Governo britânico aprova proposta de Brexit mais suave
Após horas de discussões, May destrava impasse em gabinete e garante apoio de seus ministros para plano que propõe relações econômicas mais próximas entre o Reino Unido e a União Europeia após saída do bloco.Após um acirrado impasse, o governo do Reino Unido chegou a um consenso sobre uma proposta para as futuras relações econômicas do país com a União Europeia (UE) após a saída do bloco no próximo ano, anunciou a primeira-ministra Theresa May nesta sexta-feira (06/07).
Os ministros de governo discutiram o plano, defendido por May, durante horas na casa de campo da chefe de governo em Chequers. Enquanto isso, a premiê tentava unir seu gabinete altamente dividido sobre a questão, que diz respeito a acordos alfandegários com a UE no pós-Brexit.
Após a reunião, a primeira-ministra declarou que os ministros "concordaram com a posição coletiva do governo para o futuro das nossas negociações com a União Europeia".
"O nosso plano é criar uma zona de livre comércio entre o Reino Unido e a UE que estabeleça um conjunto comum de regras para produtos industriais e agrícolas", explicou May.
Com isso, ficam de fora do acordo o comércio de serviços, que representa a maior força da economia britânica, numa tentativa de garantir que o Reino Unido recupere sua "flexibilidade regulatória" após o divórcio com o bloco europeu, agendado para 29 de março de 2019.
O novo modelo permite que o Reino Unido realize novos acordos bilaterais com outras nações terceiras, uma condição para aqueles que defendem a recuperação do "controle do dinheiro, das leis e das fronteiras" britânicas.
"Esta é uma proposta que, acredito, será boa tanto para o Reino Unido quanto para a União Europeia. Estou ansiosa para que ela seja recebida positivamente", afirmou ela, acrescentando que mais detalhes do plano serão divulgados na próxima semana.
O acordo promete garantir que os produtos britânicos sejam fabricados seguindo os níveis de exigência atualmente impostos por Bruxelas. "Assim, evitamos atritos em termos de comércio, o que protege empregos e fontes de subsistência", disse May. O plano impõe, no entanto, que qualquer mudança futura terá de ser aprovada pelo Parlamento britânico.
Os defensores do chamado "hard Brexit" – ou Brexit duro – dentro do Partido Conservador de May vêm pedindo há tempos por uma ruptura completa com o bloco, a fim de dar ao Reino Unido mais independência em relação às suas políticas de comércio e imigração.
O acordo negociado nesta sexta-feira, contudo, parece destinado a apaziguar os ânimos de alguns membros pró-UE do partido, que defendem que Londres mantenha um relacionamento econômico mais próximo com o bloco, bem como os de empresas britânicas e europeias que almejam um comércio sem atritos no pró-Brexit.
Apesar de garantir uma vitória em casa, May pode enfrentar uma forte oposição à proposta dentro da União Europeia. O negociador-chefe do bloco para o Brexit, Michel Barnier, afirmou nesta sexta-feira que avaliará as propostas para ver se são "viáveis e realistas".
Mais cedo, ele afirmara a repórteres que Bruxelas não permitirá que o Reino Unido trate a União Europeia como um "grande supermercado".
EK/afp/dpa/lusa/rtr
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram
Os ministros de governo discutiram o plano, defendido por May, durante horas na casa de campo da chefe de governo em Chequers. Enquanto isso, a premiê tentava unir seu gabinete altamente dividido sobre a questão, que diz respeito a acordos alfandegários com a UE no pós-Brexit.
Após a reunião, a primeira-ministra declarou que os ministros "concordaram com a posição coletiva do governo para o futuro das nossas negociações com a União Europeia".
"O nosso plano é criar uma zona de livre comércio entre o Reino Unido e a UE que estabeleça um conjunto comum de regras para produtos industriais e agrícolas", explicou May.
Com isso, ficam de fora do acordo o comércio de serviços, que representa a maior força da economia britânica, numa tentativa de garantir que o Reino Unido recupere sua "flexibilidade regulatória" após o divórcio com o bloco europeu, agendado para 29 de março de 2019.
O novo modelo permite que o Reino Unido realize novos acordos bilaterais com outras nações terceiras, uma condição para aqueles que defendem a recuperação do "controle do dinheiro, das leis e das fronteiras" britânicas.
"Esta é uma proposta que, acredito, será boa tanto para o Reino Unido quanto para a União Europeia. Estou ansiosa para que ela seja recebida positivamente", afirmou ela, acrescentando que mais detalhes do plano serão divulgados na próxima semana.
O acordo promete garantir que os produtos britânicos sejam fabricados seguindo os níveis de exigência atualmente impostos por Bruxelas. "Assim, evitamos atritos em termos de comércio, o que protege empregos e fontes de subsistência", disse May. O plano impõe, no entanto, que qualquer mudança futura terá de ser aprovada pelo Parlamento britânico.
Os defensores do chamado "hard Brexit" – ou Brexit duro – dentro do Partido Conservador de May vêm pedindo há tempos por uma ruptura completa com o bloco, a fim de dar ao Reino Unido mais independência em relação às suas políticas de comércio e imigração.
O acordo negociado nesta sexta-feira, contudo, parece destinado a apaziguar os ânimos de alguns membros pró-UE do partido, que defendem que Londres mantenha um relacionamento econômico mais próximo com o bloco, bem como os de empresas britânicas e europeias que almejam um comércio sem atritos no pró-Brexit.
Apesar de garantir uma vitória em casa, May pode enfrentar uma forte oposição à proposta dentro da União Europeia. O negociador-chefe do bloco para o Brexit, Michel Barnier, afirmou nesta sexta-feira que avaliará as propostas para ver se são "viáveis e realistas".
Mais cedo, ele afirmara a repórteres que Bruxelas não permitirá que o Reino Unido trate a União Europeia como um "grande supermercado".
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