Merkel reconhece divisões na sociedade alemã
Na primeira declaração de governo de seu quarto mandato, chanceler federal reitera que "islã pertence à Alemanha" e promete empenho para superar polarização surgida após crise migratória.Em sua primeira declaração de governo após a reeleição, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, estabeleceu nesta quarta-feira (21/03) a coesão social como o objetivo de seu quarto mandato, reconhecendo divisões no país.
Em seu discurso no Parlamento, Merkel reiterou que o islã e os muçulmanos fazem parte da Alemanha, repercutindo um debate sobre a identidade cultural do país e contradizendo seu ministro do Interior, Horst Seehofer. Na semana passada, ele gerou grande controvérsia ao afirmar, em sua primeira entrevista no cargo, que "o islã não pertence à Alemanha".
A chanceler federal afirmou que historicamente a Alemanha foi marcada pelo cristianismo e pelo judaísmo, mas que "é certo que com os 4,5 milhões de muçulmanos que vivem conosco, sua religião, o islã, agora se tornou parte da Alemanha".
Ela acrescentou que a violência, a xenofobia, o racismo e o antissemitismo "não têm lugar" na Alemanha. A líder alemã citou o artigo 1º da Lei Fundamental (Constituição) do país, que diz que a dignidade humana é inviolável.
Em sua fala, Merkel também reconheceu que a crise migratória de 2015 e o subsequente debate sobre migração dividiu e polarizou a sociedade alemã. Até o fim deste mandato, ela disse que se empenhará para superar tais divisões e para estabelecer a coesão social. "Somos todos Alemanha", afirmou.
Segundo Merkel, o acolhimento de cerca de 900 mil refugiados – vindos sobretudo da Síria, do Iraque e do Afeganistão – foi uma situação humanitária excepcional, com a qual a Alemanha conseguiu lidar de maneira bem-sucedida. Mas essa situação não pode se repetir, ressaltou a chanceler.
A líder apontou que a Alemanha vai continuar acolhendo pessoas em emergência humanitária, mas que quem não tiver direito de permanecer no país deverá retornar à sua terra natal o mais rápido possível.
Ofensiva turca contra curdos
O discurso desta quarta-feira também marcou a primeira vez em que a chanceler federal alemã condenou expressamente a ofensiva militar da Turquia contra as milícias curdas Unidades de Proteção Popular (YPG) em Afrin, no norte da Síria.
A Turquia lançou a ofensiva em janeiro para expulsar as YPG de Afrin. Ancara vê a presença das YPG na fronteira como uma ameaça, já que o grupo está intimamente ligado com o proibido PKK. Após a tomada de Afrin, o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, anunciou que pretende expandir a operação contra as forças curdas para todo o norte da síria e até mesmo no Iraque.
"É inaceitável o que acontece em Afrin, onde milhares e milhares de civis são perseguidos, mortos ou obrigados a fugir", afirmou a líder alemã.
Merkel foi reeleita na semana passada como chanceler federal, quase seis meses depois das eleições parlamentares e de longas negociações para formar um governo. O país é governado agora por uma reedição da coalizão entre os conservadores da União Democrata-Cristã (CDU) e da União Social-Cristã (CSU) e o Partido Social-Democrata (SPD).
Entre as promessas para seu novo período de governo, a chanceler se comprometeu a alcançar o emprego pleno até 2025 e fortalecer o sistema previdenciário.
MD/LPF/dpa/kna/rtr/ap
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Em seu discurso no Parlamento, Merkel reiterou que o islã e os muçulmanos fazem parte da Alemanha, repercutindo um debate sobre a identidade cultural do país e contradizendo seu ministro do Interior, Horst Seehofer. Na semana passada, ele gerou grande controvérsia ao afirmar, em sua primeira entrevista no cargo, que "o islã não pertence à Alemanha".
A chanceler federal afirmou que historicamente a Alemanha foi marcada pelo cristianismo e pelo judaísmo, mas que "é certo que com os 4,5 milhões de muçulmanos que vivem conosco, sua religião, o islã, agora se tornou parte da Alemanha".
Ela acrescentou que a violência, a xenofobia, o racismo e o antissemitismo "não têm lugar" na Alemanha. A líder alemã citou o artigo 1º da Lei Fundamental (Constituição) do país, que diz que a dignidade humana é inviolável.
Em sua fala, Merkel também reconheceu que a crise migratória de 2015 e o subsequente debate sobre migração dividiu e polarizou a sociedade alemã. Até o fim deste mandato, ela disse que se empenhará para superar tais divisões e para estabelecer a coesão social. "Somos todos Alemanha", afirmou.
Segundo Merkel, o acolhimento de cerca de 900 mil refugiados – vindos sobretudo da Síria, do Iraque e do Afeganistão – foi uma situação humanitária excepcional, com a qual a Alemanha conseguiu lidar de maneira bem-sucedida. Mas essa situação não pode se repetir, ressaltou a chanceler.
A líder apontou que a Alemanha vai continuar acolhendo pessoas em emergência humanitária, mas que quem não tiver direito de permanecer no país deverá retornar à sua terra natal o mais rápido possível.
Ofensiva turca contra curdos
O discurso desta quarta-feira também marcou a primeira vez em que a chanceler federal alemã condenou expressamente a ofensiva militar da Turquia contra as milícias curdas Unidades de Proteção Popular (YPG) em Afrin, no norte da Síria.
A Turquia lançou a ofensiva em janeiro para expulsar as YPG de Afrin. Ancara vê a presença das YPG na fronteira como uma ameaça, já que o grupo está intimamente ligado com o proibido PKK. Após a tomada de Afrin, o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, anunciou que pretende expandir a operação contra as forças curdas para todo o norte da síria e até mesmo no Iraque.
"É inaceitável o que acontece em Afrin, onde milhares e milhares de civis são perseguidos, mortos ou obrigados a fugir", afirmou a líder alemã.
Merkel foi reeleita na semana passada como chanceler federal, quase seis meses depois das eleições parlamentares e de longas negociações para formar um governo. O país é governado agora por uma reedição da coalizão entre os conservadores da União Democrata-Cristã (CDU) e da União Social-Cristã (CSU) e o Partido Social-Democrata (SPD).
Entre as promessas para seu novo período de governo, a chanceler se comprometeu a alcançar o emprego pleno até 2025 e fortalecer o sistema previdenciário.
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