Os casos de abuso que abalam a Igreja Católica
Há décadas, casos de abuso sexual afetam a Igreja. Milhares de crianças foram assediadas e violentadas por membros do clero. Real amplitude do problema a nível mundial ainda é uma incógnita.Desde quando os crimes são conhecidos?
Em 1985, a condenação de um padre no estado de Louisiana pelo abuso de 39 crianças ganhou as manchetes pela primeira vez. Desde então, a mídia tem divulgado seguidas notícias de casos de abuso sexual de crianças por padres e religiosos da Igreja Católica – especialmente nos EUA. Casos individuais também foram divulgados anteriormente em várias partes do mundo. A maior parte deles não gerou consequências. Nos anos 90, a publicação de livros de vítimas chamou mais atenção para o problema.
Em 2002, o jornal Boston Globe revelou como bispos e cardeais haviam acabertado por décadas casos de abuso sexual infantil em Boston. Essas revelações provocaram uma avalanche de novas acusações contra os clérigos.
Na Alemanha, ao menos desde 2010 se fala publicamente sobre casos individuais envolvendo tanto padres como lideranças eclesiásticas. Na época, se tornaram conhecidos vários casos de abuso sexual no colégio católico Canisius, em Berlim.
Qual a extensão dos crimes?
Somente a partir dos anos 90, começaram a ser investigados casos de abuso infantil na Igreja Católica através de comissões e projetos de pesquisa – de forma ora mais, ora menos sistemática; ora mais, ora menos transparente.
Especialmente nos EUA e na Europa, a pressão da opinião pública contribuiu para uma maior divulgação do problema. Na Bélgica, pelo menos 300 casos de abuso sexual se tornaram conhecidos em 2010; na Suíça, 250 casos foram notificados à Conferência Episcopal entre 2010 e 2017, e na França, a liderança eclesiástica citou um total de 70 pedófilos. No entanto, na maioria dos países do mundo não há registros sobre a extensão do abuso nas instituições da Igreja.
Os crimes continuam?
É cabível presumir que abusos de menores continuem ocorrendo – tanto na Igreja Católica quanto em outras instituições. O poder dos clérigos e a opressão da sexualidade devido ao celibato são, no entanto, de acordo com críticos, responsáveis ??pelo fato de que os casos sejam especialmente frequentes dentro da Igreja Católica. Segundo estudos comparativos, quatro em cada cinco vítimas de abuso sexual na Igreja Católica são do sexo masculino. Em outras instituições, mais da metade das vítimas é do sexo feminino.
Até agora, o tema é foco de pesquisas, especialmente na Europa e nos EUA. No entanto, a maioria dos católicos do mundo vive em países da África, Ásia e, sobretudo, da América Latina. Especialmente nessas regiões, pode ser fácil para clérigos com tendências pedófilas abusarem de seu poder sobre crianças de famílias mais pobres. Considerando isso, o número de casos no mundo não reportados provavelmente é muito alto.
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp |
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Em 1985, a condenação de um padre no estado de Louisiana pelo abuso de 39 crianças ganhou as manchetes pela primeira vez. Desde então, a mídia tem divulgado seguidas notícias de casos de abuso sexual de crianças por padres e religiosos da Igreja Católica – especialmente nos EUA. Casos individuais também foram divulgados anteriormente em várias partes do mundo. A maior parte deles não gerou consequências. Nos anos 90, a publicação de livros de vítimas chamou mais atenção para o problema.
Em 2002, o jornal Boston Globe revelou como bispos e cardeais haviam acabertado por décadas casos de abuso sexual infantil em Boston. Essas revelações provocaram uma avalanche de novas acusações contra os clérigos.
Na Alemanha, ao menos desde 2010 se fala publicamente sobre casos individuais envolvendo tanto padres como lideranças eclesiásticas. Na época, se tornaram conhecidos vários casos de abuso sexual no colégio católico Canisius, em Berlim.
Qual a extensão dos crimes?
Somente a partir dos anos 90, começaram a ser investigados casos de abuso infantil na Igreja Católica através de comissões e projetos de pesquisa – de forma ora mais, ora menos sistemática; ora mais, ora menos transparente.
Especialmente nos EUA e na Europa, a pressão da opinião pública contribuiu para uma maior divulgação do problema. Na Bélgica, pelo menos 300 casos de abuso sexual se tornaram conhecidos em 2010; na Suíça, 250 casos foram notificados à Conferência Episcopal entre 2010 e 2017, e na França, a liderança eclesiástica citou um total de 70 pedófilos. No entanto, na maioria dos países do mundo não há registros sobre a extensão do abuso nas instituições da Igreja.
Os crimes continuam?
É cabível presumir que abusos de menores continuem ocorrendo – tanto na Igreja Católica quanto em outras instituições. O poder dos clérigos e a opressão da sexualidade devido ao celibato são, no entanto, de acordo com críticos, responsáveis ??pelo fato de que os casos sejam especialmente frequentes dentro da Igreja Católica. Segundo estudos comparativos, quatro em cada cinco vítimas de abuso sexual na Igreja Católica são do sexo masculino. Em outras instituições, mais da metade das vítimas é do sexo feminino.
Até agora, o tema é foco de pesquisas, especialmente na Europa e nos EUA. No entanto, a maioria dos católicos do mundo vive em países da África, Ásia e, sobretudo, da América Latina. Especialmente nessas regiões, pode ser fácil para clérigos com tendências pedófilas abusarem de seu poder sobre crianças de famílias mais pobres. Considerando isso, o número de casos no mundo não reportados provavelmente é muito alto.
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