Um ano a ser esquecido pela seleção alemã
Este foi o pior ano da história do futebol alemão, marcado pela eliminação precoce em duas competições e por apenas uma vitória em jogos oficiais. Resta à torcida olhar para 2019 e para as eliminatórias da Eurocopa.Ainda no primeiro trimestre de 2018, poucos meses antes da Copa do Mundo na Rússia, diversas enquetes foram realizadas pela mídia na Alemanha com o objetivo de saber quais são as expectativas da torcida quanto ao desempenho da Mannschaft no Mundial.
Para a maioria, os comandados por Joachim Löw chegariam pelo menos à semifinal, e 25% até achavam que a Alemanha poderia conquistar o seu segundo título consecutivo, repetindo os feitos da Itália (1934 e 1938) e do Brasil (1958 e 1962). Pouca gente imaginava que a então campeã mundial poderia ser eliminada já na fase de grupos – o percentual dessa turma pessimista, dependendo do levantamento, girava de 3% a 5%.
Mesmo após o inesperado adeus ao sonho do título, o torcedor alemão continuou confiando na pronta recuperação germânica já na Eurocopa de 2020: de acordo com levantamento feito pela cadeia de TV pública ARD, 77% manifestaram certeza de que a Alemanha daria a volta por cima nesse torneio.
Curiosamente não foi feita nenhuma pesquisa junto aos fãs do futebol sobre a recém-inventada Nations League, ou Liga das Nações da Uefa. Já no sorteio, a Alemanha foi abandonada pela sorte. No seu grupo teve que encarar a campeã mundial França e a renovada Holanda. Se deu mal e acabou em último lugar no grupo, somando apenas dois pontos com duas derrotas e dois empates.
Não bastasse mais esse vexame, na próxima edição da competição, em 2020, a seleção alemã vai ter que se contentar em disputar a Liga B, uma espécie de segunda divisão do futebol europeu. Trocando em miúdos: não disputará o título. O máximo que poderá almejar é voltar para a Liga A. Para tanto, vai precisar ficar em primeiro lugar no seu grupo.
Muito já se falou e se escreveu sobre este desastrado ano da Mannschaft, e cada vez mais vozes clamam por uma renovação de ponta a ponta, não apenas no time, mas também na própria comissão técnica.
Para dizer a verdade, a renovação do time já começou, ainda que lentamente. Contra Rússia e Holanda, por exemplo, taticamente a Alemanha jogou inusitadamente no sistema 5-2-3, com ênfase na velocidade e constante troca de posicionamento do jovem trio ofensivo formado por Sané, Werner e Gnabry. Enquanto os três estavam em campo, a equipe rendeu bem. Quando foram substituídos, o rendimento caiu vertiginosamente.
Especialmente no jogo com a Holanda esse aspecto ficou mais do que evidente. Até os 25 minutos do segundo tempo, vencendo por 2 a 0, o jogo estava sob controle dos alemães. Nos dez minutos seguintes, Löw substituiu a molecada por Reus, Müller e Goretzka. O resultado foi que as ações ofensivas germânicas se tornaram escassas, além de ineficazes.
A Holanda se aproveitou dessa inoperância e se lançou ao ataque. O resultado não demorou a chegar: em cinco minutos, os "oranges" empataram a partida, contando ainda com a desconcentração da confusa defesa alemã. De quebra, a Holanda se tornou campeã do grupo, desbancando a França, e vai disputar o primeiro título de campeão da Liga das Nações, com Suíça, Portugal e Inglaterra.
No que diz respeito à comissão técnica dirigida por Löw, pode-se afirmar com alto grau de certeza que não há mudança à vista até a Eurocopa 2020. O treinador já percebeu que o processo de rejuvenescimento do elenco é irreversível. Os campeões mundiais de 2014 remanescentes no elenco, especialmente aqueles na faixa dos 30 anos de idade, deverão ceder seus lugares à uma nova geração que reivindica um protagonismo mais atuante no futuro imediato.
De todo modo, 2018 foi um ano frustrante para a Mannschaft. A seleção alemã foi eliminada precocemente de duas competições. Dos sete jogos oficiais disputados, empatou em dois, perdeu quatro e ganhou apenas um. Começou o ano como primeira no ranking da Fifa e agora está em décimo lugar. Foi o pior ano da história do futebol alemão. Motivo suficiente para a torcida alemã esquecer o malfadado 2018 e voltar seus olhares para o ano que vem, quando a Alemanha disputará as eliminatórias da Eurocopa 2020.
Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no Twitter, Facebook e no site Bundesliga.com.br
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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Para a maioria, os comandados por Joachim Löw chegariam pelo menos à semifinal, e 25% até achavam que a Alemanha poderia conquistar o seu segundo título consecutivo, repetindo os feitos da Itália (1934 e 1938) e do Brasil (1958 e 1962). Pouca gente imaginava que a então campeã mundial poderia ser eliminada já na fase de grupos – o percentual dessa turma pessimista, dependendo do levantamento, girava de 3% a 5%.
Mesmo após o inesperado adeus ao sonho do título, o torcedor alemão continuou confiando na pronta recuperação germânica já na Eurocopa de 2020: de acordo com levantamento feito pela cadeia de TV pública ARD, 77% manifestaram certeza de que a Alemanha daria a volta por cima nesse torneio.
Curiosamente não foi feita nenhuma pesquisa junto aos fãs do futebol sobre a recém-inventada Nations League, ou Liga das Nações da Uefa. Já no sorteio, a Alemanha foi abandonada pela sorte. No seu grupo teve que encarar a campeã mundial França e a renovada Holanda. Se deu mal e acabou em último lugar no grupo, somando apenas dois pontos com duas derrotas e dois empates.
Não bastasse mais esse vexame, na próxima edição da competição, em 2020, a seleção alemã vai ter que se contentar em disputar a Liga B, uma espécie de segunda divisão do futebol europeu. Trocando em miúdos: não disputará o título. O máximo que poderá almejar é voltar para a Liga A. Para tanto, vai precisar ficar em primeiro lugar no seu grupo.
Muito já se falou e se escreveu sobre este desastrado ano da Mannschaft, e cada vez mais vozes clamam por uma renovação de ponta a ponta, não apenas no time, mas também na própria comissão técnica.
Para dizer a verdade, a renovação do time já começou, ainda que lentamente. Contra Rússia e Holanda, por exemplo, taticamente a Alemanha jogou inusitadamente no sistema 5-2-3, com ênfase na velocidade e constante troca de posicionamento do jovem trio ofensivo formado por Sané, Werner e Gnabry. Enquanto os três estavam em campo, a equipe rendeu bem. Quando foram substituídos, o rendimento caiu vertiginosamente.
Especialmente no jogo com a Holanda esse aspecto ficou mais do que evidente. Até os 25 minutos do segundo tempo, vencendo por 2 a 0, o jogo estava sob controle dos alemães. Nos dez minutos seguintes, Löw substituiu a molecada por Reus, Müller e Goretzka. O resultado foi que as ações ofensivas germânicas se tornaram escassas, além de ineficazes.
A Holanda se aproveitou dessa inoperância e se lançou ao ataque. O resultado não demorou a chegar: em cinco minutos, os "oranges" empataram a partida, contando ainda com a desconcentração da confusa defesa alemã. De quebra, a Holanda se tornou campeã do grupo, desbancando a França, e vai disputar o primeiro título de campeão da Liga das Nações, com Suíça, Portugal e Inglaterra.
No que diz respeito à comissão técnica dirigida por Löw, pode-se afirmar com alto grau de certeza que não há mudança à vista até a Eurocopa 2020. O treinador já percebeu que o processo de rejuvenescimento do elenco é irreversível. Os campeões mundiais de 2014 remanescentes no elenco, especialmente aqueles na faixa dos 30 anos de idade, deverão ceder seus lugares à uma nova geração que reivindica um protagonismo mais atuante no futuro imediato.
De todo modo, 2018 foi um ano frustrante para a Mannschaft. A seleção alemã foi eliminada precocemente de duas competições. Dos sete jogos oficiais disputados, empatou em dois, perdeu quatro e ganhou apenas um. Começou o ano como primeira no ranking da Fifa e agora está em décimo lugar. Foi o pior ano da história do futebol alemão. Motivo suficiente para a torcida alemã esquecer o malfadado 2018 e voltar seus olhares para o ano que vem, quando a Alemanha disputará as eliminatórias da Eurocopa 2020.
Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no Twitter, Facebook e no site Bundesliga.com.br
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