EUA impõem sanções à vice-presidente da Nicarágua
Estados Unidos aplicam medida em reação à repressão violenta dos protestos contra o governo do país. Além de Rosario Murillo, punição atinge assessor de Segurança Nacional da Nicarágua.Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (27/11) novas sanções contra autoridades da Nicarágua pela violenta repressão aos protestos contra o presidente do país, Daniel Ortega. A medida atinge a vice-presidente e primeira-dama, Rosario Murillo, e o assessor de Segurança Nacional do país, Néstor Moncada Lau.
O Departamento do Tesouro dos EUA acusou Murillo e Lau de minar a democracia na Nicarágua, além de violar os direitos humanos e de corrupção. O governo americano afirmou ainda que ambos tentam influenciar Ortega.
As sanções, determinadas em ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estipularam o bloqueio de qualquer propriedade de ambos sob jurisdição americana. A medida proíbe ainda cidadãos americanos de fazer negócios com os dois, que também serão impedidos de entrar no país.
Um funcionário do alto escalão da Casa Branca revelou que o governo americano espera "efeitos significativos" com as sanções.
O Departamento do Tesouro classificou Murillo como "copresidente" da Nicarágua e destacou a influência da primeira-dama sobre grupos que foram acusados de praticar violações aos direitos humanos, como sequestros, torturas e execuções extrajudiciais, durante os protestos registrados contra Ortega desde abril.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou que o governo americano está comprometido em fazer o regime de Ortega prestar contas pela resposta aos protestos e pela corrupção que "derivou nas mortes de centenas de nicaraguenses inocentes".
"A vice-presidente e seus agentes políticos buscaram desmantelar sistematicamente as instituições democráticas e saquear a riqueza da Nicarágua para consolidar seu controle do poder", disse Mnuchin.
O governo americano acusou ainda o assessor de Segurança Nacional de Ortega de estar envolvido em casos de corrupção, extorsão e pagamentos de propina em benefício do presidente.
Fontes da Casa Branca disseram que as sanções são um "primeiro passo" contra o círculo mais próximo de Ortega e reiteraram a necessidade da convocação de eleições antecipadas na Nicarágua.
Em nota, o governo da Nicarágua rechaçou as sanções e condenou o que chamou de "continuidade história da ingerência e política intervencionista" dos Estados Unidos.
O país centro-americano enfrenta uma profunda crise sociopolítica, marcada por uma repressão violenta do governo em protestos contra o presidente, que já deixou centenas de mortos.
Os atos começaram em 18 de abril, motivados pelos planos de Ortega de reformar o sistema previdenciário do país, aumentando contribuições e reduzindo benefícios. O governo acabou voltando atrás, mas a repressão aos manifestantes provocou protestos ainda maiores.
Segundo dados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), mais de 300 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas nos protestos.
A Nicarágua vive a crise mais sangrenta da história do país em tempos de paz e a mais forte desde a década de 1980, quando Ortega também foi presidente (1985-1990). Há 11 anos no poder, ele enfrenta acusações de abuso e corrupção e afirmou que não pretende renunciar. Os opositores o acusam de ser um ditador e exigem que ele saia ou que haja eleições antecipadas.
CN/efe/rtr/ap
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter
O Departamento do Tesouro dos EUA acusou Murillo e Lau de minar a democracia na Nicarágua, além de violar os direitos humanos e de corrupção. O governo americano afirmou ainda que ambos tentam influenciar Ortega.
As sanções, determinadas em ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estipularam o bloqueio de qualquer propriedade de ambos sob jurisdição americana. A medida proíbe ainda cidadãos americanos de fazer negócios com os dois, que também serão impedidos de entrar no país.
Um funcionário do alto escalão da Casa Branca revelou que o governo americano espera "efeitos significativos" com as sanções.
O Departamento do Tesouro classificou Murillo como "copresidente" da Nicarágua e destacou a influência da primeira-dama sobre grupos que foram acusados de praticar violações aos direitos humanos, como sequestros, torturas e execuções extrajudiciais, durante os protestos registrados contra Ortega desde abril.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou que o governo americano está comprometido em fazer o regime de Ortega prestar contas pela resposta aos protestos e pela corrupção que "derivou nas mortes de centenas de nicaraguenses inocentes".
"A vice-presidente e seus agentes políticos buscaram desmantelar sistematicamente as instituições democráticas e saquear a riqueza da Nicarágua para consolidar seu controle do poder", disse Mnuchin.
O governo americano acusou ainda o assessor de Segurança Nacional de Ortega de estar envolvido em casos de corrupção, extorsão e pagamentos de propina em benefício do presidente.
Fontes da Casa Branca disseram que as sanções são um "primeiro passo" contra o círculo mais próximo de Ortega e reiteraram a necessidade da convocação de eleições antecipadas na Nicarágua.
Em nota, o governo da Nicarágua rechaçou as sanções e condenou o que chamou de "continuidade história da ingerência e política intervencionista" dos Estados Unidos.
O país centro-americano enfrenta uma profunda crise sociopolítica, marcada por uma repressão violenta do governo em protestos contra o presidente, que já deixou centenas de mortos.
Os atos começaram em 18 de abril, motivados pelos planos de Ortega de reformar o sistema previdenciário do país, aumentando contribuições e reduzindo benefícios. O governo acabou voltando atrás, mas a repressão aos manifestantes provocou protestos ainda maiores.
Segundo dados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), mais de 300 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas nos protestos.
A Nicarágua vive a crise mais sangrenta da história do país em tempos de paz e a mais forte desde a década de 1980, quando Ortega também foi presidente (1985-1990). Há 11 anos no poder, ele enfrenta acusações de abuso e corrupção e afirmou que não pretende renunciar. Os opositores o acusam de ser um ditador e exigem que ele saia ou que haja eleições antecipadas.
CN/efe/rtr/ap
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.