Bolsonaro toma posse como presidente
Presidente eleito assume em uma cerimônia com esquema de segurança reforçado e série de restrições à imprensa.Jair Bolsonaro tomou posse nesta terça-feira (01/01), em Brasília, como o 38° presidente da República, em uma cerimônia com um esquema de segurança inédito e sela a chegada da extrema direita ao poder no Brasil.
A etapa inicial da cerimônia começou às 14h, com a saída do presidente eleito e sua mulher, Michele Bolsonaro, da Granja do Torto para a Catedral de Brasília. De lá, a comitiva desfilou em carro aberto – o Rolls Royce presidencial. Além de Michelle, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente eleito, também estava presente no carro.
Em seguida, foi a vez de Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, serão recebidos no Congresso Nacional pelos presidentes da Câmara e do Senado, o deputado Rodrigo Maia e o senador Eunício Oliveira, além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Bolsonaro e Mourão prestaram em seguida um juramento constitucional. O texto é o mesmo para todos os presidentes e vices eleitos. Eles se comprometem a "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro". Em seguida, eles assinaram um termo de posse e se tornaram oficialmente presidente e vice-presidente da República.
Na sequência, Bolsonaro fez um discurso para os deputados, senadores e representantes dos demais poderes. Ele prometeu que “O Brasil voltará a ser um país livre das amarras ideológicas” e pediu ajuda ao parlamentares para "restaurar e reerguer a pátria" contra "corrupção, criminalidade, irresponsabilidade econômica e submissão ideológica". "Temos oportunidade única de reconstruir o nosso país", disse.
Depois dessa etapa, Bolsonaro e sua mulher vão seguir para o Palácio do Planalto, onde ocorre a a etapa mais simbólica das posses presidenciais: a troca de faixa de presidentes.
No parlatório em frente ao palácio, Bolsonaro deverá fazer mais um discurso, desta vez à nação. Na sequência, Bolsonaro vai receber os novos ministros e posar para a fotografia oficial do novo governo. A última etapa é uma cerimônia na sede do Itamaraty, onde Bolsonaro vai receber convidados e os chefes de estado e de governo estrangeiros que acompanharam a posse.
Ao todo, dez chefes de estado e de governo estrangeiros vieram à posse de Bolsonaro. O número está na média de posses dos últimos 24 anos, que registraram entre dez a catorze líderes estrangeiros.
A lista de presentes também refletiu em parte a guinada conservadora que ocorreu com a vitória de Bolsonaro. Líderes de extrema-esquerda que prestigiaram as posses de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff estavam em sua maioria ausentes desta vez. No lugar deles, vieram figuras conservadoras como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o premiê húngaro Viktor Orbán.
Restrições à imprensa
Um inédito esquema de segurança marca a posse de Jair Bolsonaro. Mais de 6 mil agentes foram mobilizados, entre membros das Forças Armadas, policiais civis, militares e federais e bombeiros. Na semana passada, um decreto assinado por Michel Temer também autorizou que a Forca Aérea Brasileira (FAB) possa abater aeronaves que violarem o espaço aéreo em um raio de 7 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, que está fechado.
O esquema de segurança também provocou restrições severas ao trabalho da imprensa. Jornalistas que cobrem a cerimônia foram impedidos de circularem livremente entre os locais em que ocorrem as diferentes etapas da cerimônia. Desta vez, o credenciamento dos meios de comunicação foi feito por setores, e jornalistas, fotógrafos e equipes de filmagem só puderam ter acesso a um único local de cobertura. Assim, profissionais autorizados a acompanhar o discurso solene de Bolsonaro no Congresso Nacional não poderão entrar no Palácio do Planalto.
Os profissionais também foram obrigados a esperar longas horas em locais pré-determinados antes do início de cada etapa. Em cerimônias anteriores, a circulação da imprensa era livre. Vários veículos também não tiveram seus pedidos de credenciamento concedidos na totalidade, ficando restritos a apenas algumas etapas da cerimônia.
Mais do que evidenciar problemas de organização, as ações parecem mostrar o relacionamento tumultuado que Bolsonaro deve ter com a grande imprensa brasileira e estrangeira. Jornalistas relataram que membros de veículos e blogs conservadores pró-Bolsonaro conseguiram circular livremente entre os diferentes setores, ao contrário dos profissionais de veículos conhecidos. Segundo um jornalista do Correio Braziliense, os simpatizantes de Bolsonaro exibem um pin na roupa que permite livre acesso.
