Quase 80% dos alemães estão insatisfeitos com governo
Aprovação da coalizão de Angela Merkel sofre desgaste após conflito com ministro do Interior. Para a maioria do eleitorado, tema dos refugiados domina excessivamente o debate.O conflito recente entre a chanceler federal Angela Merkel e seu ministro do Interior e parceiro de coalizão, Horst Seehofer, arranhou a imagem do governo alemão entre o eleitorado.
Uma pesquisa divulgada na quinta-feira (05/07) pela emissora ARD apontou que 78% estão relativamente ou completamente insatisfeitos com a atual coalizão de governo. A desaprovação subiu 15 pontos percentuais em relação à última pesquisa, divulgada em junho.
Nas últimas semanas, a atual coalizão de governo, formada pelos partidos União Democrata-Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU) e os social-democratas (SPD) chegou a correr o risco de desmoronar diante de conflitos internos.
Seehofer, que também é líder da CSU, ameaçou tomar decisões unilaterais para barrar refugiados nas fronteiras da Alemanha. O conflito só foi resolvido quando Merkel conseguiu costurar acordos com outros países da União Europeia para lidar com o problema.
O mesmo levantamento divulgado pela ARD mostrou que 56% do eleitorado considera que a atual política para refugiados do governo domina excessivamente o debate político na Alemanha. Os entrevistados afirmaram que gostariam que temas como educação e habitação recebessem mais atenção.
Ainda que o governo tenha sofrido bastante desgaste por causa dos conflitos internos, a aprovação pessoal da chanceler Merkel sofreu poucos abalos. Sua popularidade caiu apenas dois pontos percentuais, de 50% para 48%.
A reprovação parece ter sido canalizada para Seehofer, que só é bem avaliado por 27% dos alemães – 16 pontos percentuais a menos do que em junho. Além disso, 70% do eleitorado julgou que o comportamento de Seehofer enfraqueceu a CSU e a CDU.
Apesar disso, 55% dos eleitores apontaram que é positivo que algum membro da coalizão critique as políticas de refúgio promovidas por Merkel, o que sinaliza que a maioria do eleitorado só não está de acordo com os métodos do ministro.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 5 de julho e ouviu 1.005 pessoas. A margem de erro é de até 3,1 pontos percentuais.
A coalizão liderada por Merkel só está no poder há pouco mais de cem dias. As negociações para a formação do governo foram desgastantes e demoradas, se arrastando por cerca de três meses. No final, Merkel teve que fazer grandes concessões tanto para a CSU quanto para o SPD para garantir a continuidade do seu governo.
Uma segunda pesquisa da ARD mostrou que, se os três partidos da atual coalizão tivessem que passar por uma nova eleição, provavelmente não conseguiriam votos suficientes para formar uma maioria de governo. O levantamento apontou que, somadas, a CDU/CSU conseguiriam 48% dos votos. Em setembro, os três partidos conseguiriam 53,4%.
Já siglas como o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que prega uma política dura com os refugiados, viu suas intenções de voto crescerem um ponto percentual em relação ao levantamento de junho, passando para 16%. Em setembro, o partido recebeu 12,6% dos votos.
O Partido Verde também cresceu em comparação com o último levantamento, passando para 14% das intenções de voto. Siglas como o Partido Liberal-Democrata e A Esquerda perderam um ponto percentual cada, passando para 8% e 9%, respectivamente. A segunda pesquisa ouviu 1.505 pessoas. A margem de erro também é de até 3,1 pontos percentuais.
JPS/ots
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram
Uma pesquisa divulgada na quinta-feira (05/07) pela emissora ARD apontou que 78% estão relativamente ou completamente insatisfeitos com a atual coalizão de governo. A desaprovação subiu 15 pontos percentuais em relação à última pesquisa, divulgada em junho.
Nas últimas semanas, a atual coalizão de governo, formada pelos partidos União Democrata-Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU) e os social-democratas (SPD) chegou a correr o risco de desmoronar diante de conflitos internos.
Seehofer, que também é líder da CSU, ameaçou tomar decisões unilaterais para barrar refugiados nas fronteiras da Alemanha. O conflito só foi resolvido quando Merkel conseguiu costurar acordos com outros países da União Europeia para lidar com o problema.
O mesmo levantamento divulgado pela ARD mostrou que 56% do eleitorado considera que a atual política para refugiados do governo domina excessivamente o debate político na Alemanha. Os entrevistados afirmaram que gostariam que temas como educação e habitação recebessem mais atenção.
Ainda que o governo tenha sofrido bastante desgaste por causa dos conflitos internos, a aprovação pessoal da chanceler Merkel sofreu poucos abalos. Sua popularidade caiu apenas dois pontos percentuais, de 50% para 48%.
A reprovação parece ter sido canalizada para Seehofer, que só é bem avaliado por 27% dos alemães – 16 pontos percentuais a menos do que em junho. Além disso, 70% do eleitorado julgou que o comportamento de Seehofer enfraqueceu a CSU e a CDU.
Apesar disso, 55% dos eleitores apontaram que é positivo que algum membro da coalizão critique as políticas de refúgio promovidas por Merkel, o que sinaliza que a maioria do eleitorado só não está de acordo com os métodos do ministro.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 5 de julho e ouviu 1.005 pessoas. A margem de erro é de até 3,1 pontos percentuais.
A coalizão liderada por Merkel só está no poder há pouco mais de cem dias. As negociações para a formação do governo foram desgastantes e demoradas, se arrastando por cerca de três meses. No final, Merkel teve que fazer grandes concessões tanto para a CSU quanto para o SPD para garantir a continuidade do seu governo.
Uma segunda pesquisa da ARD mostrou que, se os três partidos da atual coalizão tivessem que passar por uma nova eleição, provavelmente não conseguiriam votos suficientes para formar uma maioria de governo. O levantamento apontou que, somadas, a CDU/CSU conseguiriam 48% dos votos. Em setembro, os três partidos conseguiriam 53,4%.
Já siglas como o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que prega uma política dura com os refugiados, viu suas intenções de voto crescerem um ponto percentual em relação ao levantamento de junho, passando para 16%. Em setembro, o partido recebeu 12,6% dos votos.
O Partido Verde também cresceu em comparação com o último levantamento, passando para 14% das intenções de voto. Siglas como o Partido Liberal-Democrata e A Esquerda perderam um ponto percentual cada, passando para 8% e 9%, respectivamente. A segunda pesquisa ouviu 1.505 pessoas. A margem de erro também é de até 3,1 pontos percentuais.
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