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Após condenação, Lula segue como candidato favorito

31/01/2018 07h59

Pesquisa Datafolha revela que ex-presidente mantém larga vantagem em relação a possíveis rivais, com até 37% das intenções de voto. Sem o petista, Bolsonaro lidera em todos os cenários.A primeira pesquisa de intenções de voto feita pelo Instituto Datafolha após a condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgada nesta terça-feira (30/01), aponta que o petista mantém uma ampla vantagem em relação aos demais candidatos.

Em cinco cenários diferentes que incluem o nome do ex-presidente, as intenções de voto favoráveis a Lula variam entre 34% e 37%, mantendo uma distância confortável em relação ao segundo colocado, o deputado Jair Bolsonaro, cujo percentual variou entre 15% e 18%.

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A simulação em que a vantagem do petista é maior (37%) inclui os nomes de Bolsonaro (16%), do PSC; Geraldo Alckmin (7%), do PSDB; Ciro Gomes (7%), do PDT; Joaquim Barbosa (5%), sem partido; Alvaro Dias (4%), do Podemos; Fernando Collor de Mello (2%); do PTC; e Manuela D'Ávila (1%), do PCdoB.

O levantamento realizado com a ausência de Lula entre os presidenciáveis, que simulou quatro cenários diferentes, revela uma tendência de pulverização de seu eleitorado, inclusive com um reforço à candidatura de Bolsonaro.

Sem Lula no páreo, caso o ex-presidente seja barrado sob a Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro lidera com entre 18% e 20% das intenções de voto. Nessas circunstâncias, os demais candidatos também ganham mais apoio.

No principal cenário sem Lula, Marina Silva, da Rede, aparece em segundo lugar, com entre 13% das intenções de voto, seguida de perto por Ciro Gomes (10%), Alckmin (8%) e Luciano Huck (8%), sem partido. Com Marina fora da corrida, Ciro aparece na segunda colocação em ambos os cenários possíveis, logo à frente do governador de São Paulo.

Lula na disputa?

A elegibilidade do petista ainda é incerta. Na semana passada, os três juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmaram a condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, imposta pelo juiz Sérgio Moro, no processo que envolve a propriedade de um tríplex no Guarujá (SP). Ele ainda teve a pena aumentada de nove anos e seis meses para 12 anos e um mês de prisão.

A Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo próprio Lula durante sua presidência, prevê que candidatos condenados por órgãos colegiados (formados por mais de um juiz) não podem se candidatar. Lula, porém, ainda possui alguns recursos para tentar contornar a categorização como "ficha suja" e tentar concorrer às eleições.

Uma brecha na lei permite que um candidato condenado possa entrar com um pedido de liminar em uma instância superior para tentar concorrer. No caso de Lula, isso deverá ocorrer junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Mas é totalmente imprevisível se Lula vai conseguir essa liminar. No caso de obtê-la, sua defesa vai se defrontar com um problema adicional: a concessão prevê que o próprio recurso contra a condenação passe a tramitar de maneira acelerada. Dessa forma, se Lula insistir em ser candidato, sua defesa pode atrair para o processo uma velocidade indesejada, perdendo a oportunidade de protelar uma decisão final.

RC/ots

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