União Europeia. Além disso, segundo ela, divulgar o relatório na íntegra poderia prejudicar as negociações do Reino Unido com o bloco.
"A reportagem é uma interpretação seletiva de uma análise preliminar. É uma tentativa de prejudicar a nossa saída da UE", reforçou Steven Baker, subsecretário de Estado para o Brexit, a parlamentares. "Quando marcarmos o voto sobre o acordo final com a UE, vamos garantir que esta casa terá acesso à análise do governo para que seja tomada uma decisão informada."
A saída do Reino Unido da União Europeia foi aprovada por 51,9% dos britânicos em referendo realizado em julho de 2016, mais de quatro décadas depois de o país aderir ao bloco comunitário europeu. Desde então, o país vem negociando o divórcio com a UE.
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