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Embaixadas alemãs receberam 30 mil pedidos de reunião familiar

30/07/2018 11h59

Solicitações de parentes de refugiados que vivem na Alemanha sobrecarregam representações diplomáticas em países como Líbano e Jordânia. Critérios para concessão de vistos são alvo de questionamentos.As embaixadas e consulados da Alemanha em Estados vizinhos à Síria registraram um aumento significativo no número de pedidos de reuniões familiares de refugiados. As representações diplomáticas alemãs na Jordânia, Líbano, Iraque e Turquia acumulam no momento 31.340 pedidos de agendamento para o processamento dos pedidos, que foram apresentados por parentes de pessoas que já obtiveram o status de refugiado na Alemanha.

As informações foram divulgadas pela cadeia de jornais Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND), que reproduziu a resposta dada pelo Ministério das Relações Exteriores a um questionamento da deputada Sevim Dagdelen, do partido A Esquerda.

Ainda segundo a reportagem, do total de pedidos, 22.100 foram entregues à embaixada alemã em Beirute, no Líbano. Diante da enxurrada de pedidos, o ministério informou que vai contratar mais pessoal para as embaixadas em Amã, na Jordânia, e Beirute.

A partir desta quarta-feira (30/07), a cada mês mil parentes de refugiados que receberam status de proteção limitado na Alemanha devem receber vistos para viajar ao país europeu. A decisão foi uma das condições impostas pelo Partido Social-Democrata (SPD) para concordar em formar uma coalizão governamental com a União Democrata Cristã (CDU) e garantir mais um mandato para a chanceler federal Angela Merkel.

O status de proteção limitado é concedido a refugiados a quem não cabe proteção total nem segundo a legislação migratória alemã nem segundo a Convenção de Genebra relativa ao Estatuto dos Refugiados, mas que mesmo assim conseguem provar que sofrem ameças de tortura, morte ou outro tratamento desumano em seus países de origem.

Segundo o Ministério do Exterior, a escolha de quais parentes vão receber permissão é tomada com base "em critérios humanitários". Dessa forma, podem ter preferência reuniões familiares que incluam crianças pequenas, parentes que estejam correndo risco de vida ou que estejam doentes ou tenham alguma condição especial.

Dagdelen, no entanto, critica os critérios impostos pelo Ministério do Exterior. "A reunião familiar é como uma loteria que ocorre à custa de milhares de crianças e mulheres", disse Dagdelen à RND.

"O pessoal disponível para tomar essas decisões vitais é completamente inadequado, e as regras pouco claras abrem a porta para arbitrariedade." Segundo ela, não estão claros que critérios de urgência serão levados em conta.

JPS/dpa

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