Presidente do Banco Central da Argentina renuncia
Saída de Luis Caputo ocorre em meio à negociação para acordo com o Fundo Monetário Internacional. Presidente argentino afirma que decisão já era prevista e indica economista Guido Sandleris para assumir o cargo.O presidente do Banco Central da Argentina, Luis Caputo, renunciou ao cargo nesta terça-feira (26/09). A saída ocorre em meio às negociações do país, que enfrenta uma grave crise cambial, para alcançar um acordo de ajuda financeira com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Caputo, considerado próximo do presidente argentino, Mauricio Macri, ocupava o cargo desde junho e tinha sido antes ministro das Finanças.
Em comunicado, o Banco Central disse que a renúncia de Caputo foi motivada por "razões pessoais". Economistas argentinos, porém, consideram que a decisão pode estar relacionada com divergências com o FMI.
Após o anúncio, Macri afirmou que a renúncia do presidente do Banco Central já estava prevista. "Sabia que quando a situação financeira se estabilizasse, Caputo deixaria o cargo porque não tinha vocação para exercê-lo. Foi um gesto patriótico", afirmou numa coletiva de imprensa em Nova York, pouco depois de ter discursado na Assembleia Geral da ONU.
O economista Guido Sandleris foi indicado para assumir a presidência do Banco Central argentino no lugar de Caputo. Em comunicado, ele afirmou que seu principal objetivo será diminuir a inflação, que nos primeiros oito meses deste ano acumula uma alta de 24,3%.
Embora desde que Macri assumiu a presidência, em 2015, tenha colocado derrotar a inflação como uma de suas prioridades, as tentativas têm falhado. Em 2017, o Banco Central estabeleceu uma meta de inflação de 12% a 17%, mas os preços ao consumidor acumularam no ano passado uma alta de 24,8%.
A meta inicial para 2018 era de 10%, depois recalculada pelo governo para 15%, mas a forte desvalorização do peso que vem ocorrendo desde abril influenciou fortemente para que esses limites fossem descumpridos. Em agosto, os preços ao consumidor aumentaram 34,4% em relação ao mesmo mês de 2017.
Macri afirmou que a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, com que se reuniu nesta terça-feira, aprovou a indicação de Sandleris. Especialista em economia internacional, finanças e macroeconomia e com uma longa carreira acadêmica, o novo presidente do Banco Central era secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda até ser convidado para substituir Caputo.
Além da inflação, a Argentina enfrenta ainda uma crise cambial que já levou a uma depreciação do peso em cerca de 50% face ao dólar desde o início do ano. Para tentar estabilizar a economia, o país pediu ao FMI para acelerar os pagamentos de um empréstimo de 50 bilhões de dólares concedido em junho.
CN/lusa/efe/dpa
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp
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Caputo, considerado próximo do presidente argentino, Mauricio Macri, ocupava o cargo desde junho e tinha sido antes ministro das Finanças.
Em comunicado, o Banco Central disse que a renúncia de Caputo foi motivada por "razões pessoais". Economistas argentinos, porém, consideram que a decisão pode estar relacionada com divergências com o FMI.
Após o anúncio, Macri afirmou que a renúncia do presidente do Banco Central já estava prevista. "Sabia que quando a situação financeira se estabilizasse, Caputo deixaria o cargo porque não tinha vocação para exercê-lo. Foi um gesto patriótico", afirmou numa coletiva de imprensa em Nova York, pouco depois de ter discursado na Assembleia Geral da ONU.
O economista Guido Sandleris foi indicado para assumir a presidência do Banco Central argentino no lugar de Caputo. Em comunicado, ele afirmou que seu principal objetivo será diminuir a inflação, que nos primeiros oito meses deste ano acumula uma alta de 24,3%.
Embora desde que Macri assumiu a presidência, em 2015, tenha colocado derrotar a inflação como uma de suas prioridades, as tentativas têm falhado. Em 2017, o Banco Central estabeleceu uma meta de inflação de 12% a 17%, mas os preços ao consumidor acumularam no ano passado uma alta de 24,8%.
A meta inicial para 2018 era de 10%, depois recalculada pelo governo para 15%, mas a forte desvalorização do peso que vem ocorrendo desde abril influenciou fortemente para que esses limites fossem descumpridos. Em agosto, os preços ao consumidor aumentaram 34,4% em relação ao mesmo mês de 2017.
Macri afirmou que a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, com que se reuniu nesta terça-feira, aprovou a indicação de Sandleris. Especialista em economia internacional, finanças e macroeconomia e com uma longa carreira acadêmica, o novo presidente do Banco Central era secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda até ser convidado para substituir Caputo.
Além da inflação, a Argentina enfrenta ainda uma crise cambial que já levou a uma depreciação do peso em cerca de 50% face ao dólar desde o início do ano. Para tentar estabilizar a economia, o país pediu ao FMI para acelerar os pagamentos de um empréstimo de 50 bilhões de dólares concedido em junho.
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