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O Brasil na imprensa alemã (25/04)

25/04/2018 14h34

Fundação da Colônia Cecília no Paraná pelo italiano Giovanni Rossi, a popularidade dos promotores da Operação Lava Jato e o debate sobre arte durante a Bienal do Mercosul em Porto Alegre são destaques da semana passada.Capital – A Lava Jato, 1º/05/2018

Até mesmo na hora do almoço eles são aplaudidos. Pontualmente às 12h, o grupo de pessoas discretas chega para almoçar num restaurante simples no centro de Curitiba. Mal eles se sentam à mesa, desconhecidos se aproximam e começam a aplaudir.

"Obrigado por tudo o que vocês fizeram", diz um homem idoso. "Mostrem para eles!", diz outro. "Eu te admiro", diz uma mulher e se dirige ao líder do grupo, um homem jovem de camisa e gravata e que porta óculos embaçados pelor vapor que sobe da comida. "Obrigado", responde Deltan Dallagnol. "Isso dá coragem."

Não se trata de um grupo de estrelas do futebol ou de músicos, mas de uma "equipe normal de servidores públicos", como Dallagnol explica, de promotores da força de combate à corrupção Lava Jato.

Die Tageszeitung – O senhor Rossi procura a felicidade, 25/04/2018

No fim do século 19, a utopia estava apenas a uma viagem de navio de distância para o agrônomo, veterinário e socialista Giovanni Rossi, nascido em 1856 em Pisa. Ao lado de algumas companheiras e companheiros de luta, ele embarcou num navio em Gênova, em 1890, para, alguns poucos meses depois, fundar a Colônia Cecília no Paraná. Na verdade, nada de excepcional para aquela época, ainda mais na América do Sul ou do Norte.

Mas, ao contrário de seus heróis, Rossi não estava interessado no estabelecimento da Colônia em si, no seu rápido crescimento ou em propaganda socialista. Para o italiano, Cecília era sobretudo um "experimento de vida socialista", uma espécie de laboratório para testar uma nova forma de convivência social.

Pois Rossi, assim como o utópico Fourier, procurava fervorosamente por formas alternativas de sociedades, no contexto dos avanços da industrialização, do fortalecimento do capitalismo e da por ele acarretada exploração de trabalhadoras e trabalhadores.

Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung – Arranha-céus e grafite, 22/04/2018

No Brasil se debate a quem pertence a arte. A 11ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, procura respostas. O que torna o caso de Porto Alegre especial não é a crítica à Bienal, mas que esta tenha procurado um fórum próprio.

O sucesso de conduzir esse debate no espaço público foi, mesmo assim, surpreendente: ao lado de Marina Ludemann, do Instituto Goethe de Porto Alegre, os três historiadores da arte [Bruna Fetter, Maria Amélia Bulhões e Nei Vargas da Rosa] criaram um simpósio que transcorreu em paralelo à abertura da Bienal, em abril. "Arte além da arte" era o nome, e a procura foi grande.

Entre as mudanças que Bruna Fetter, Maria Amélia Bulhões e Nei Vargas da Rosa gostariam de ver está a de que o conselho da Bienal não seja integrado apenas por representantes do setor econômico.

"Quem decide o que é arte?", perguntou Maria Amélia Bulhões no evento, e o tom da pergunta era muito sério.

AS/ots

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