Indianas desafiam tabu de séculos por igualdade de gênero
Pela primeira vez em séculos, duas indianas ingressam em templo hindu no sul do país, gerando manifestações de tradicionalistas indignados. Um dia antes, corrente humana em apoio à causa reuniu 5 milhões de mulheres.O sul da Índia foi palco de protestos violentos por parte de tradicionalistas hindus nesta quarta-feira (02/01), após duas mulheres terem entrado num dos mais importantes templos do hinduísmo no país – até pouco tempo atrás proibido para mulheres de entre 10 e 50 anos de idade.
Manifestantes fecharam vias públicas, atearam fogo em objetos e fizeram atos em frente a prédios do governo em protesto contra a presença de mulheres no local sagrado, o templo Sabarimala, localizado no estado indiano de Kerala.
A imprensa local relatou que policiais usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para conter manifestantes na capital do estado, Thiruvananthapuram. Segundo a polícia, alguns dos participantes atiravam pedras contra as forças de segurança.
Também houve relatos de confrontos entre dois grupos políticos rivais: o direitista Partido do Povo Indiano (BJP, na sigla em inglês), do primeiro-ministro Narendra Modi, que se opõe à entrada de mulheres no templo Sabarimala, e o esquerdista Partido Comunista da Índia (CPI), que governa Kerala e apoia o direito das mulheres de usarem o local.
Os líderes do BJP ficaram indignados com o fato de duas mulheres terem entrado no templo hindu nesta quarta-feira, tornando-se as primeiras desde que a Suprema Corte suspendeu, em setembro de 2018, a proibição imposta a mulheres em idade menstrual, consideradas impuras.
"Duas mulheres entraram no templo Sabarimala. Enviamos ordens à polícia para que proporcionasse toda a proteção possível a qualquer mulher que queira entrar no templo", afirmou o chefe de governo do estado de Kerala, Pinarayi Vijayan.
Vestidas de preto e com as cabeças cobertas por lenços, as mulheres, na faixa dos 40 anos, entraram no templo durante o amanhecer escoltadas por vários agentes de segurança, entre uma multidão de homens, após terem realizado uma caminhada de cinco quilômetros desde a cidade de Pamba.
Desde setembro, quando o veto de séculos atrás foi suspenso, dezenas de mulheres tentaram sem sucesso terminar a peregrinação a Sabarimala e foram impedidas de ingressar no local por centenas de devotos e manifestantes de grupos hindus de extrema direita.
Na terça-feira, centenas de milhares de mulheres participaram de um protesto em Kerala, convocado pelo governo, em apoio à igualdade de gênero e ao direito das mulheres de orarem no templo. Segundo o Partido Comunista da Índia, cerca de 5,5 milhões de mulheres formaram uma corrente humana que chegou a mais de 600 quilômetros de extensão.
EK/afp/ap/efe/lusa
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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Manifestantes fecharam vias públicas, atearam fogo em objetos e fizeram atos em frente a prédios do governo em protesto contra a presença de mulheres no local sagrado, o templo Sabarimala, localizado no estado indiano de Kerala.
A imprensa local relatou que policiais usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para conter manifestantes na capital do estado, Thiruvananthapuram. Segundo a polícia, alguns dos participantes atiravam pedras contra as forças de segurança.
Também houve relatos de confrontos entre dois grupos políticos rivais: o direitista Partido do Povo Indiano (BJP, na sigla em inglês), do primeiro-ministro Narendra Modi, que se opõe à entrada de mulheres no templo Sabarimala, e o esquerdista Partido Comunista da Índia (CPI), que governa Kerala e apoia o direito das mulheres de usarem o local.
Os líderes do BJP ficaram indignados com o fato de duas mulheres terem entrado no templo hindu nesta quarta-feira, tornando-se as primeiras desde que a Suprema Corte suspendeu, em setembro de 2018, a proibição imposta a mulheres em idade menstrual, consideradas impuras.
"Duas mulheres entraram no templo Sabarimala. Enviamos ordens à polícia para que proporcionasse toda a proteção possível a qualquer mulher que queira entrar no templo", afirmou o chefe de governo do estado de Kerala, Pinarayi Vijayan.
Vestidas de preto e com as cabeças cobertas por lenços, as mulheres, na faixa dos 40 anos, entraram no templo durante o amanhecer escoltadas por vários agentes de segurança, entre uma multidão de homens, após terem realizado uma caminhada de cinco quilômetros desde a cidade de Pamba.
Desde setembro, quando o veto de séculos atrás foi suspenso, dezenas de mulheres tentaram sem sucesso terminar a peregrinação a Sabarimala e foram impedidas de ingressar no local por centenas de devotos e manifestantes de grupos hindus de extrema direita.
Na terça-feira, centenas de milhares de mulheres participaram de um protesto em Kerala, convocado pelo governo, em apoio à igualdade de gênero e ao direito das mulheres de orarem no templo. Segundo o Partido Comunista da Índia, cerca de 5,5 milhões de mulheres formaram uma corrente humana que chegou a mais de 600 quilômetros de extensão.
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