Jornalistas também relataram que foram hostilizados por membros da multidão que foi à Esplanada dos Ministérios acompanhar a posse.
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A etapa inicial da cerimônia começou às 14h, com a saída do presidente eleito e sua mulher, Michele Bolsonaro, da Granja do Torto para a Catedral de Brasília. De lá, a comitiva desfilou em carro aberto – o Rolls Royce presidencial. Além de Michelle, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente eleito, também estava presente no carro.
Em seguida, foi a vez de Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, serão recebidos no Congresso Nacional pelos presidentes da Câmara e do Senado, o deputado Rodrigo Maia e o senador Eunício Oliveira, além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Bolsonaro e Mourão prestaram em seguida um juramento constitucional. O texto é o mesmo para todos os presidentes e vices eleitos. Eles se comprometem a "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro". Em seguida, eles assinaram um termo de posse e se tornaram oficialmente presidente e vice-presidente da República.
Na sequência, Bolsonaro fez um discurso para os deputados, senadores e representantes dos demais poderes. Ele prometeu que “O Brasil voltará a ser um país livre das amarras ideológicas” e pediu ajuda ao parlamentares para "restaurar e reerguer a pátria" contra "corrupção, criminalidade, irresponsabilidade econômica e submissão ideológica". "Temos oportunidade única de reconstruir o nosso país", disse.
Depois dessa etapa, Bolsonaro e sua mulher vão seguir para o Palácio do Planalto, onde ocorre a a etapa mais simbólica das posses presidenciais: a troca de faixa de presidentes.
No parlatório em frente ao palácio, Bolsonaro deverá fazer mais um discurso, desta vez à nação. Na sequência, Bolsonaro vai receber os novos ministros e posar para a fotografia oficial do novo governo. A última etapa é uma cerimônia na sede do Itamaraty, onde Bolsonaro vai receber convidados e os chefes de estado e de governo estrangeiros que acompanharam a posse.
Ao todo, dez chefes de estado e de governo estrangeiros vieram à posse de Bolsonaro. O número está na média de posses dos últimos 24 anos, que registraram entre dez a catorze líderes estrangeiros.
A lista de presentes também refletiu em parte a guinada conservadora que ocorreu com a vitória de Bolsonaro. Líderes de extrema-esquerda que prestigiaram as posses de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff estavam em sua maioria ausentes desta vez. No lugar deles, vieram figuras conservadoras como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o premiê húngaro Viktor Orbán.
Restrições à imprensa
Um inédito esquema de segurança marca a posse de Jair Bolsonaro. Mais de 6 mil agentes foram mobilizados, entre membros das Forças Armadas, policiais civis, militares e federais e bombeiros. Na semana passada, um decreto assinado por Michel Temer também autorizou que a Forca Aérea Brasileira (FAB) possa abater aeronaves que violarem o espaço aéreo em um raio de 7 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, que está fechado.
O esquema de segurança também provocou restrições severas ao trabalho da imprensa. Jornalistas que cobrem a cerimônia foram impedidos de circularem livremente entre os locais em que ocorrem as diferentes etapas da cerimônia. Desta vez, o credenciamento dos meios de comunicação foi feito por setores, e jornalistas, fotógrafos e equipes de filmagem só puderam ter acesso a um único local de cobertura. Assim, profissionais autorizados a acompanhar o discurso solene de Bolsonaro no Congresso Nacional não poderão entrar no Palácio do Planalto.
Os profissionais também foram obrigados a esperar longas horas em locais pré-determinados antes do início de cada etapa. Em cerimônias anteriores, a circulação da imprensa era livre. Vários veículos também não tiveram seus pedidos de credenciamento concedidos na totalidade, ficando restritos a apenas algumas etapas da cerimônia.
Mais do que evidenciar problemas de organização, as ações parecem mostrar o relacionamento tumultuado que Bolsonaro deve ter com a grande imprensa brasileira e estrangeira. Jornalistas relataram que membros de veículos e blogs conservadores pró-Bolsonaro conseguiram circular livremente entre os diferentes setores, ao contrário dos profissionais de veículos conhecidos. Segundo um jornalista do Correio Braziliense, os simpatizantes de Bolsonaro exibem um pin na roupa que permite livre acesso.
Jornalistas também relataram que foram hostilizados por membros da multidão que foi à Esplanada dos Ministérios acompanhar a posse.
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